Leolinda Daltro: educadora, feminista e indigenista.

Vem se inspirar com a mulher que plantou a sementinha do feminismo na política brasileira, lutou por uma educação laica e de qualidade e pelos direitos indígenas!

Ada
Conceito Ada

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Olá, tudo bem por aí? Hoje é dia de apresentar a história de mais uma mulher que nos inspira e que dá nome à uma de nossas peças! Hoje é dia de Leolinda Daltro, fundadora do primeiro partido feminino brasileiro e ativista da causa indígena. Vem conhecer e se inspirar com a gente ❤

Leolinda Figueiredo Daltro foi professora, sufragista e indigenista. Lutou pela autonomia e pelos direitos femininos no século XIX. Nasceu na Bahia, em 14 de julho de 1859 e dedicou sua vida ao que acreditava: a transformação da sociedade patriarcal brasileira através da educação e da luta pela igualdade.

Leolinda tornou-se professora, logo após separar-se do seu primeiro marido, e ganhou notoriedade por reivindicar o direito dos índios e por acreditar em uma alfabetização e educação laica para a integração dos indígenas na sociedade. Em 1896, iniciou um projeto que percorria o interior do Brasil promovendo a alfabetização de tribos indígenas, sem conotações religiosas.

A proposta política de Daltro

“ia pelo viés da educação e essa era a sua prática como professora, como indigenista e como feminista. Reforçava a importância civilizadora da mulher e mostrava preocupação com a sobrevivência das mesmas”. (Abreu, 2007, p. 18)

Por seu ativismo e ousadia, ficou conhecida, em 1909, como “a mulher do diabo”. Afinal, uma mulher desquitada, ativa politicamente, que circulava em ambientes masculinos, acreditava na transformação pela educação e lutava para garantir o direito das mulheres ao voto não era vista com bons olhos por uma sociedade católica e patriarcal.

Em 1910, Leolinda fundou o Partido Republicano Feminino, fugindo e quebrando os padrões da época, já que as mulheres não tinham direitos políticos e teriam que lutar para adquiri-los de forma externa ao sistema. Assim, as integrantes do partido realizavam passeatas, solicitavam audiências e participavam de atos no Plenário para pressionar e apoiar leis com base na igualdade de direitos.

“Como mulher que sou, com um sentido superior de altruísmo, tenho me preocupado com a necessidade de minorar o sofrimento humano e de se atingir uma melhor distribuição da Justiça.” — Leolinda Figueiredo Daltro, em entrevista à Revista Feminina

Apesar de não possuir direitos políticos, em 1916, Daltro apresentou um requerimento solicitando direito ao voto feminino, que foi negado, porém abriu espaço para debate do assunto. Há exatos 100 anos, em 1919 ela se lançou como a primeira brasileira candidata às eleições municipais. Em sua plataforma de governo, defendia a diminuição das desigualdades, da miséria e a equiparação dos direitos civis. Já em 1934, aos 74 anos de idade, Leolinda tenta uma vaga no Parlamento e sua candidatura afirmava e reconhecia a luta e o desejo ainda vivo de construir uma sociedade igualitária.

Por que precisamos falar sobre Leolinda?

O papel de Daltro foi, basicamente, plantar a semente e criar as raízes para o movimento sufragista crescer no país. Leolinda, de família humilde, teve de lutar contra o sistema machista sem apoio algum, sofrendo com deboches, ridicularização e violência. Em 1927, quando ainda viva, seus feitos foram lembrados no Jornal Correio da Manhã (RJ), por Rachel Prado:

“Se fossemos escrever a história do feminismo no Brasil, certamente que não esqueceríamos a nossa sufragista, (…) que foi a pioneira, a esquecida Sra. Leolinda Daltro, professora, desbravadora das nossas selvas, criadora de escolas profissionais, fundadora da primeira escola de enfermeiras no Brasil, organizadora do primeiro partido republicano feminino! Por ser um tanto exaltada, pobre, velha, enferma, quase ninguém a nomeia. Está esquecida.”

Que possamos então, agora em 2019, relembrar, reconhecer e agradecer Leolinda por suas lutas em causas tão latentes e necessárias ainda hoje: educação laica, igualitária e de qualidade para todos; direitos femininos; e a integração da comunidade indígena à sociedade, de forma respeitosa e acolhedora.

Somos todas que nos cercam, somos Leolinda e todas que por nós lutaram! Leia, compartilhe e inspire-se com as histórias de mulheres tão importantes, como ela. Lutamos lado a lado e nos fortalecemos quando reconhecemos umas as outras. ❤

Por hoje é isso! Esperamos que tenha gostado de saber um pouquinho mais sobre as mulheres que nos inspiram e são homenageadas através das nossas roupas.

Nos vemos pelas redes sociais, no @conceitoada
Um beijo e até a próxima,
Bru

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