Aumento do consumo de redes sociais causado pela pandemia veio pra ficar
O Relatório Global de Perspectivas de Mídia 2022 da YouGov analisa hábitos de consumo e oportunidades de crescimento no setor
Este artigo foi publicado originalmente em inglês no nosso blog global, onde discutimos os desenvolvimentos mais relevantes em marketing, criatividade e inovação — e também contamos mais de nossos produtos e serviços. O texto reflete a opinião do colunista convidado
Um terço dos adultos em todo o mundo passou mais tempo nas redes sociais em 2021 do que em anos anteriores, e quase três quartos (71%) devem manter ou aumentar esse consumo ao longo de 2022. Esses números integram o Relatório Global de Perspectivas de Mídia 2022, desenvolvido pela YouGov, que revela hábitos de consumo de mídia em 17 mercados internacionais (com foco nos EUA e no Reino Unido) visando ajudar planejadores de mídia e profissionais de marketing que trabalham com marcas a encontrarem oportunidades de crescimento.
Realizada com mais de 19 mil entrevistados, a pesquisa mostra que, em meio à pandemia de covid-19, o consumo de mídia aumentou — e que os hábitos de visualização, leitura e audição começam a se estabilizar. Apesar dessa tendência de platô em termos mais gerais, a participação e o alcance de algumas mídias, especialmente as digitais, devem crescer em 2022. Um total de 29% dos entrevistados, por exemplo, afirma que pretende visitar mais sites e usar mais aplicativos em 2022. Números semelhantes vêm à tona em relação ao consumo de serviços de streaming de vídeo (27%) e de redes sociais (24%).
Como era de se imaginar, as gerações mais jovens impulsionam o aumento do consumo de mídias digitais, especialmente o streaming de áudio: 38% dos entrevistados de 18 a 24 anos planejam aumentar o consumo de música nos próximos 12 meses, e 23% da mesma faixa etária pretendem dedicar mais atenção a podcasts ao longo do ano.
Em paralelo ao entusiasmo com as mídias digitais, os dados da YouGov mostram que a penetração da TV ao vivo continua alta: quase nove em cada 10 pessoas na Grã-Bretanha ainda assistem televisão ao vivo semanalmente — um número que se mantém estável ao longo dos últimos quatro anos.
A YouGov também criou métricas de “Fatores de Aderência e Crescimento” para ajudar os profissionais do setor a avaliarem oportunidades de mídia em 2022. Novamente, o streaming de vídeo é o mais promissor, podendo registrar o maior aumento de consumo ao longo dos próximos 12 meses, com crescimento previsto em 36%.
No mesmo período, o streaming de música deve ultrapassar a TV ao vivo em termos de crescimento de consumo. Quase um quinto (17%) dos entrevistados em todo o mundo declaram que não são assinantes de streaming de música, mas que podem vir a pagar por um desses serviços no futuro, indicando um mercado com potencial de crescimento — os dados destacam Indonésia, Itália e Polônia como os três países em que essa tendência é mais evidente.
Em relação a hábitos de leitura, os dados são mais complexos. Embora 21% dos entrevistados afirmem que leram mais revistas e jornais (online e impressos) em 2021, 18% reduziram o consumo dessas mídias. Foi o segundo maior declínio observado no estudo, atrás apenas do rádio — duramente atingido pela pandemia, muito em função do trabalho remoto e o consequente abandono do rádio em deslocamentos.
O relatório de 2022 da YouGov foi criado a partir de percepções obtidas numa pesquisa realizada de 18 de outubro a 8 de novembro de 2021 com metodologia que garante uma diversidade de respondentes, precisa e representativa de diferentes populações. Os resultados foram ampliados com o uso de dados da ferramenta Profiles, criada pela YouGov, que fornece informações demográficas, psicográficas e comportamentais sobre diferentes públicos.
[tradução: Ricardo Romanoff]
