O que a sua startup deveria saber: 7 aprendizados que tivemos ao construir o maior mapa de construtechs do brasil.

George Lodygensky
Construtech Ventures
6 min readJan 31, 2018

O intuito desse post é apresentar algumas dicas que ajudem no posicionamento e marketing de novas startups que atuam na cadeia da construção.

Mais de 250 startups brasileiras da indústria da construção e imobiliário mapeadas.

Mapa de Construtechs

Quando começamos esse trabalho 11 meses atrás miramos em mapear 1000 construtechs e proptechs no mundo todo. Claro, não existem apenas 1000 startups, mas esse foi o primeiro passo para contemplarmos as principais empresas inovando na cadeia da construção.

Desse número constatamos que 268 delas são brasileiras. Um número surpreendente em um país que só agora começa a sair de uma profunda crise e que apresentou uma retração de 6% em 2017. Esse número vem crescendo nos últimos 5 anos o que demonstra que a necessidade abriu espaço para inovação.

É importante trazer um breve contexto: quando digo cadeia da construção me refiro desde a extração de insumos para a obra até a reforma e decoração de um imóvel já finalizado e vendido. Essa cadeia de valor também inclui o setor imobiliário, logo, proptechs. Leia mais sobre isso nesse post.

O próximo passo então foi estudar, categorizar e compilar cada uma das startups mapeadas.

Aprendizados

Nesse processo, identificamos erros recorrentes na comunicação e marketing das construtechs poderiam ter sido evitados pelos founders. Por isso reunimos 7 aprendizados e dicas na intenção de promover uma onda cada vez mais forte de construtechs.

1. Um nome simples, mas único, ajuda

Depois de estudarmos e avaliarmos centenas de startups, uma coisa ficou clara. Nomes de startups são intrigantes. Embora sejam uma peça chave em transmitir ou aludir à solução oferecida, muitas startups apostam num nome pouco prático.

Temos alguns bons exemplos de nomes no mercado que vão direto ao ponto mas ainda assim se mantém únicos como: CoteAqui, QueroQuitar!, Vendo Meu Terreno. Arrisco dizer que você já acertou a solução que elas entregam.

No entanto, vemos muitas vezes nomes tão óbvios que chegam a ser genéricos demais. Outras vezes são uma combinação de palavras americanizadas cujo produto final não conta a seu favor.

Um founder de uma startup que gostamos muito nos contou uma vez que tiveram que pivotar o nome da empresa devido à ser impronunciável para seus clientes no dia a dia. Para entender melhor: imagine que você está fazendo o pitch da sua startup, digamos QuoteHere — pelo telefone para um cliente que não fala inglês. “Côôterir?” você ouve do outro lado da linha e os próximos 5 min são você tentando soletrar o seu nome fantasia.

Por isso, invista em nomes claros e concisos que transmitam uma mensagem ou conceito para o seu público — lembre-se sempre de levá-los em consideração. Simplifique e a sua startup terá mais chances de estar na ponta da língua do seu investidor.

2. Conheça a competição

Muitas startups que conhecemos e conversamos, frequentemente, afirmavam não terem competidores. Na maioria das vezes essa afirmação é encarada com desconfiança pelo investidor.

Se você analisar o Mapa das Construtechs, perceberá que a grande maioria das categorias encontram-se bastante preenchidas. Por tanto, afirmar que você não possui competidores transmite certa ingenuidade. Vivemos num mundo de hipercompetitividade.

Um investidor não vai se assustar ao constatar que você tem competição. O que ele quer descobrir é como e porque você está muito mais apto do que o seu concorrente para preencher aquele mercado. Bancos de dados e listas como o Crunchbase, AngelList e CBInsights são ferramentas de pesquisa poderosas para tal fim.

3. Explique bem o problema que você resolve e a sua solução

Conhecemos inúmeros founders que focam demasiado em sua solução e pouquíssimo no problema que se propõem a resolver. Já ouviu falar numa “solução procurando problema?” A isso que me refiro.

Entendemos que uma ideia inovadora precisa estar acompanhada de um problema importante que impacte muita gente. Esse tipo de configuração ajuda a alavancar o sucesso da startup. Em outras palavras, mesmo se você conquistar míseros 1%, se for de um mercado grande, as chances de você ganhar muito dinheiro são bem maiores.

Informações como o tamanho de mercado (TAM), grau de dor do cliente e escalabilidade do produto variam de problema para problema. Empreendedores que não detém essas informações ou falham em transmiti-las no pitch, muitas vezes podem perder uma oportunidade de aporte.

4. Conheça seu cliente

Como mencionado antes, qualquer solução visa resolver a dor de alguém. Dessa forma o empreendedor precisa conhecer seu cliente, mais do que ele conhece a si mesmo.

Diversas vezes, quando esbarramos em uma startup em estágio inicial, seja desenvolvendo seu MVP ou validando sua hipótese, percebemos pouco foco em validar com o cliente e mais em sonhar a ferramenta perfeita. Conhecer exatamente quem é o seu cliente vai te ajudar a mostrar para o seu possível investidor porque a sua startup encontrou uma oportunidade única.

Uma forma de evitar isso é ter sempre a resposta para algumas perguntas chave:

  • Para quem você está criando valor?
  • Quem é o cliente pagante?
  • Quem é o usuário?

Pense nas personas que compõe os seus clientes, procure ser o mais específico na descrição deles. Caracterize cada segmento: demográfico, financeiro, comportamental, etc.

Claramente, existem diversas outras respostas que o investidor vai buscar. O ponto aqui é: seja direto e evite vender uma ferramenta perfeita. Traga o núcleo e mostre que seus clientes realmente acreditam nela.

5. A primeira impressão importa

É claro que conhecendo apenas o logo e site de sua startup nenhum investidor vai lhe entregar um cheque. No entanto, o seu site frequentemente é o primeiro ponto de contato entre você e um possível investidor ou cliente. Portanto, é o seu cartão visitas.

Um site pouco profissional ou feito às pressas, frequentemente passa uma visão amadora à quem quer que esteja olhando. Mas a solução está longe de ser só investir na aparência do site. Um dos grandes problemas que vimos durante a análise de dezenas de startups foi: não era possível entender o que a startup fazia.

Por mais que a sua solução seja complexa, a não capacidade de sintetizar o que a sua startup faz e qual a sua proposta de valor, leva o investidor a concluir o que ele quiser. Pior ainda, pode passar a ideia de que seu modelo ainda não está definido ou seu cliente potencial não converter, por não entenderem a solução.

Nossa recomendação é utilizar frases curtas, ícones, jornadas visuais. Evite o complexo!

6. Mas é o valor gerado que conta no final.

Pode parecer que estamos insinuando que para atrair o investidor, o foco da startup deve ser estética e marketing. Isso não poderia estar mais longe da verdade.

No Construtech Ventures, assim como outros venture capitals, vamos muito além disso. Olhamos para startups que já possuem pelo menos um MVP e entendem muito bem qual a dor do cliente buscam resolver.

Em outras palavras, só site bonito não vai gerar deal. Portanto, lembre-se de ir direto ao ponto. Mas se você puder fazer isso com uma boa apresentação e visuais apelativos, ninguém vai reclamar.

7. Ainda existe muito oceano azul

Por fim, esse é o aprendizado mais importante dentre todos. E é o mesmo motivo por trás do nosso braço venture builder. A cadeia da construção e o setor imobiliário estão entre os mais defasados e ineficientes dentre todos os mercados.

Existem milhares de oportunidades para se atacar. percebemos que, embora existam algumas categorias de solução extremamente populosas, as proptechs e construtechs que estão por surgir têm muito potencial.

Conclusão

Se você quer tirar seus próprios aprendizados, não deixe de dar uma olhada no nosso Mapa de Construtechs. E se quer entender mais sobre o que a Construtech Ventures está fazendo dê uma olhada no nosso site.

Originally published at construtechventures.com.br.

--

--

George Lodygensky
Construtech Ventures

Investment Analyst da Construtech Ventures: O primeiro venture builder do mundo na indústria da construção e imobiliário.