Na foto: Marcia Barbosa | Créditos: Julian Dufort for the L’Oréal Foundation

Educação & Inovação feminina— 8 mulheres que educam, inovam e inspiram!

Ada
Conceito Ada
Published in
6 min readOct 14, 2019

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Olá, tudo bem por aí? :) Nessa semana temos dois dias de celebração:
hoje — 15/10, comemora-se o dia des* professores; e sábado— 19/10, é o dia nacional da inovação! Nós aproveitamos essas duas datas para apresentar aqui uma lista com 8 mulheres que estão presentes, são atuantes e revolucionam essas duas áreas importantíssimas nas nossas vidas! Vamos juntas conhecer, fortalecer e exaltar a força feminina?! ❤

*hey! o *des* não é francês, mas é pra representar e acolher todas, todos e todes, tá?! :)

Juntas. Todas. Pela educação. Pela inovação. Pela vida!

Educação

Dizem que a origem da celebração no dia 15 de Outubro, deve-se ao fato de que, nesse mesmo dia em 1827, Dom Pedro I instituiu um decreto criando o Ensino Elementar no Brasil. Também dizem que esse dia é consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila: freira carmelita, mística e santa católica do século XVI. É claro que nós preferimos a segunda opção, né?! Porém, independente da origem, hoje nós focamos nas mulheres que fazem pela educação no país. Mulheres do presente, que resistem e lutam, nessa profissão essencial à vida de todes, mas que segue desvalorizada por nossos governantes.
Abaixo está a nossa lista, que é pequena, mas o nosso parabéns, orgulho e gratidão são enormes para com todas as mulheres educadoras, professoras e ativistas pela educação.

Macaé Evaristo

Mulher e negra, ocupou com resistência e persistência cenários de política quase sempre dominados por homens brancos. Ocupou importantes espaços de gestão da educação em Minas Gerais e em todo o país.

Sua trajetória se destaca pelo engajamento em um projeto de educação e de país que integre a diversidade brasileira, traduzido na educação integral. Para ela, a educação só consegue avançar em termos de inclusão e qualidade quando é capaz de entender e atender sujeitos na sua integralidade, acolhendo comunidades e territórios.

“Eu sei que para a criança negra não é tranquilo. E para que essa criança cresça, se eduque, temos de combater o racismo institucional.” — Macaé Evaristo

Maria Victoria Benevides

Educadora, socióloga, cientista política e militante, tornou-se referência em educação para os direitos humanos e democracia. No período em que vigorava o Ato Institucional nº 5 , estudou em uma universidade pública onde discutiu abertamente sobre política e democracia.

Tornou-se professora titular da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) em 1985, aos 43 anos. Também é integrante da comissão ARNS de Direitos Humanos e se destaca pela atenção a temas como cidadania ativa, participação popular, orçamento participativo, reforma política, violência policial e educação em direitos.

“Um programa de direitos humanos introduzido na escola serve, também, para questionar e enfrentar as suas próprias contradições e os conflitos no seu cotidiano.” — Maria Victoria Benevides

Maria Amélia Pereira

Com trajetória voltada sobretudo à infância brasileira, dedicou seus esforços a falar da criança com seu universo, linguagem e repertório próprios. Defende a presença da cultura e diversidade brasileira, com suas raízes musicais, estéticas e mitológicas.

Em Salvador, enquanto cursava o magistério, teve contato com uma das mais importantes experiências da história da educação brasileira: Escola Parque de Salvador, idealizada por Anísio Teixeira. Impactada com essa concepção de educação e infância, iniciou sua trajetória como educadora comprometida com processos educacionais significativos e que consideram o ser de forma integral.

“A criança brinca porque se desenvolve e se desenvolve porque brinca” — Maria Amélia Pereira

Jaqueline Moll

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), seu campo de trabalho e pesquisa educacional tem ênfase na área de políticas públicas e práticas pedagógicas.

Jaqueline foi responsável pela implementação do “Programa Mais Educação”, que aumentou as horas diárias nas escolas públicas, incluindo atividades de acompanhamento pedagógico, artes, educação ambiental e financeira, comunicação e esportes, dentre outras ferramentas para a ampla formação dos alunos e o envolvimento da comunidade escolar. Atualmente ela defende a necessidade de projetos educativos locais, em que escolas sejam co-autoras das políticas educacionais e tragam repertório para lidar com as necessidades das pessoas das comunidades.

“Educação Integral é uma nova forma de viver” — Jaqueline Moll

Inovação

O dia Nacional da Inovação, criado a partir da Lei 12.193/2010, é comemorado no dia 19 de Outubro em homenagem a Santos Dummont, que nesse dia voou ao redor da Torre Eiffel pela primeira vez. Aqui, inspiradas no e-book Mulher faz Ciência*, nós decidimos exaltar e compartilhar o trabalho de mulheres que são o presente construindo o futuro!

Sonia Guimarães

Física brasileira e professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Sonia foi a primeira mulher negra brasileira doutora em Física e a primeira mulher negra brasileira a lecionar no ITA, quando a instituição ainda não aceitava a inscrição de mulheres no vestibular.

“Na ciência, vocês podem colaborar com o desenvolvimento do País. Infelizmente, por serem meninas, vai ser um pouco mais difícil. Porque as pessoas se sentem no direito de dizer que a menina é menos inteligente. E se sua pele não for branca, você é duas vezes menos inteligente. Mesmo que consiga os melhores resultados, tem que provar a todo instante que é capaz. Prove!” — Sônia Guimarães

Marcia Barbosa

créditos: Julian Dufort for the L’Oréal Foundation

Professora e pesquisadora brasileira, Marcia é coordenadora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro da Academia Brasileira de Ciências. Em 2013, foi uma das ganhadoras do Prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência, por seus estudos relacionados às anomalias dinâmicas da água. As aplicações de suas pesquisas envolvem, por exemplo, o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes de dessalinização da água do mar.

“Na carreira de física sempre tive esse olhar sobre o gênero: como é importante permitir que as meninas estejam fazendo ciências, principalmente ciências exatas.” — Marcia Barbosa

Fernanda Stanisçuaski

créditos: Gustavo Diehl/UFRGS

Bióloga e professora do Departamento de Biologia Molecular e Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, criou o projeto Parent in Science, em 2017. O projeto tem como objetivo apoiar pesquisadoras, estudantes e professoras de pós-graduação que são mães e medir os impactos da maternidade na carreira científica.

“Uma das coisas importantes do projeto, das nossas vitorias, é levantar essa discussão. Em um dos seminários, um professor homem que assistia disse que de fato nunca pensou no que eu tava falando ali, e ele é uma pessoa que conheço e sei o tanto que refletia sobre tudo. Às vezes, a gente tem que falar as coisas que parecem óbvias.” — Fernanda Stanisçuaski

Viviane dos Santos Barbosa

créditos Fundação Wikimedia

Pesquisadora baiana, mestre em nanotecnologia pela Delft University of Technology. Por sua pesquisa com catalisadores (que aceleram reações) através da mistura de Paladium e Platina, foi premiada em 2010 na conferência científica internacional, em Helsinki, na Finlândia.

“No início, achavam que eu não conseguiria e colocaram várias dificuldades. Nas aulas, notava que as explicações dos professores eram superficiais, como se eu não pudesse dominar o assunto. Mas encarei tudo isso como um desafio a ser superado” — Viviane dos Santos Barbosa

O e-book mencionado acima é gratuito, está disponível aqui e foi desenvolvido pela FAPEMIG e a revista MinasFazCiencia! ❤

Antes de irmos, queremos parabenizar e agradecer todas as professoras que passaram por nossas vidas, pelas educadoras espalhadas por todo o Brasil e por todas as mulheres que se sensibilizam, valorizam e apoiam uma educação justa, de qualidade, livre e de igualdade para todes! ❤

Por hoje é isso, mas seguimos juntas através das redes sociais no @conceitoada
Um beijo e até a próxima,

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