Segurança, corrupção e fake news em debate

Às vésperas do 1º turno, trouxemos diferentes pontos de vista para debater sobre os assuntos mais falados quando discutimos eleição

Confirma ESPM
ConfirmaESPM
3 min readOct 6, 2018

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Texto por Luiz Mihich

Leandro Narloch, Renato Machado e William de Jesus (da esquerda para a direita), durante debate promovido pelo Confirma no estúdio de rádio da ESPM-SP

O Confirma ESPM promoveu um debate para discutir alguns dos temas mais
polêmicos que estão em pauta nestas eleições gerais. O programa contou com
a presença dos convidados Leandro Narloch, colunista da Folha de S.Paulo,
Renato Machado, cartunista do jornal Extra e William de Jesus, representante
das pessoas com deficiência do PSOL de São Paulo.

Quer saber mais? Veja aqui a síntese do que foi dito e ouça o
podcast dos três blocos do programa.

Segurança Pública

Os convidados divergiram quando questionados sobre a questão do estatuto do desarmamento. Narloch defendeu que o direito do porte de armas faz parte das liberdades individuais, portanto as pessoas deveriam ter o direito de escolha. Além disso, na visão dele, as coisas não estão dando certo e a violência é imensa no país, considerando que hoje, o porte de armas é ilegal para o cidadão comum. “Talvez algum acesso mais facilitado, não sei se eu sou tão radical quanto o Bolsonaro, mas principalmente para as mulheres”, disse.

Narloch ainda completou afirmando que “armas para as mulheres são um fator equalizador” e são elas que irão deixar a mulher tão forte quanto o homem. Mais tarde, o jornalista ainda citou algumas estatísticas que, na sua opinião, comprovam que não existe uma regra relacionada ao porte de armas.

Ele citou que na Suíça, por exemplo, a lei do porte legal funciona, já na Inglaterra, a lei do desarmamento também funciona. Machado disse concordar em partes com as afirmações de Narloch. Na opinião dele as armas não garantem segurança ao cidadão. “Eu vejo muita gente falar que os Estados Unidos são muito seguros. Mas eu não associo a segurança lá com o fato de a pessoa andar armada”. E completou: “com este bando de atentado que a gente vê, como seria se estivesse todo mundo armado?”.

Jesus discordou drasticamente das afirmações de Narloch. Na opinião dele, a proposta armamentista é nociva e sem sentido algum. “Se botar arma na mão do cidadão resolvesse o problema da segurança pública, o mundo estaria um céu de brigadeiro.” Ele afirmou que a ideia de tentar resolver o problema da violência com mais violência não faz sentido algum.

O debate sobre o tema ainda contou com a participação de Rogerio da Cunha, dirigente MTST, que disse ver esse debate com muita preocupação e se posicionou radicalmente contra o porte de armas.

Corrupção

No início do bloco, o procurador da República Luiz Antonio Amorim fez algumas pontuações em relação ao combate à corrupção. Ao ser questionado em relação a uma possível aceitação do povo perante tantos escândalos de corrupção, Narloch afirmou que entende que a população está mais intolerante do que antes.

Machado concordou com as afirmações do jornalista relacionadas à intolerância do povo quando se trata de corrupção. Para ele, as pessoas já estão de “saco cheio” de corrupção. O cartunista ainda afirmou que a corrupção precisa começar a ser reprimida em todas as esferas, não são só os políticos que são corruptos hoje, até aquele cidadão que estaciona o carro em vagas de deficientes deve ser punido. Jesus concordou com as afirmações de ambos os convidados ao tratar de corrupção.

Por fim os três convidados criticaram um possível discurso moralista de muitas pessoas, que para eles, apesar de muito bonito, não funciona.

Fake News, Desinformação e Pós-Verdade

O terceiro e último bloco contou com a participação especial de Carlos André Nunes, conselheiro da OAB de Goiás e professor de redação jurídica. O professor deu uma breve explicação do fenômeno da pós verdade logo na abertura da terceira parte do programa.

Ao ser questionado sobre um possível impacto das fake News nas eleições brasileiras, Narloch, concordando com o professor, afirmou que o fato de as pessoas acreditarem cegamente em toda informação que lhes convém, mesmo que sejam inverdades, é sim um risco.

Machado concordou com todas as afirmações citadas anteriormente e criticou essa crença cega das pessoas em toda informação que lhes agrada e faz oposição ao pensamento oposto ao seu. Por fim, de Jesus afirmou que as fake news “às vezes podem matar”.

Esta produção foi feita com uso de ferramenta para análise de publicações nas redes sociais fornecida pelo Stilingue em parceria com o curso de Jornalismo da ESPM-SP

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