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Oi Ju,

Resolvi deixar para você a minha 1ª gaveta do armário. Posso comprar mais roupas chegando em Campinas. As blusinhas são novas, mas todas me lembram os últimos meses com ele. Espero que fiquem boas em você. Nosso corpo é parecido.

Acho que nestes oito meses de convivência, nunca te dei nada. Não fomos próximas, eu sei, mas gostei de dividir o apartamento com você. Desculpe a bagunça — em todos os sentidos. Eu esperava que as coisas fossem diferentes e que você não tivesse presenciado aquela cena que tanto quero esquecer.

E agradeço por você ter agido rápido. De verdade.

Já estou aqui na rodoviária e não vejo a hora de chegar na casa da minha mãe. Preciso de um tempo para digerir tudo isso e me curar. E não conseguiria fazer isso continuando a morar na mesma cidade que ele. Não quero correr o risco de encontrar com ele na rua.

Se estiver de passagem na cidade, me avise, a gente pode tomar um café, Ju.

Deixei a minha chave na mesa da sala. Queria esperar você conseguir outra pessoa para dividir o aluguel, mas não consegui. Espero que me perdoe e que apareça alguém bacana logo, para não pesar tanto. Nunca te disse isso, mas tenho poucas amigas e teria sido legal que a gente pudesse ter estreitado nossa relação. Agora eu vejo que teria sido bem mais saudável do que me dedicar a ele.

Um beijo e, de novo, muito obrigada.