A Mulher na Contabilidade | Guia de Sobrevivência C&I
Para racionalizar (um pouco) o bonde da polêmica.
Guia de Sobrevivência da C&I voltou para mais um episódio. Nossa missão é colecionar os melhores links, feitiços e poções para combater você-sabe-quem sempre que algum tema polêmico aparatar nas timelines.
Sim, para satisfazer nosso lado nerd referências a Harry Potter vão ser utilizadas neste texto aproveitando o Halloween.
Só que desta vez eu, Denis Campoi, ficarei apenas por aqui. Deixarei para a Jéssica Hitomi a missão de continuar esse post. E já aviso, hoje o manual está diferente e especial.
Mas primeiro gostaria de contar como esta edição chegou até você:
Neste ano, principalmente por conta das grandes empresas de consultoria / auditoria, uma série de campanhas sobre diferença de gênero no mercado de serviços financeiros me impactaram. Deloitte , KPMG, PwC e EY especialmente, se esforçaram para transmitir a preocupação com o equilíbrio entre homens e mulheres.
Eu, vivendo esta atmosfera, achei ótimas as iniciativas.
Nesta última semana, entretanto, um artigo me ofereceu um contexto bem maior em relação aos problemas estruturais que nosso setor tem em relação às mulheres:
The overt sexism of earlier times may have been stamped out, but unconscious biases and gender-role expectations that disadvantage women have not.
(…) financial services firms must actively seek to change their corporate cultures. Otherwise, they will only continue to lose the talents of the financial industry’s many women, and the trust of their female clients.
O texto e as posteriores discussões junto com a Jéssica Hitomi e com Isadora Nascimento me fizeram enxergar um pouco melhor essa questão e motivaram a organizar essa edição do Manual.
Há muito o que se mudar, desconstruir e pensar a respeito do assunto. mesmo que esse MdS esteja lotado de referências a Harry Potter não há soluções mágicas.
Polêmica:
A Mulher na Contabilidade.
por Jéssica Hitomi
Batalha incansável
Lava, passa, cozinha, estuda, cuida dos filhos, manda relatório, cumpre cronogramas, almoça com o cliente, atende o chefe e bate metas.
Pequenas batalhas de todo dia de … uma mulher… espere, de alguns homens também, mas por que instintivamente pensamos na mulher?
Eu particularmente também tive essa visão. Então, o que acha de desconstruirmos juntos esse pensamento e formar novas opiniões?
Abaixo temos uma enxurrada de posts interessantíssimos que talvez nos ajude a enfrentar e nos preparar para o desafio final.
Nível Chapéu Seletor:
Para quem quer ter respostas para as perguntas mais imediatas.
Dois textos e um “Mamilo”… começando com baby steps, porque até o chapéu seletor precisa de algumas dicas para saber para qual casa você iria!
“Se um serviço é executado e entregue, porque o que tem entre minhas pernas é o que decide o quanto mais ou menos vou ganhar??? #frustrada”
Nível Bruxo Formado:
Para quem passou sete anos em Hogwarts, já prestou os N.I.E.M.s e N.O.M.s e procura um emprego no ministério da magia.
Você graduado terá dois “Mamilos” e dois textículos (desculpem, não resisti a piada) para criar feitiços de proteção contra as maldições e azarações das redes sociais.
Expeliarmus!
Nível Mestres Bruxos:
Para aqueles experientes no combate contra as trevas.
Combatentes das trevas! Selecionamos os melhores estudos e dados da seção restrita da biblioteca de Hogwarts para te auxiliar na batalha do pensamento fechado e de opinião formada.
E em Ciências Contábeis? Com base nos dados de 361 mulheres e 605 homens a diferença salarial foi de R$ 1.092 ou 20% de diferença
The accountancy profession is rated particularly highly by women and working mothers
Bônus Track:
Depoimentos
Quando eu era pequena, eu entendi muito cedo que o meu crescimento profissional era uma meta tão importante e ocupava um lugar de tanta relevância na minha vida quanto um casamento ou a constituição de uma família. Minha mãe me ensinou a ler e a estudar e acompanhou minhas notas durante todo meu período escolar.
Eu disse que faria faculdade assim que aprendi a falar.
Muitas mulheres no ambiente corporativo têm uma vivência parecida com a minha. Na minha sala de aula da graduação em ciências contábeis e até recentemente na pós-graduação, a maioria é feminina. No mercado de trabalho não são poucas as mulheres que compõem equipes contábeis.
Mesmo assim, eu não lembro de ter lidos muitas publicações de balanços patrimoniais assinados por mulheres.
Nós estamos mais presentes no mercado de trabalho sim, mas ainda engatinhamos na igualdade de gênero quando se trata de cargos de mais altos.
Eu acredito, enquanto feminista, que a ocupação de mulheres em cargos mais altos no mercado de trabalho de maneira geral só será possível por meio de uma mudança cultural nas empresas e na sociedade.
Nós alcançamos muito progresso nos últimos anos, mas ainda é fato que mulheres enfrentam muito mais barreiras no ambiente profissional. Mulheres são ainda avaliadas em inúmeros quesitos que homens não são.
Diariamente, nos esforçamos em manter uma postura que diga que não somos emocionais demais, confiantes demais ou que nos posicionamos demais em decorrência de toda carga de preconceito que enfrentamos. Existe até mesmo um estudo que aponta que o uso de maquiagem influencia no salário de uma mulher.
Além disso, existem fatores de ordem pessoal que também afetam na vida profissional da mulher. Diversas mulheres enfrentam dificuldades muito grandes em conciliar maternidade com a carreira, por exemplo, por falta de flexibilização de horários e rotina por parte das empresas. Muitas delas também não recebem apoio de seus companheiros para que tenham mais equilíbrio entre vida familiar e profissional (inclusive segundo Sheryl Sandberg, executiva do facebook, ter um companheiro colaborativo é uma das similaridades entre todas as executivas de grandes empresas no mundo). Nós continuamos exercendo mais tarefas nos cuidados dos filhos e da casa do que os homens, mas agora também temos e-mails para responder, cronogramas para cumprir, reuniões para comparecer.
Como mulheres no mundo profissional, ainda enfrentamos uma série de obstáculos, e com isso só posso dizer que a nossa “revolução” (no sentido de termos conquistado a inserção no mercado profissional) está incompleta. É necessário que a sociedade dentro e fora do mundo corporativo se adapte ao perfil de mulher estabelecido atualmente e forneça para essa mulher um contexto mais favorável para que ela tenha condições plenas de alcançar seus objetivos profissionais.
Contadores tem que se comunicar mais. Ainda mais nós mulheres.
Aproveite este Manual para se fazer ouvida. Utilize o Response abaixo para nos mandar seu depoimento de como é ser mulher na contabilidade.
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