Se eleito, Ciro Gomes diz garantir o sucesso do projeto Nome Limpo

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4 min readOct 7, 2018

Por Clara Guimarães e Marina Lahr

Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT, compareceu a sabatina do Estadão-FAAP no dia 4 de setembro. Ciro respondeu majoritariamente perguntas sobre economia, segurança e corrupção e apresentou diversas vezes sua proposta de retirar o nome da população do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), um dos principais carros de sua campanha.

Logo de início, após se apresentar, deu um panorama geral da situação do país com dados de homicídios, violência contra as mulheres, número de trabalhadores informais, quantidade de indústrias fechadas no governo Dilma-Temer e números de brasileiros com nome no SPC. Sempre ressaltando que não pertence à esquerda, mas sim à centro-esquerda.

Portou-se ao longo da sabatina não apenas com muita confiança em suas propostas, mas também na sua vitória nas eleições. “Eu rio para não chorar, porque eu que vou ficar encarregado de resolver esse pepino”, comentou o presidenciável referindo-se a situação catastrófica do Brasil.

Confira abaixo os principais assuntos levantados na Sabatina Estadão-FAAP e a opinião do candidato sobre eles.

SPC- Nome Limpo

O programa Nome Limpo — projeto para quitar débitos de consumidores do Serviço de Proteção ao Crédito- como dito anteriormente é um dos principais carros da campanha de Ciro.

Na avaliação do pedetista a proposta é possível e ajudaria o cidadão que não consegue pagar a dívida a vista, a quitá-la em parcelas com menos juros. Sobre as dúvidas de viabilidade do projeto comentou que as críticas devem-se principalmente porque “a elite brasileira não aguenta coisa para pobre”.

Ciro Gomes defendeu seu argumento baseando-se no Refis como um projeto semelhante apoiado pela direita. “É um programa de refinanciamento das dívidas com o tesouro nacional, aquilo não é crédito, é dinheiro dado do povo para barão e para rico e ninguém diz nada”, criticou.

Corrupção

Durante a sabatina Ciro mencionou o PT e o PSDB como partidos que uma parcela da população não confia mais em razão dos escândalos de corrupção. “As duas superestruturas do PT e do PSDB se afundaram na corrupção, afundaram na falta de projeto para o país, afundaram na indignação popular com intensidades variadas no tempo”.

Pelo seu ponto de vista, a descrença na política brasileira e o medo da população alavancaram o Bolsonaro como candidato. Citou como exemplo a frase dita pelo candidato do PSL “Bandido bom é bandido morto” que não propõe nada porém agrada um povo ‘com medo no coração e zangado com absoluta inconsequência dos poderes públicos ao prevenir a violência’.

Também foi questionada sua relação com o PT e especificamente com Lula, atualmente preso. No assunto, elogiou o governo do petista por seus projetos sociais, ao mesmo tempo que criticou algumas atitudes como a reconciliação com Eduardo Cunha e o loteamento da Petrobras. De modo que, manteve-se em cima do muro.

“O petista raiz é o que acha que Lula é Deus e o coxinha raiz é o que acha que o Lula é satanás. Ele não é nem uma coisa, nem outra”.

Previdência

Após ser questionado pela jornalista do Estadão sobre a Reforma Previdenciária, Ciro posicionou-se contra, apesar de acreditar que uma mudança no modo de captação é necessária.

Ao seu ver, o regime de repartição — geração jovem trabalhando para financiar a população mais velha — que o Brasil adota está ultrapassado e não condiz com a atual realidade demográfica do país.

Propôs como solução a criação de um novo regime, no qual cada trabalhador poupa a própria aposentadoria, parte captada compulsoriamente e parte voluntariamente. Para implementar seria necessário um início misto para que quem esteja atualmente no sistema não seja prejudicado.

Educação, ciência e tecnologia

Quando questionado sobre o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, o candidato Ciro Gomes aproveitou para falar sobre os investimentos em educação, ciência e tecnologia e para criticar categoricamente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 95, mais conhecida como PEC do Teto de Gastos. Ciro afirmou que é um absurdo “manter a proibição de investimentos em educação, saúde, segurança, ciência, tecnologia, cultura, moradia, estrada, porto, aeroporto, ferrovia e tudo o mais que imaginarem, por 20 anos, salvo o nominal do ano passado mais os 3% da inflação”. O pedetista considera que o orçamento apresentado nas campanhas de todos os candidatos somente poderá ser cumprido se a PEC em questão for revogada e prometeu cancelar a mesma caso seja eleito.

Segurança

No bloco de perguntas temáticas sobre segurança pública e nacional, o candidato Ciro Gomes fez duras críticas as propostas de armamento da população civil, defendidas principalmente pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Ciro alertou para o fato de o Brasil ser um dos países que mais mata com armas de fogo no mundo e disse que a situação da segurança deve ser resolvida com inteligência, e não com o confronto armado. “Imagine dentro de um ônibus três a quatro pessoas que possam comprar um revólver, entra um assaltante e três ou quatro decidem atirar dentro do ônibus. Isso é velho oeste, é baboseira. Isso de fazer apologia de arma. A indústria armamentista ganha com isso. Aí tem”, disse o candidato do PDT. Além disso, Ciro Gomes também afirmou que é preciso uma guarda nacional tecnologicamente sofisticada com satélites, georreferenciamento, sensores e drones para resolver os problemas nas fronteiras do Brasil, a fim de auxiliar o trabalho do Exército brasileiro nessa área.

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