Sejamos nós mesmos

Eu já tinha assistido algumas palestras dessa autora, porém nunca tinha lido nenhum livro dela. Estava entrando em férias, e não sei porque neste período, resolvi carregar comigo mesma, alguns pensamentos que invadiram boa parte do meu ano que ficou para trás. Quando li o título, A coragem de ser você mesmo, reconheci o que talvez pudesse ser aquele incômodo que trazia comigo. Resolvi comprar.

Alguns conteúdos apresentados por Brené Brown me trouxeram diferentes reflexões. Palavras bem conhecidas como pertencimento, vulnerabilidade, confiabilidade, conexão e integridade, que já ouvi tantas vezes, me tocaram de novo. Acompanhar sua narrativa acompanhada destes conceitos, me fez pensar sobre a necessidade de continuar mantendo a coragem na ação, potencializando minha jornada diária.

Partindo deste princípio, observei o quanto luto para enfrentar o desenrolar dos dias tentando manter minha inteireza em um cenário hostil. Como aquelas plantinhas que surgem nas frestas das paredes de concreto, me vejo em um exercício constante de perseverança, clareza e força interior, o qual ela acredita ser essencial para ajudar a expressar a individualidade, sem ter medo da perda de pertencer.

Brené deixa claro que se não fizermos algo por nós mesmos, a cultura ao redor vai fazer pela gente. Se não conseguirmos realizar nossos próprios projetos, nossa energia será sugada pelos projetos de outras pessoas. E isso me deixa triste. Porque tenho percebido o quanto isso tem acontecido ao meu redor. Saio dessa espiral e evoluo o pensamento quando leio que “o verdadeiro pertencimento não requer que mudemos, requer apenas que sejamos quem somos”.

Sei que somos indivíduos únicos. Não podemos ficar sujeitos a valores cujos padrões seguimos sem perceber, e, portanto, sem questionar. Não podemos correr o risco de um dia acordar e não sabermos mais quem somos, uma vez que passamos a usar referenciais externos.

Ler este livro me reafirmou a ideia de que preciso me observar todos os dias. Reconhecer as tendências internas que me aproximam ou afastam do meu ideal de vida. Pensar sobre as concessões que estou disposta a fazer, quem eu sou e o que quero de verdade. Não abrindo espaço para o auto engano.

Em A coragem de ser você mesmo, Brené traz uma visão ampla da grave crise espiritual de desconexão que estamos enfrentando. Lugar esse que me incluo bem.

Recomendo.

Foto > @a.vida.vaza

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