Como uma ferramenta de design transformou o meu trabalho como UX writer

Lorrany Rodrigues
contabilizei-design
4 min readMay 28, 2020

O que eu descobri usando uma ferramenta comum de design para a produção de conteúdo para plataformas digitais.

Não é novidade que no mundo do UX writing ainda estamos aprendendo e descobrindo quais são as melhores técnicas e métodos de trabalho. Por isso, decidi compartilhar por aqui a minha experiência com uma das minhas principais ferramentas.

O antes

Nos primeiros projetos que atuei como UX writer usei basicamente o Google Docs para produzir, aprovar e compartilhar o conteúdo. Toda e qualquer alteração nas telas sempre tinham que passar pela designer da equipe para eu conseguir visualizar como seria o produto final.

Não foram raras as vezes em que tinha uma ideia diferente para o conteúdo em si ou para o seu formato e o jeito era mandar mensagem por chat ou falar diretamente com a designer pedindo pra ela testar e me mostrar o resultado. Confesso que normalmente ficava apreensiva e torcia para que minha explicação fosse clara o suficiente, mas a certeza só vinha com as imagens compartilhadas ou dando uma olhada na tela do computador da UX designer do squad.

Image from https://undraw.co/

Depois de centenas de conversas, inúmeros prints de telas e intermináveis pedidos de alteração e testes de conteúdo, eis que veio a ideia em uma pergunta:

“por que você não sobe as telas no Figma pra mim?”

Naquele momento, o Figma não era a ferramenta principal que a equipe de design utilizava para os projetos. Estávamos apenas testando para algumas demandas mais rápidas e que dessem mais autonomia, como a produção de headers de e-mails e alguns outros elementos mais simples. Mas foi assim… com uma pergunta comecei a estreitar minha relação com um dos meus atuais aliados na vida de UX writer.

O começo

Lembro que no início eu comecei a mexer sozinha no Figma, e quando precisava pedia uma ajuda para os designers da empresa (melhores pessoas ❤).

Sou formada em Publicidade e Propaganda e na época da faculdade, lá por 2010, comecei a ter contato e fiz alguns trabalhos usando Photoshop, InDesign e Corel Draw. É…são antigos eu sei. Mas muito provavelmente essa experiência prévia me ajudou a usar o Figma com mais facilidade e em menos tempo.

Image from https://undraw.co/

Isso significa que quem nunca teve contato com qualquer ferramenta de edição vai sofrer para começar a usar? Definitivamente não. Com uma meia dúzia de funcionalidades, ou menos, é possível se virar com a inclusão, alteração ou exclusão de textos de protótipos criados por designers.

Ainda tem algum receio de começar a usar essas ferramentas? Te conto mais um caso de sucesso: a outra UX writer da equipe tem formação em marketing e tinha zero experiência prévia com qualquer um desses softwares. Em pouco tempo ela conseguiu se virar com o Figma e hoje até se aventura a fazer alguns layouts simples quando é necessário.

O depois

Quando eu pedi que subissem as telas do projeto para o Figma, a minha intenção imediata era apenas conseguir testar algumas opções diferentes de conteúdo, sem ter que investir tempo de outra pessoa com uma agenda lotadíssima. Mas a medida que comecei a usar a ferramenta fui percebendo outros benefícios.

Autonomia e agilidade para testar o conteúdo

O ganho mais óbvio e claro veio do que me motivou a fazer aquela pergunta: agora eu era independente e tinha agilidade para fazer minhas próprias alterações, e principalmente meus próprios testes.

Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de conseguir me resolver sozinha. É eu ver uma oportunidade de aprender algo que vai me dar autonomia que meus olhos brilham, por isso não pensei duas vezes.

Além de conseguir me virar e contribuir para liberar (ou não lotar) a agenda de outra pessoa da equipe, usar uma ferramenta de edição tem me ajudado a exercitar a criatividade. Muitas vezes é quando estou editando ou testando um conteúdo que encontro novas possibilidades e propostas para o projeto.

Visão do todo

Por mais que eu produza todo o conteúdo de uma tela ou de um fluxo, é difícil ter a visão do todo através de um Google Docs. Por isso acredito que ver as informações na tela faz diferença.

É nesses momentos que eu acabo reparando em algumas repetições ou mesmo inconsistências que passaram no texto corrido. Também consigo entender que há alguma informação faltando ou perceber que tem algo sobrando.

Às vezes também consigo ver rapidamente no próprio Figma o que vem antes e o que vem depois do pedaço específico que estou trabalhando. Assim fica mais fácil manter a consistência na experiência de ponta a ponta.

Facilidade para compartilhar conteúdo

Quem produz conteúdo sabe que normalmente passamos por várias revisões e aprovações. Faz parte da minha rotina compartilhar o que produzo com pelo menos 3 equipes ou pessoas diferentes, e para darem a aprovação final precisam ter a visão do todo.

Poder compartilhar um link com a versão final das telas, inclusive de um fluxo, é realmente muito prático. E se eu precisar fazer algum ajuste, consigo fazer isso sozinha e depois só pedir para o designer checar o layout.

Hoje olhando para trás, acredito que o maior aprendizado que tive com essa experiência foi perceber que a ferramenta que os designers usam pra trabalhar também pode ser uma grande aliada para mim. Se puder, experimente!

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Lorrany Rodrigues
contabilizei-design

Conhecida pelo amor aos gatos, apaixonada por comunicação e comportamento, fã do México e UX writer.