Gordofobia, gordelícias e ansiolíticos naturais

Garçon Conservador
Conservadorismo de Botequim
4 min readOct 9, 2019

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Cléo Pires viveu estes últimos anos se aproveitando da exposição do seu talentoso corpo e do seu empoderado estilo de vida na internet. Principalmente das polêmicas sexuais que fizeram a festa das redações dos sites de fofoca e badalação de celebridades.

Seu “começo” desta lucrativa carreira foi justamente anunciando que estava menstruada durante o seu ensaio para a Playboy. De lá pra cá a atriz se tornou referência em declarações pra escandalizar a família tradicional brasileira.

Namoro, traição, amizade colorida, sexo tântrico, menàge, algemas, suruba… A jovem e quilometrada Cléo demonstra ter experiência e sabedoria de sobra sobre os assuntos mais picantes sobre sexualidade, drogas e outras baboseiras progressistas.

Passados alguns anos porém, a dissonância cognitiva necessária para criar esta personagem começou a cobrar seu preço, na forma de depressão, ansiedade e 20 quilos a mais.

Arroz, feijoada, contra-filé, pão de queijo, cacetinho, pastel, broa de milho, misto quente, hot dog, pizza, x-tudo, macarronada de domingo. O cardápio da família tradicional brasileira.

A revelação do seu novo shape causou a seguinte reação entre seus 10 milhões de seguidores: chamaram ela de gorda!!! Fico imaginando o que ela achou que aconteceria em um perfil de rede social cujo público é constituído de punheteiros, noveleiros e baba-ovos de celebridades.

Ela, que sempre foi modinha, agora sentiu no próprio tecido adiposo o peso de estar fora do padrão de beleza. E devido aos “ataques” que sofreu, Cléo foi parar no único lugar possível nessas horas - não, não estou falando do Vigilantes do Peso, estou falando do Fantástico. O famoso safe space dos globais, para desabafar, chorar e dar mais uma lacrada.

Insatisfeita consigo mesma, mas incapaz de perceber que é parte do problema, a saída foi continuar errando e fazer o jogo do progressismo: falar de body shaming e jogar a responsabilidade de suas más e deliciosas escolhas alimentares na sociedade e no patriarcado.

Cléo no Fantástico, explicando que ela pode falar o que quiser, e que você não deve fazer o mesmo.

Aliás, anotou? Body shaming. O Fantástico trouxe mais um novo verbete direto dos porões da escola de Frankfurt para a casa da família tradicional brasileira.

Se a Cléo agora se considera uma gorda woke cheia de virtude, quero saber se ela topa uma orgia com gordos. E veja bem, não estou falando em enlouquecer com a cartela de descontos do Burger King!

Será que ela sente saudades do CBO que nem eu?

Duvido! Sabe porquê? Porque a Cléo vai continuar na mesma. A grande verdade nesta história toda é que 9 em cada 10 mesas de boteco estarão discutindo o quanto a Cleo continua gostosa. Ou seja, exceto o tamanho de suas roupas, uns 20 mg de Escilex pra depressão e umas lipos doloridas, se ela assim desejar, nada terá mudado no mundo real do brasileiro que ama umas curvas, incluindo as perigosas.

Deve ser verdade quando disse no Fantástico que ela não está feliz consigo mesma.

A única mesa que não deve estar discutindo isso é a das feministas. Estas devem estar mais preocupadas em discutir se a Cléo se achar gorda é algum tipo de gordofobia reversa ou se por ela ser branca, rica e portanto uma privilegiada, deveria ter lugar de fala e tirar o protagonismo das manas pretas e pobres de coletivos como o “Vai ter gorda na praia” na luta contra padrões estéticos opressores… tudo isso enquanto comem asinhas de frango empanadas e batatas fritas com queijo cheddar.

Vai ter gorda na praia é um movimento para lembrar à sociedade de algo que existe desde a primeira banhista no mundo.

Nós aqui do Botequim Conservador desejamos que ela volte a ficar feliz com o próprio corpo, desista de ficar educando os outros como essas gordas chatas pra cacete, e continue povoando o imaginário dos polenteiros desse nosso país viril com suas declarações tão picantes quanto os Whoppers Furiosos que ela deve ter comido nestes últimos meses.

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