Lembranças de Infância
Abro meu álbum de retratos antigo em busca daquela foto. Ele me traz lembranças bonitas. Nele, há um desenho na capa de uma menininha olhando o espelho e brincando com seu cachorrinho. Essas imagens me remetem a uma infância onde eu subia em pé de fruta e brincava de avião numa gigantesca árvore de bico de papagaio, envolta por um jardim florido e vibrante na Casa da Rua Cláudio. Sou a primeira de quatro irmãs. Mais velha jamais! Nossa infância foi divertida, alegre, colorida.
Ao pegar essa foto, vejo uma garotinha sorridente, de cabelo curto, cachinhos dourados, chapéu e vestidinho brancos. Tenho esse chapeuzinho até hoje. Como um troféu de uma infância longínqua e feliz. Nessa foto estou com minhas botinhas e meias brancas. Comemorava meu primeiro ano. Mamãe me levava para tirar fotos em estúdio profissional. Eu ali fazendo poses para o fotógrafo da capital. A mesma risada frouxa de sempre, um sorriso largo e um brilho no olhar. Esse brilho carrego comigo até hoje. Conservo esse olhar de esperança de que tudo vai dar certo. Desde quando, o problema mais sério que eu tinha era me agarrar nas grades do cenário dos anos 70, fazendo pose para um fotógrafo que me arrancava sorrisos, certamente com gracinhas e gracejos.
Fico olhando para essa foto, de uma menininha festeira e feliz, e agradeço ao universo por ter tido a oportunidade de ter uma família tão linda. Um pai querido, uma mãe dedicada, irmãs amigas e todos que vieram depois, os cunhados, os sobrinhos e que me fazem ser quem eu sou. Ainda carrego dentro de mim essa menininha feliz.
