Fechamento da Semana:

A Saúde Mental do Contador | SEC / PCAOB com Trump | O Keynote da CEO da Deloitte

Denis Campoi
Contabilidade & Inovação
7 min readNov 18, 2016

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[FdS #3] | 18/11/2016

Fechamento da Semana é uma Newsletter com os melhores textos do universo contábil e eventualmente algo fora dele. Links para zerar a conciliação dos dias de trabalho e abrir um razonete para o final de semana.

Fala Mestres… Mais uma semana fechada que, apesar de curta, foi pesada. Aproveitamos a parada do feriado para dar uma nova cara a revista: Temos um novo logo e banner de fundo. Gostaram? Críticas e elogios nos comentários.

Nesta edição teremos:

* O Contador e o Equilibrista:

Estudos sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e indicadores sobre a saúde mental de contadores.

* O Futuro da SEC e PCAOB e a Administração Trump:

Saída da presidente da SEC e uma análise sobre os possíveis impactos do governo Trump sobre o PCAOB

* Keynote de Cathy Engelbert, CEO da Deloitte:

Futuro da Auditoria: Inventários executados por Drones, Automação e Inteligência Artificial e a tendência dos indicadores não-Gaap.

* Gráfico da Semana:

Evolução da proporção de Honorários de Auditoria nos últimos 14 anos.

O Contador e o Equilibrista:

Estudos sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e indicadores sobre a saúde mental de contadores.

Eu comecei o curso de Ciências Contábeis em 2008 e comecei a trabalhar com auditoria em 2009. Perdi a conta de quantos amigos e colegas se afastaram por conta de esgotamento. Este parece ser um problema crônico na nossa área, e que tem cada vez mais me preocupado.

No ano passado li uma matéria com alguns indicadores da saúde mental de contadores no Reino Unido muito interessantes. Segue link para a matéria e alguns dos dados destacados:

32% of accountants feel stressed in their day-to-day life and a further 17% have been forced to take time off due to stress.

One in five (18%) in the wider workforce said they had developed depression as a result of workplace stress, while a quarter (26%) had developed anxiety.

Nesta semana li uma outra pesquisa semelhante sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional do contador americano. Destaco abaixo algumas conclusões do autor, a tradução livre é nossa:

Conflitos entre família e trabalho e burnout são maiores entre empregados de Big 4.

Contadores em posições maiores apresentam menores taxas de burnout do que os empregados em funções menores.

Ver novamente dados sobre este tema me fizeram a procurar estudos semelhantes para o Brasil. Encontrei o seguinte estudo com estudantes de último ano de contabilidade:

A pesquisa mapeou através de questionários os riscos de burnout com estudantes do último ano de ciências contábeis. Analisando as dimensões que caracterizam a síndrome: Exaustão Emocional, Despersonalização e baixa realização profissional.

Separou os respondentes em 3 grupos: Alteração em uma das dimensões (G1); Alteração na Exaustão Emocional e mais um dimensão (G2) e Alteração nas três dimensões (G3).

Extraí algumas informações e números do estudo que gostaria de destacar abaixo:

Lendo todo estes materiais me salta aos olhos como o contador sofre pressões imensas contra a sua saúde mental. É um tema bem importante para discutirmos e que muitas vezes silenciamos.

Gostaria de abordar ainda com mais detalhe esse tema. Fica a promessa de fazer um Manual de Sobrevivência sobre isto.

Para não encerrar este assunto com um tom pessimista, lí também nesta semana uma análise escrita pela Maria Castañón Moats, líder de auditoria na PwC dos EUA que defende que a inovação e o avanço tecnológico na nossa área possibilitará uma condição de trabalho mais saudável e flexível. Veja

By automating much of the routine, non-judgmental work that used to dominate hours of time, auditors get to focus on thought-provoking challenges and insights. As a result, they find themselves doing more interesting work earlier in their careers — ultimately making their work more enjoyable. As the cycle of the audit is year round, there is steadier workflow and better quality of life. “Flexible” schedules are now actually able to be flexible.

* O Futuro da SEC e PCAOB e a Administração Trump:

Saída da presidente da SEC e uma análise sobre os possíveis impactos do governo Trump sobre o PCAOB.

No último FdS mencionamos que a principal influência para a contabilidade da eleição de Donald Trump se daria pelas suas indicações à SEC. Nesta semana tivemos a seguinte notícia:

White é a primeira funcionária com cargo de confiança a renunciar ao posto, diante do término do governo Barack Obama, após a vitória de Donald Trump na semana passada.

Também lí nessa semana uma análise do ótimo Going Concern sobre o que poderia ocorrer no PCAOB, órgão que regula os serviços de auditoria nos EUA, com o novo presidente. Veja:

His transition team has assigned former SEC commissioner Paul Atkins to deal with the independent financial regulators. Atkins testified against the SEC in its case against the Big 4 in China, and in public comments has been critical of the PCAOB. I think it is safe to say he will be looking for regulators with a lighter touch.

I expect we will see a new SEC Chairperson soon, and that chairperson will be much more business friendly and a lot less investor friendly.

* Keynote de Cathy Engelbert, CEO da Deloitte:

Futuro da Auditoria: Inventários executados por Drones, Automação e Inteligência Artificial e a tendência dos indicadores não-Gaap.

A CEO da Deloitte falou nesta semana para executivos financeiros sobre diversos temas que tem sido uma constante aqui na C&I. Separamos algumas falas de destaque desta apresentação, veja:

“In the next five or six years I think that the accounting and auditing profession will change more than it has in the last 30 since I have been here”

“If you think about financial reporting and accounting, there’s a lot of compilation, compiling information and putting it together in templates, and that can all be automated through robotic process automation.”

“This might sound a little sci-fi to you, but drones could go do physical inventory observations.”

“by 2020 the estimates are that 20 percent of our workforce will be contracted through the open talent network.”

“Only about 5 percent of companies in the S&P 500 reported their 2015 results using only GAAP measures, compared to 25 percent in 2006.”

Recomendo a leitura completa da matéria para maiores detalhes:

* Gráfico da Semana:

Evolução dos Honorários de Auditoria nos últimos 14 anos.

Estreiando uma sessão fixa para a Newsletter. Gráficos! A idéia é trazer um gráfico interessante a cada semana. Podendo ser sobre a nossa área ou não.

Eu pessoalmente adoro gráficos, acredito inclusive que nós, contadores, deveríamos usá-los mais.

O gráfico desta semana é a evolução da proporção do honorário de auditoria para as companhias asseguradoras. Este indicador é uma importante medida para se analisar a independência do auditor.

Acredita-se que quanto menor for a proporção dos honorários de auditoria perante o total de receita da companhia maior seria o risco de independência.

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Sobre o Autor:

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