Rainha Tereza: A mulher negra que desafiou a Coroa portuguesa.

Líder política no século XVIII e inspiração para as mulheres negras hoje. Vem conhecer a história de Tereza de Benguela ❤

Ada
Conceito Ada
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3 min readJul 16, 2019

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Sim, estamos de volta com mais uma mulher inspiradora que dá nome à uma de nossas peças! Hoje apresentamos Tereza de Benguela, símbolo da luta das mulheres negras, foi estrategista militar e dirigente política, liderando o Quilombo de Quariterê.

A Rainha Tereza surgiu no interior do Brasil, no século XVIII e, apesar de não se ter informações concretas sobre seu nascimento e origem, sabe-se que ela coordenou uma comunidade de libertação de negros e indígenas no Mato Grosso.

Tereza foi líder do Quilombo que desafiava o sistema escravocrata português e se mantinha organizado, devido a criação de um Parlamento e um sistema autossustentável. Com plantações de milho, feijão, mandioca e o cultivo do algodão, para a produção de têxteis e roupas. Dessa forma, Tereza se destacou como a mulher que administrou e coordenou econômica e politicamente mais de 100 pessoas.

“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entravam os deputados, sendo o de maior autoridade, tido por conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco de Morais. Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executavam à risca, sem apelação nem agravo” (Anal de Vila Bela - 1770)

Em 2 de Junho de 2014 foi sancionada, pela presidenta Dilma, a lei nº 12.987, que reconhece o dia 25 de Julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Já que, assim como colocado no projeto da Lei, Tereza “serve de espelho para as mulheres negras que continuam a lutar contra um contexto adverso e discriminatório”.

Relatos apontam que a Rainha Tereza foi capturada e morta pelo Estado, em uma ação que visava a destruição do Quilombo. Aqui faz-se necessária relacionar a morte de Marielle, que assim como Tereza, lutou e opôs-se à um sistema político desigual. Essas duas mulheres marcaram a história do Brasil e nós não deixaremos que suas mortes sejam em vão!

Arte por @LaClandestinah Ellas Mujeres Latinas

Desejamos que nesse dia 25 de Julho, possamos cobrar do governo políticas de igualdade racial e inclusão social. Que reconheçamos a força dessas mulheres e que elas nos inspirem a construir um país mais justo e igualitário. Que o nosso feminismo seja inclusivo, interseccional e represente todxs! E por fim, que esse dia traga força para nós mulheres e nos inspire a continuar lutando por dias melhores para todas! Esse é o nosso desejo, como marca, como mulheres e como brasileiras.

Seguimos juntas e conectadas nas redes sociais @conceitoada

Até a próxima,

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