A liderança feminina e os desafios para mulheres desenvolverem suas carreiras no mercado de trabalho

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10 min readNov 29, 2022

Vieses inconscientes, síndrome da impostora, dupla jornada feminina. Não são poucos os desafios enfrentados por mulheres que buscam ou ocupam posições de liderança no mercado de trabalho.

Hoje, nós vamos entender melhor o contexto que sustenta essas situações de preconceito e conhecer algumas mulheres que conseguiram driblar esses problemas para ascender e alcançar lugares de destaque em empresas como a Contabilizei.

Por isso, nós chamamos as Contabilíderes Faira Ribeiro, Gerente Contábil, Liliane Oliveira, Gerente de Marketplace, e Jacqueline Jianoti, Head Jurídico, para conversarem e contarem como chegaram a cargos de liderança e como fizeram para superar os desafios que surgiram durante suas trajetórias. Mas antes vamos conhecê-las um pouco melhor. Vem com a gente!

Faira Ribeiro

A Faira nasceu em Siqueira Campos, no Paraná, e é mãe do Dani. Ela adora acampar em um motorhome que montou com o marido e tem muitas histórias para compartilhar.

Na sua vida profissional, tem um propósito muito claro: inspirar pessoas de forma humanizada nas frentes de Carreira, Cultura, Performance e Capacity. Já são 21 anos (12 como líder) de dedicação às áreas de Recursos Humanos, Gente e Gestão, Mentoring, Gestão de Mudança, Transformação digital, além de participação em projetos de reorganização de processos, estruturas, times e áreas de negócios.

Ela sempre quis ser líder, pois adorava encontrar soluções, ajudar e cuidar das pessoas, mesmo quando mais nova. Ainda cedo assumiu a responsabilidade de cuidar de uma casa e dividir as tarefas com as irmãs mais novas, observando-as. Tudo isso foi desenvolvendo essa aptidão por liderar, o que facilitou sua trajetória profissional.

Ela conta que liderar na Contabilizei é incrível e desafiador. Todo dia aprende algo novo e isso a molda em uma versão melhor dela mesma.

Jacqueline Jianoti

A Jac nasceu no interior do Paraná, em Umuarama, e é mãe de dois meninos, o João e o Bento. Ela já morou em 7 cidades e adora uma mudança. Está em Curitiba há 14 anos e, só por lá, já mudou de casa 6 vezes, acredita?

Ela é formada em Direito Administrativo e nos últimos anos focou o seu desenvolvimento para Gestão e Liderança. Já foi advogada de escritório, empreendedora e professora de Direito Administrativo, atuando há quase 20 anos no ramo.

Hoje admite que sempre teve perfil de líder, mas que não se via assim antes. Na escola, costumava ser a representante de classe e presidente da comissão de formatura, e na igreja coordenava o grupo de jovens, sempre tendo uma vida social muito ativa, com liderança também em projetos voluntários. Ela era apaixonada por gente, adorando a impermanência e as imperfeições humanas. Mas, apesar de tudo isso, não legitimava a “cadeira de líder” e não tratava a liderança como um caminho profissional.

A forma como ela via a liderança soava como “pessoas trabalhando para ela”. Mas, com o tempo, ela entendeu que liderança não se tratava disso, concluindo que só é possível trabalhar assuntos complexos ao lado do seus times.

Para ela, liderar na Contabilizei é incrível, pois o ambiente é muito favorável, as pessoas são abertas à mudança, à inovação e são sinceras sobre a dificuldade disso. Ela conta que não é incomum conseguir excelentes debates e discussões positivas sobre o que precisa ser construído, de modo que as pessoas não se sintam tão solitárias.

Liliane Oliveira

Já a Liliane é mineira e nasceu em Uberlândia, sendo a filha mais nova entre 3 irmãos. Ela é mãe da Cecília e essa é sem dúvida a sua maior realização. Além disso, ela também é mãe da Mel, uma shitzhu que é a sua super parceira de home-office.

Quando mais nova, seu sonho era estudar Psicologia, mas, por influência da irmã mais velha, acabou cursando Administração. No segundo ano de faculdade, conseguiu um estágio em um banco e foi aí que surgiu sua paixão pelo mercado financeiro.

Ela sempre foi uma pessoa apaixonada por gente. Para ela, liderar pessoas envolve ouvir, compreender, orientar, ajudar a identificar o problema e incentivá-las a buscar as soluções que muitas vezes elas mesmas já sabem quais são, só precisam de alguém que dê aquele empurrãozinho.

Para ela, liderar na Contabilizei é uma responsabilidade enorme, afinal, temos uma cultura muito forte e que leva a sério o tema pessoas e o desenvolvimento delas, promovendo condições justas e oportunidades para que todos e todas possam se destacar.

Momento bate-bola

Após conhecer as nossas personagens, chegou a hora delas falarem um pouco mais sobre os desafios que enfrentam e enfrentaram no mercado de trabalho sendo mulheres em um cenário ainda desafiador. Bora lá!

Faira pergunta para Liliane

Qual foi seu momento de maior superação na carreira de liderança?

Acredito que o maior momento de superação foi vencer o medo de fracassar. Quando entendi que era isso que queria fazer, meu maior medo passou a ser o de conseguir conciliar a paixão pelas pessoas com a firmeza necessária para liderá-las, bem como a insegurança de ter o meu desempenho medido pelo trabalho de outras pessoas. Não foi fácil superar estes medos e seguir em frente com o propósito que eu tinha traçado pra mim, mas, com muito investimento em autoconhecimento, com a confiança das pessoas que me lideram e com apoio do time de Pessoas e Cultura da Contabilizei, posso garantir que realmente tomei a melhor decisão.

Se pudesse voltar anos atrás, quando começou sua carreira de líder, que conselho se daria?

Quando comecei, achava que por estar em um cargo de liderança eu tinha que ser exemplar e, portanto, “ser melhor” que a minha equipe. Não podia exigir que minha equipe tivesse conhecimentos que eu não tinha, afinal, era eu que tinha que orientá-la. Isso me fez exigir muito de mim mesma e pouco da equipe. Resultado: uma líder sobrecarregada e um time se sentindo subaproveitado. Se pudesse voltar atrás, diria pra mim mesma que liderança é troca, é aprendizado contínuo. Diria ainda que não preciso ser perfeita e saber tudo para liderar um time de alta performance e que só preciso agir com transparência e humildade, ensinando o que sei e aprendendo o que não sei, delegando, inclusive, a pesquisa, quando necessário.

Liliane pergunta para Jacqueline

Você construiu carreira na área jurídica, que até pouco tempo era predominantemente masculina. Muitas pessoas viam com certo preconceito mulheres atuando nesse meio por acharem que era uma profissão que exige pulso firme, o que para muitos(as) não é uma característica feminina. Você sentiu esse preconceito?

Sim, esse preconceito existe em qualquer ambiente. Para minha felicidade, estamos desconstruindo a ideia de que o homem precisava ser forte e a mulher frágil e protegida. A fragilidade e necessidade de proteção podem remeter à fraqueza, gerando “pré-conceito” de que, onde é necessário pulso firme, não cabe a mulher. A primeira coisa que fiz foi deixar minhas crenças claras para mim mesma. A mulher consegue ser firme e amorosa ao mesmo tempo. Este é um dom feminino e eu abracei ele. A segunda foi aceitar que nem todas as pessoas estão prontas para este momento de desconstrução que estamos vivendo. Mas eu precisava estar pronta para mesmo para as pessoas que não querem ver a mudança. Aceitei que eu iria jogar o jogo de forças, se fosse necessário. Certa vez, estava em uma situação bem difícil, com um colega advogado que era contrário à minha causa e ele me fez a seguinte pergunta: “Isso não é muito difícil para você?”. Ele não me conhecia, não sabia sobre o meu trabalho ou minha história. Logo, a dificuldade para ele estava diretamente relacionada ao fato de ser mulher. Isso ficou claro para mim. Mesmo me tremendo por dentro, reconhecendo a dificuldade do momento, respondi: “Difícil? Não entendi. Quer um estágio comigo? Para nós isso é bem corriqueiro”. Infelizmente, este momento exigiu não apenas que eu fosse forte, mas que eu mostrasse que eu era mais forte que o meu “adversário”. Alguns ambientes exigem essa postura. Não é minha natureza. Não é a forma como trato as pessoas, mas, naquele momento, foi necessário. Ganhei a causa, o cliente e um admirador. Naquele momento, a força foi necessária. Em outros, o abraço será.

Vivemos uma revolução no mercado de trabalho com a consolidação do home-office. Considerando toda a carga histórica do papel da mulher no ambiente doméstico, você acha que essa transição foi mais difícil para as mulheres do que para os homens?

Sabemos que culturalmente a mulher é a responsável pelos cuidados com a casa e com os familiares. Como na pandemia as necessidades de cuidado aumentaram, o trabalho da mulher também aumentou, gerando um desafio na transição do trabalho para o home-office nas mulheres maior que para os homens. Segundo estudo da Sempreviva Organização Feminista, “50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém na pandemia”. O cuidado da família e trabalhos domésticos somados à necessidade de continuar no mercado de trabalho gerou sobrecarga às mulheres. O mesmo estudo mostra que “41% das mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários afirmaram trabalhar mais na quarentena”.

O estudo mostra que o aumento do trabalho das mulheres não foi acompanhado do aumento da participação de outras pessoas no trabalho doméstico. O que nos convida a refletir sobre organização e distribuição do trabalho doméstico.

Nesse sentido, a minha contribuição para a mulher que tem o desafio de se manter em home-office ou se sente sobrecarregada é aconselhar que peçam e aceitem ajuda de todas as pessoas possíveis, seja para quem vive em casa ou para as redes de apoio.

Se não tem rede de apoio, crie sua própria: mães e pais da escola, colegas de trabalho, etc. Sim, seja “cara de pau” e peça ajuda. Nunca deixe de vigiar sua saúde mental e agir para mantê-la. Permita-se viver compartilhando as responsabilidades que são “das mulheres”.

Se o cenário for crítico, como em pandemia, crie combinados claros e de cuidado mútuo, garantindo que a sua rede de apoio mantenha o cuidado com o grupo.

Jacqueline pergunta para Faira

Teve algum momento que você se deu conta que finalmente era uma líder ou isso simplesmente foi acontecendo? Se teve esse momento, o que mudou em você a partir dele?

Sim, esse momento chegou tímido quando percebi que as pessoas não me buscavam mais para fazer perguntas da execução, como era de costume por eu estar já alguns anos especializada na área que atuava. As perguntas eram mais sobre suas carreiras, sobre ter conversas difíceis com líderes, sobre como atuar em um plano de ação após feedbacks recebidos, e, neste sentido, foi algo que aconteceu naturalmente, mas eu também já tinha clareza que queria ser líder um dia.

A partir disso, comecei a ficar mais preocupada com minha postura, em conhecer mais sobre ser uma líder que faz diferença na vida das pessoas, em construir junto contribuindo com o máximo que eu podia com essas pessoas que estavam ali esperando de mim um plano, uma sugestão, um apoio e acreditaram no meu potencial para liderá-las e conduzi-las em seus caminhos.

Se você pudesse dar um único conselho para outras mulheres que estão ou querem assumir uma posição de liderança, qual conselho você daria?

Que não fiquem nesta jornada sozinhas. Procurem conselhos de pessoas próximas, aquelas inspiradoras, mentoras, conversem com pessoas que já passaram pelo que vocês estão passando e sobretudo ampliem seus horizontes, aumentando o repertório em áreas e lugares diferentes que ainda não conhecem.

Não queiram colocar uma capa de heroína para salvar o mundo, mas busquem tornar o mundo ao redor melhor a cada dia. A diferença entre salvar o mundo e tornar ele melhor é que, na segunda opção, buscamos tomar decisões assertivas que sejam boas para todas as pessoas, até as mais impopulares. E não somente sobre dar feedbacks positivos, mas também sobre ter conversas difíceis, comunicando com clareza e tendo a humildade de recomunicar se for preciso, sabendo também trabalhar com as críticas, filtrando tudo que vê e escuta antes de se mover e projetar algo no dia.

Acreditem que essa viagem vale a pena para aquelas que escolhem esse destino, e, sim, é uma escolha! Enquanto estiverem no trajeto, saibam apreciar a jornada, celebrem as pequenas conquistas, façam pausas, se cuidem para poder cuidar de outras pessoas, fiquem e estejam bem, se preparem, tenham a escuta ativa para melhorar com os feedbacks e estudem para aprender coisas novas todos os dias!

Potencializando o protagonismo feminino

Acreditamos que promover um ambiente diverso e inclusivo é uma tarefa de todos e todas nós. Agimos para ter cada vez mais diversidade de gênero, equidade e protagonismo feminino aqui na Contabilizei. Por isso, reconhecemos e potencializamos a inclusão de pessoas de gênero feminino, sejam cis ou trans, e outros gêneros subrepresentados, como pessoas não-binárias e agêneras.

A nossa cultura é o que guia as nossas tomadas de decisão e nos impulsiona rumo ao nosso propósito. O respeito mútuo, a construção conjunta e a busca contínua para sermos Guardiões e Guardiãs melhores no dia seguinte fazem parte dela.

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Equipe Contabilizei

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