O mar e o coqueiro

Imagem site myloview

O balanço do mar

morre na praia.

Punhado de areia frívolo,

matando sorrisos

de espumas brancas.

.

Quem mandou,

tolas águas,

se jogarem ao desconhecido?

Morte insipiente!

Desdenham coqueiros céticos,

seguros na precaução

dos pés fincados

ao chão.

.

Ignoram

o que se passa por dentro

dos desenhos marítimos.

Que redemoinhos

são nada menos

que correntezas

a gozar.

Que o recuo das marolas

não é medo da

finitude.

É vingança!

É ira

de quem se fere com

a sonora pancada

ouvida na terra!

É repuxo a engolir

grão a grão,

para condená-los

a vagar a esmo

em incertezas fluidas.

.

Avessas às inseguranças

da paixão,

folhas luxuriantes

se emocionam

com o balanço

dos ventos do outono.

Sem intensidade,

sem gozo,

sem dor,

mas com uma suavidade

constante, que,

humildemente,

nomeiam amor.

Maiex3

--

--