Iniciando a carreira em Front-end através do TechTrainee

Alexandra Gropp
contabilizeibr
Published in
6 min readSep 21, 2022

Meu primeiro contato com Desenvolvimento ocorreu quando eu tinha de 12 para 13 anos, momento em que eu tive que resolver um problema prático: precisava customizar o background do meu Tumblr. Aprendi HTML e CSS para fazer as alterações necessárias no template de meu blog. Passaram-se 10 anos e eu voltei com meu interesse para essas tecnologias.

Gosto de contar essa história a quem pergunta como eu entrei em contato com tech, pois acredito que foi um dos momentos mais simbólicos do uso da tecnologia na minha vida. Eu tinha um problema e a utilizei para resolvê-lo.

Anos depois, meu segundo contato ocorreu quando eu trabalhava de recepcionista. Eu passava quase meu turno inteiro sem fazer nada e então decidi que iria utilizar esse tempo para concluir alguns cursos, ler livros ou materiais da faculdade. Nesse período vi uma propaganda de uma startup curitibana que estava ensinando HTML e CSS para mulheres e, lembrando da época que eu aprendi isso para aplicar no meu blog, pensei: “por que não?”. Fiz o curso e acabei fazendo tantos outros como hobbies até que me caiu a ficha: “eu poderia trabalhar com isso? Eu poderia trabalhar com isso!”.

Iniciei a busca por uma oportunidade júnior enquanto estudava e foi bastante difícil, pois eram poucas as vagas que eu acreditava que poderia ocupar. Depois de quase um ano de buscas, encontrei a vaga “Tech Trainee Contabilizei” e me inscrevi. Passei pela prova, dinâmica, entrevistas, fui aprovada e aceitei a proposta.

Quando eu iniciei minha jornada profissional como desenvolvedora eu imaginava que iria tirar de letra, pois já tinha estudado muito por conta, sabia muito sobre HTML, CSS e Javascript e também como fazer um commit no git. Engano meu. O universo de desenvolvimento é tão vasto que nas primeiras semanas eu imaginava que não iria dar conta. Eu tracei perfeitamente a curva dunning-kruger e, durante a minha jornada como trainee, fui fazendo algumas descobertas sobre como iniciei minha carreira de Front-end. Compartilho agora com vocês:

#1 — Você sempre vai precisar estudar

Todos os dias estamos descobrindo coisas novas por aqui. A rotina de uma Desenvolvedora Front-end não se reduz a criar a estética e o código de uma aplicação, também analisamos se os componentes estão bem colocados, melhoramos a performance do código, garantindo a qualidade e a escalabilidade daquele sistema. Para isso, precisa estudar tanto individualmente quanto coletivamente: repassando conhecimentos e trocando ideias em fóruns. Aqui na Contabilizei temos o Chapter Front-end, que é um encontro para discutir melhores práticas da área onde, todas as semanas, uma pessoa do grupo apresenta um tópico teórico de algo que pode melhorar a qualidade do nosso software. Além disso, temos a liberdade para nos juntarmos em guildas e aprender sobre determinado tema ou ler alguma documentação.

Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos e juntas vamos mais longe. Ter esses espaços para troca de conhecimento foi muito importante, pois estar inserida em um grupo que acolheu minhas dúvidas e ajudou a saná-las foi crucial para o meu desenvolvimento ao longo dos meses. Apesar disso, às vezes precisamos de uma ajuda um pouco mais personalizada e o auxílio de uma pessoa mais experiente foi crucial para o meu desenvolvimento. Aqui entra meu segundo aprendizado sobre começo de carreira.

#2 — Mentoria

Outro segredo que ninguém conta é que estudar por estudar não te leva a lugar nenhum. É importante ter foco e saber o que é necessário para alcançar seus objetivos. Nesse momento, a mentoria de alguém com mais experiência pode ser um catalisador para o seu desenvolvimento, pois muitas vezes essa pessoa já passou por aquele momento em que nos sentimos perdidos e queremos desistir de tudo. O auxílio mais personalizado nos ajuda a entender qual é nosso propósito e focar no objetivo. No Programa Trainee tive a oportunidade de contar com a mentoria técnica de colegas mais seniores e também tive uma mentoria mensal de carreira.

#3 — Prática

Esse pilar de desenvolvimento talvez seja o mais óbvio de todos, mas foi também aquele que me mostrou a importância da consistência em prol da intensidade: praticar um pouco todos os dias é muito melhor que praticar muito somente uma vez.

Praticando todos os dias, após um tempo, notei como minhas skills foram melhorando. A partir do momento em que eu fui para a minha squad, o código que eu escrevia ia para produção. Então, eu sempre precisei me concentrar bem em como, naquele contexto, eu poderia dar o meu melhor para que aquele software tivesse a máxima qualidade possível.

Não posso deixar de mencionar que aqui eu aprendi um novo modus operandi de trabalho. A squad em que eu estou utiliza metodologias ágeis para fazer as entregas de software. Foi nesse momento que eu entendi que minhas atividades como desenvolvedora ficam mais fáceis quando eu estou ciente de todas as partes que envolvem o processo de entrega de software e não devo estar restrita somente a parte de escrita de código.

Ser trainee te possibilita estar em contato com um universo de tecnologia muito mais amplo do que aquele conhecido por você nos seus estudos. Também te obriga a sair da sua zona de conforto, pois você precisa aprender. Mas não se deixe enganar: o resultado colhido é a satisfação de olhar pra trás e ver o quanto você evoluiu e como é bom ter pessoas ao seu redor dispostas a te ajudar a progredir na carreira. A sensação de terminar o dia e ter aprendido algo novo ninguém pode tirar de você!

Iniciar uma carreira tech não é um bicho de sete cabeças, mas é uma jornada que vai requerer dedicação. Para ajudar nessa caminhada, gostaria de deixar algumas dicas que funcionaram muito bem para que eu conseguisse minha primeira oportunidade como desenvolvedora:

  • Não espere a entrevista para começar a estudar. Vá se preparando desde o momento que você decidiu seguir essa profissão. Deixo aqui um roadmap de estudos para o desenvolvimento web, que vai te ajudar a ter um plano de estudos.
  • Fique de olho nas vagas que você tem interesse e mapeie quais tecnologias essa vaga está pedindo. Assim você pode também se atualizar sobre o mercado.
  • Não espere ter 100% dos requisitos para se inscrever na vaga. Arrisque, dê a cara a tapa, pois o “não” você já tem.
  • Não minta na entrevista. Fale realmente tudo que você sabe, quais os níveis das suas skills, o que você não sabe e demonstre muito interesse em aprender. Isso conta bastante! Mentir na entrevista vai passar uma má impressão para a empresa, pois eles vão esperar uma entrega diferenciada.

Escolher trabalhar com Front-end não se resume a código. É também escolher trabalhar com as melhores práticas para os usuários, seja deixando seu software acessível para todo mundo, seja buscando implementar melhorias na jornada do cliente. Trabalhar com Front é saber que um mesmo software pode ter várias interfaces e elas fazem diferença para que nosso cliente atinja o sucesso — afinal, nosso papel aqui é usar a tecnologia para desburocratizar a vida deles. Acredito que a principal contribuição que a área fez para mim foi mostrar que um bom desenvolvimento nunca é isolado. Ele é feito em conjunto com os pares não técnicos e sempre pensando no todo, no objetivo que queremos atingir como equipe.

Por último e não menos importante: se você deseja iniciar sua carreira na área técnica, lembre-se de estar imerso nos temas do seu interesse. Participe de eventos, fóruns, interaja e engaje com a galera que está produzindo conteúdo para ficar atualizado sobre o que está rolando atualmente nas áreas. Estude um pouco a cada dia, faça exercícios constantemente para evoluir seu código e aprender um pouco mais e escreva em um caderno ou em um blog tudo que você tem aprendido. Fazendo isso sempre e você vai estar 1% melhor todos os dias!

Boa sorte na jornada e não desista! A área de Tecnologia tem muito ainda a crescer e você pode aprender demais por aqui! Abaixo deixo minhas redes e um convite incrível para a 2ª edição do nosso meetup #ElasProtagonizamEmTech, iniciativa criada para promover a ascensão profissional feminina através de conhecimento e aprendizado.

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