Budistas contra muçulmanos: uma verdadeira limpeza étnica!

É muito comum que no Ocidente tratemos o budismo de forma bastante mística e pacifista, como se fosse uma religião acima das outras no quesito “civilizado”. Mas o que pouco é abordado, trata-se do papel aristocrata e de perseguição étnica promovido historicamente pelos budistas no Oriente.

Conhecemos na história do Tibete como a aristocracia budista deteve a manutenção de regime escravagista até a primeira metade do século XX. Mas não se encerra aí. Nos últimos anos do século XXI, o exército de Myanmar promove verdadeiras caças aos povos muçulmanos naquela região. No país “birmanês”, o budismo é predominante e os grupos muçulmanos são minorias, conhecidos como “rohingyas”. Esses grupos muçulmanos minoritários são vistos pelos budistas como “ameaças” à sua “civilização”, por isso os tratam de forma hostis. Estima-se que desde 2017 mais de 700 mil rohingyas deixaram Myanmar para se refugiarem no país vizinho, Bangladesh, na tentativa de fugir da brutal perseguição promovida pelas milícias budistas naquela região.

As regiões do norte de Myanmar, no estado de Rakhine, é onde possuí um número considerável de grupos “rohingyas” e é onde ocorrem as maiores brutalidades contra esses povos. Há relatos de que em 2018 as milícias budistas queimaram vilarejos inteiros, decapitaram ao menos 10 pessoas e estupraram outras dezenas de mulheres muçulmanas.

Historicamente o povo rohigyas alega ter uma herança familiar de séculos na região de Rakhine, mas os budistas nativos os veem como “imigrantes indesejáveis” de Bangladesh. Um dos termos utilizados, inclusive pelo exército birmanês, é de que esses grupos seriam “bengalis”.

Enquanto essa perseguição ocorre por parte de milícias budistas civis, o próprio governo de Myanmar “desmente” qualquer tipo de violação contra a humanidade. Entretanto, nega direito à cidadania muçulmana na região, com a alegação de que são “imigrantes ilegais de Bangladesh”. Não há uma resolução positiva para esses povos, somente a tentativa de resistir aos ataques e/ou tentar fugir para os países vizinhos.

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