Reflexão de uma meia maratona: nós temos amigos no trabalho?

Leandro Pompermaier
Comunidade Tecnopuc
3 min readAug 31, 2020

Neste momento de pandemia me deparei com a situação de precisar correr em uma esteira, e não na rua, como estou acostumado. E todo mundo que já correu em uma esteira deve compartilhar do mesmo sentimento que tenho: 1 km de corrida parece ser uma meia maratona (21km). Foi então que comecei a correr escutando algo (na rua gosto de correr sem fones ou celulares pendurados no corpo), e resolvi colocar em dia as escutas dos podcasts que sigo e muitas vezes não tenho (tinha) tempo de escutá-los.

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Hoje, durante minha corrida, escutei um episódio do podcast da Harvard Business Review (HBR IdeaCast — Episódio 755), intitulado Why Work Friends are Worth It (Porque os amigos do trabalho valem a pena — tradução livre). Interessante que na conversa entre a host (Alison Beard) e a convidada (Shasta Nelson), o assunto era sobre amizade no ambiente de trabalho e como isso é importante para as nossas vidas. Em um primeiro momento achei que o episódio em nada agregaria, pois amizade é amizade. Certo? E muitas vezes amigos são amigos e colegas de trabalho são colegas de trabalho.

Errado.

Durante minha “meia” maratona na esteira escutava o podcast e refletia sobre a minha vida e sobre minhas amizades. Consistência, vulnerabilidade e positividade são fundamentais para a amizade, e com colegas de trabalho temos exatamente estes pontos, compartilhados e fundamentados, que fazem com que possamos acordar e ter vontade de ir trabalhar ou nos momentos atuais, acordar e esperar por aquela tão esperada reunião via zoom :) .

Com esta tríade (consistência, vulnerabilidade e positividade) na cabeça e a conversa rolando no podcast fiquei me questionando: será que realmente fui um bom amigo no último ano? Será que realmente estou “cultivando” minhas amizades adequadamente? Será que no meu trabalho, trabalho com um time de colaboradores ou um time de amigos?

Vou mais a fundo, duas coisas que disponho do meu tempo (um bom percentual do meu dia): minha família (minha esposa e meus filhos) e meu trabalho. São estas pessoas que compartilho minhas pequenas conquistas (como a tentativa de aprender a tocar um instrumento musical durante a pandemia) e também as derrotas que sofro (como o de um artigo submetido e não aceito). Se compartilho tanto com essas pessoas, como não considerá-los do que eu chamo de Golden Circle da Amizade (aqui copiando um pouco o Simon Sinek). Ao invés de WHY/WHAT/HOW eu coloco FRIEND/ACQUAINTANCE/STRANGER. E se no centro está a confiança, e eu confio minhas dores e vitórias com estas pessoas que trabalham comigo, como não considerar isto uma amizade? Como não olhar que isto é uma das principais razões de eu acordar todos os dias e ficar ansioso aguardando a primeira reunião do dia?

Friendship Golden Circle

E você? Já refletiu sobre suas amizades? Seus colegas?

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Leandro Pompermaier
Comunidade Tecnopuc

Entrepreneur and angel investor. Professor and speaker. Marathon runner, brewmaster, and the principal role, father of Arthur and Cecilia.