Cultura é um produto

“E come a estratégia no café da manhã”

Carol Almeida
Accenture Digital Product Dev

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A célebre frase deste subtítulo é atribuída a Peter Drucker, famoso teórico da administração, e diz muito sobre a importância da cultura organizacional para o sucesso de uma empresa. O que ele não diz, porém, é como isso se aplica na prática e o que fazer para garantir que a cultura seja realmente o pilar do crescimento. Neste post, vou contar um pouco do que aprendi em cinco anos trabalhando com Cultura aqui na Concrete.

A primeira lição que tirei dessa vida é: a Cultura é um produto. É um organismo vivo, não tem começo, meio e fim. Nunca está verdadeiramente pronta. O trabalho a ser feito é um eterno ciclo de elaborar uma hipótese, medir e iterar. E, assim como qualquer feature a ser construída em um produto digital, testar com o usuário antes de pôr em produção. Podemos dar os incentivos corretos, ter um conjunto bem definido de valores, fazer treinamentos, onboardings bem feitos, colocar na parede e comprar puffs coloridos… Tudo isso são hipóteses a serem testadas. Se o seu usuário (funcionário) não comprar a ideia, adeus cultura ideal.

E isso leva à minha segunda lição aprendida: a cultura é o que ela é, e não o que queremos que ela seja. Tudo depende de como os funcionários (ou usuários), que são os verdadeiros responsáveis pela criação e manutenção de uma cultura organizacional, entendem como cultura. São eles quem vão construir ou destruir a sua ideia de cultura e são eles quem vão ditar a estratégia que você vai seguir.

Então… terceira lição: ouça seus usuários. Com o mercado cada vez mais aquecido e diferentes culturas assediando desenvolvedores e profissionais de TI, não dá pra se dar o luxo de não ouvir o que eles têm a dizer sobre sua empresa. E, mais do que isso, mostrar que você está os ouvindo. É muito importante nos basearmos em fatos e não achismos e criar ações e prioridades que estejam de acordo com o que os números te dizem. Pesquisas e pedidos de feedback todo o tempo, esse é o caminho.

Por fim, a lição clichê mais essencial do mundo da comunicação: conheça seu público. Saiba quem ele é, o que faz e como se alimenta. Esse negócio de criar persona é importante e faz todo o sentido na hora de entender a cultura que faz sentido para as pessoas que ajudam a sua empresa a ser o que ela é e atrair novas pessoas para construir o que você quer construir. Você tem que adequar o seu tom de voz, suas ações e até mesmo os benefícios e incentivos que oferece de acordo com o que funciona. Não adianta você fazer festinha do dia dos pais se na sua empresa só tem pessoas solteiras e sem filhos. Certo?

Não é fácil. Manter uma cultura saudável e interessante no mercado de TI é um trabalho árduo e que precisa de dedicação. Na Concrete, depois de muito trabalho para entender o que era exatamente a nossa cultura e o que precisávamos para mantê-la saudável, criamos uma equipe dedicada para isso, cujo papel é avaliar constantemente a experiência dos funcionários e mostrar externamente o que entendemos por cultura para atrair quem se engaja com ela. Um time misto de RH e Marketing, mas separado dessas duas áreas, multidisciplinar, que entende um pouco de tudo e busca entender cada vez mais. Espero que essas primeiras dicas te ajudem um pouquinho na sua estratégia.

Tem algo a dizer ou compartilhar? Fique à vontade! Até a próxima =)

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Carol Almeida
Accenture Digital Product Dev

Gerente de Cultura e Comunicação — Desenvolvimento de Produtos Digitais na Accenture Brasil