De volta pra mim
Os primeiros raios de sol do dia banharam o meu rosto. Aqueceram a alma do que estava por vir. Olhos atentos observando a calmaria. O mar cura feridas, repetia para mim. O som das águas dançava nos meus ouvidos. Ir e vir do infinito. Mesma sensação: de Deus ali.
O tempo parado permitindo aquela fotografia. Movendo areias, desatando intrigas. Céu e sol emolduram afetos. Tecem versos. Eu sorri. Vozes internas diziam ‘obrigada’. Ficamos naquela alvorada, meus pensamentos iam e voltavam. O amor andou diante de mim.
Me reconheci naquele menino. Olhos de mel. Óculos. Sorriso bonito. Pegou minha mão e chamou para irmos sem destino. Quase hesitei. Será que era possível? Já não esperava mais nada, mas naquele momento, desconcertada, resolvi ir.
Ele me mostrou sobre seu mundo. Tocou o meu. Encheu de cores. Enquanto não percebi. Percebi que a hora certa é inesperada. Preenche vontades, se torna inexata. Eu e ele ainda aqui.
Já são dezesseis rosas contadas. Cada uma na mesma data. Eu e o mar. Eu e amar. A Ana diria que “amar é ridículo”. Concordo com ela. O amor me trouxe de volta pra mim.
Abrex3