Entre acusações e justificativas, falta tempo para as propostas

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3 min readOct 8, 2018

Por Walter Niyama

Na sabatina de Fernando Haddad à GloboNews, o candidato antes de mais nada lamentou o ocorrido com o candidato Jair Bolsonaro que levou uma facada durante um comício. Este inclusive foi o tema que abriu as entrevistas, com Fernando Gabeira falando sobre o momento de polarização e tensão que o país enfrenta, lembrando inclusive dos tiros que a caravana de Lula levou.

Questionado sobre como poderiam fazer para acalmar esse cenário, Haddad recordou que o PT surgiu no momento em que a democracia voltava ao país e que ao contrário da velha esquerda autoritária, o partido sempre foi sensível as desigualdades, mas preza pela democracia e a soberania do voto e que pretendem continuar assim.

A entrevista também seguiu várias vezes para o campo jurídico, não só pelo fato do candidato ser formado em direito, mas também pelos temas que envolveram o Partido dos Trabalhadores nos últimos anos, como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, e as investigações da Lava Jato pela Polícia Federal.

Fernando Haddad sobre a prisão do Lula afirmou que eles precisam aceitar as decisões que são tomadas, mas que do mesmo jeito iriam utilizar-se de recursos que existem para corrigir erros judiciários “Na minha opinião trata-se de um erro”, disse a respeito da decisão do juiz Sérgio Moro. O candidato ainda afirmou que o PT fortaleceu as instituições contra a corrupção e que outros partidos, como o PSDB, também estão sendo investigados.

A sabatina também se seguiu com interrupções e questionamentos em determinados momentos. Tanto por parte dos entrevistadores, especialmente quando esses acreditavam que Haddad tentava fugir do assunto em suas respostas, quanto do candidato que falava em cima da fala dos jornalistas quando acreditava que as perguntas continham informações erradas em suas formulações. Mas em nenhum momento os ânimos se exaltaram demais.

Sobre os processos que estão ocorrendo contra ele, inclusive por improbidade administrativa, Fernando Haddad disse que o Ministério Público nunca ganhou uma ação contra ele “e nunca ganhará”, afirmou ainda o candidato, lembrando das vitórias que teve em processos movidos contra ele durante o período em que foi prefeito de São Paulo. O petista ainda questionou o fato de tais ações terem sido protocoladas a partir do momento em que ele foi nomeado vice de Lula na eleição.

Perguntando sobre as crises econômicas durante o governo petista, Haddad insistiu em falar dos anos em que o país teve um grande momento nos primeiros governos do partido, mas que a situação mudou quando Aécio Neves questionou o resultado das eleições, fato que ele já tinha atribuído também para o momento de radicalização. Mas não deixou de dizer que ele reconhece alguns erros nos últimos anos do governo Dilma. Mas reiterou ainda que a crise institucional contribuiu para a crise econômica.

Ainda no âmbito econômica as questões dos Campeões Nacionais também foi levantada pelos jornalistas, no que se seguiu a um debate sobre se o PT não teria que fazer um mea culpa, enquanto Haddad reconheceu algumas ações como erradas, mas outras não, como os projetos patrocinados pelo BNDES.

Por fim, Fernando Haddad disse que os partidos que foram a favor do impeachment estão fazendo um mea culpa pelo golpe que teria dado resultados que o MDB e o PSDB não esperavam.

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