Respirar a vida
A sabedoria de olhar a vida, de honrar a natureza, de olhar o que está dentro de si. Sentir o que o universo envia todos os dias é dádiva que deixamos de lado e vamos nos perdendo na nossa cabeça. A cabeça que pensa, que raciocina, que se enche de informação, que perde o fio da meada. Dona Flor fala de tudo que é belo, de tudo que tem valor, de tudo que é tão simples e que não nos apropriamos porque esquecemos de viver a vida. A vida que nos dá corpo, pulmão pra encher de ar todos os dias, de olhar pra dentro da gente, de sentir o que é belo, que nos dá coração pra amar e gente pra compartilhar, mas esquecemos da vida. Porque esquecer faz parte do corre, faz parte de não parar, faz parte de dar conta do que construímos para nós. Mas é uma construção falha, que quebra, que desmonta e que às vezes até desmorona e a todo momento temos que reaprender a por de novo no lugar, meio torto, meio capenga, com rachaduras que lá vai ficar. Mas Dona Flor mostra que construir o belo é mais simples do que imaginamos, é estar presente e disponível para nós, é se permitir parar e ouvir o que temos pra nos contar, é inspirar e respirar, mas é que nós esquecemos de viver a vida. E a vida insiste, todos os dias nos resgatar, ela insiste em nos mandar sinais, ela fala com a gente a todo o momento, a vida persiste em ficar do nosso lado mas a gente esquece até de respirar porque esquecemos de viver a vida. E assim paramos o fluxo do ar, o andar do presente porque estamos no futuro, a esperança do futuro porque nos prendemos no passado e o passado ficou lá atrás. Até que cruzamos com Dona Flor que nos faz presente e que nos mostra que o oxigênio está aí todos os dias pra gente puxar, segurar e soltar para que o nosso corpo sinta o chão que pisamos e o céu que nos guia. Obrigada Dona Flor por existir, falar e mostrar o que é belo ainda que nós não damos valor a vida.
Alvoradamod2ex3
