Quem ainda liga pra cavalheirismo?

Garçon Conservador
Conservadorismo de Botequim
4 min readDec 21, 2020

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A Inglaterra pode ser considerada a capital moderna do senso comum, e há na língua inglesa um provérbio atribuído a um diretor de colégio chamado William Horman, que viveu entre 1440 e 1535, que diz o seguinte “manners maketh man”. A ideia porém pode ser considerada ainda mais antiga.

Em inglês moderno, “manners make us man”. De forma menos literal, pode ser dita como “a polidez, a civilidade as boas maneiras são essenciais para a humanidade”.

No contexto da masculinidade, considerando as gerações atuais de garotos que carecem de boas maneiras, que não exibem um bom senso de etiqueta, postura, tolerância, gentileza e respeito pelos outros seres humanos, principalmente mulheres e idosos, pode-se concluir que é o cavalheirismo que faz um bom homem.

Porém num mundo onde clama-se pela liberdade de se expor sem julgamento a delicadeza e a afetação de homens modernos e emasculados “por teorias sociais”, estas mesmas pessoas demonstram aversão, repúdio e ímpetos de censura à qualquer demonstração da masculinidade natural à qual eles covardemente decidiram denominar de tóxica.

Ao mesmo tempo que a heteronormatividade é cancelada pela turma de unicórnios e borboletas do fofuralismo uma nova versão de masculinidade, a qual podemos chamar de heteroflex ou “homens arrombados” é vendida como solução para o Ocidente através da elaboração de termos e teorias comportamentois (teses de doutorados fabricadas nas federais) que no fim das contas não passam de homossexualismo enrustido do começo do século XX (goys, bromance, abrossexualidade, homens que usam maiô/saia/maquiagem/lingerie…).

Basicamente enquanto a militância LGBT, as caminhoneiras misandricas e mulheres mal comidas dizem que “homens não prestam”, gente retardada como a deputada comunista Maria do Rosário e mulheres educadas pela Central Globo de Jornalismo, acreditam que meninos devem ter uma educação de mocinha para aprenderem a ter responsabilidade, incluindo brincar com bonecas e outros itens “do lar” que elas mesmas não querem mais dar para as suas filhas. É como se o maior problema da humanidade não fosse a fome, a miséria e o tráfico sexual, e sim “quem vai trocar a fralda da Valentina”.

Induzir homens a serem delicados em vez de fortes porém protetores é uma das maiores aberrações que uma mãe pode fazer a um filho.

Voltando à questão do cavalheirismo e a Inglaterra, é bem conhecida a cultura da figura do gentleman no Império Britânico, onde proliferavam clubes e associações destinadas a promover esse estilo de vida através da manutenção de um ambiente destinado aos estudos, à socialização, jogos, e pequenos prazeres como destilaria e fumo. No entendimento daquela sociedade, eram de extrema importância para sua perpetuação.

Já no entendimento da nossa, práticas que devem ser abolidas, exceto a maconha, claro.

Apesar dos clubes de cavalheiros serem em sua maior parte iniciativas de classes mais altas, suas atuações influenciavam positivamente o restante da população. O papel decisivo do Império Britânico nas guerras mundiais não pode ser desassociado da figura do gentleman. Churchill era um.

Hoje em dia, com a popularização das redes, é possível acompanhar centenas de publicações que resgatam e compartilham informações sobre como um homem de verdade deve ser portar. Regras e etiquetas para você ser respeitado e saber respeitar e conhecimento que outrora já foi considerado senso comum (termo que obviamente também é demonizado pela militância progressista).

Prova de que a cultura do cavalheirismo funciona também em tempos “de paz” é a adoção de tais clubes em escolas americanas de bairros mais pobres. Jovens, em grande parte negros, são convidados a ingressar nestas versões colegiais dos clubes aristocratas e os resultados sãos justamente os esperados: melhora no comportamento, no desempenho escolar e diminuição do envolvimento com gangues e o crime organizado.

O cavalheirismo também sempre fez parte da cultura pop, se manifestando em filmes românticos, westerns, e principalmente na franquia 007, tendo seus protagonistas como exemplos de masculinidade, postura, elegância e ao mesmo tempo força, determinação, inteligência e bom humor.

Mais recentemente os filmes da franquia Kingsman, elogiados por ser uma produção voltada para o entretenimento do público masculino, retrataram o “gentleman inglês” de maneira divertida, moderna e extremamente positiva.

Tanto, que na primeira cena de ação, um certo cavalheiro moderno com o sugestivo codinome Galahad, vestindo terno, óculos quadrados e guarda chuva, faz questão de citar a frase do começo desse texto, antes de enfiar a porrada em meia dúzia de vagabundos de uma gangue local. E tudo isso porque ele pediu educadamente que o deixassem em paz bebericando uma majestosa caneca de Guinness.

Entre as opções “criar meninos super sensíveis” e “criar cavalheiros” acho que está bem clara qual é a opção correta. Na dúvida, pare pra ouvir a mulherada na rua e veja o que mais elas reclamam, se é da falta de homens para trocar fraldas, ou se é da falta de homens.

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