Alana Katrine
Contexto Acadêmico
3 min readDec 12, 2019

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Como funciona o novo Financiamento Estudantil (FIES) e como os alunos se preparam para começar a arcar com os custos

O Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do governo que viabiliza a graduação ao ensino superior de estudantes que não possuem condições de arcar com os custos da rede de ensino privada. Como se trata de um financiamento, ao concluir os estudos o estudante que foi beneficiado, terá de pagar.

O FIES existe desde 1999. Foi criado por Fernando Henrique Cardoso, e posteriormente se tornou outro programa, o Creduc. Em 2003, com a chegada de Luis Inácio Lula da Silva à presidência, o FIES foi mantido. Alguns depois, o programa passou a financiar 100% das mensalidades dos estudantes que, antes chegava aos 70%. O financiamento sempre teve como objetivo ajudar pessoas de baixa renda a conseguirem um diploma.

Após essa expansão do projeto, em 2010, o número de novos estudantes que aderiram ao programa, só aumentou. E, assim, o número de contratos no Fies se acumula, assim como as despesas do governo. Em fevereiro de 2015, o jornal O Estado de S. Paulo, publicou uma matéria (https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,gasto-com-fies-cresce-13-vezes-e-chega-a-r-13-4-bi-mas-ritmo-de-matriculas-cai-imp-,1634714) que mostrava o incentivo das faculdades privadas aos estudantes, mesmo os que tinham condições financeiras de pagar as mensalidades, a aderir ao Fies. Os juros baixos cooperaram para isso.

Visto que, o novo FIES conta com novas regras, como o estudante se prepara para custear o pagamento quando se formar? Será que ainda vale a pena aderir ao financiamento?

Mas em 2015, no segundo mandato do Governo de Dilma, houve cortes em diversas áreas, e o FIES não ficou de fora. Os juros aumentaram e com isso o número de contratos no programa, despencaram. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mais da metade dos pagamentos de dívidas do Fies que deveriam ter sido feitos em 2016 estava atrasada.

Por esses e outros motivos, surgiu o Novo Fies. Com novas regras e um processo seletivo com algumas diferenças do programa anterior, mas claro, com os mesmos objetivos. “Insustentável”, foi essa a palavra usada pelo até então presidente da república, Michel Temer, para se referir ao financiamento estudantil.

A partir de 2018, o Fies oferece três modalidades de financiamento, uma delas a juros zero. Esta é uma das principais novidades do programa, que até 2017 cobrava juros de 6,5% ao ano de todos os estudantes cadastrados.

foto: Divulgação — MEC

Gabriel Silveira, 21, ingressou na universidade ainda com o modelo antigo do FIES e, conta como foi aderir ao programa em 2016: “O financiamento me permitiu entrar na faculdade privada para cursar o que eu sempre quis. Psicologia. Apesar de não ter conseguido 100% do financiamento, consegui uma porcentagem que cabia no meu bolso, e consegui arcar com a porcentagem que o governo não cobria.”

Gabriel é um dos muitos estudantes que terão que quitar sua dívida ao término do curso. Perguntado sobre como ele está se preparando para pagar a dívida, ele diz que conta com a remuneração dos estágios da universidade, entre outras coisas: “Tenho que ter na currículo da faculdade dois estágios supervisionados, um deles eu já terminei. Foi remunerado e já guardo na poupança. Até porque, além de quitar a dívida quando terminar, tenho que ir pagando os juros trimestrais de 150,00 R$.”

O programa abre várias portas, isso é fato. Mas, há também algumas dificuldades encontradas por novos estudantes que tentam fazer o cadastro. É o que conta Aline, 23, estudante de Enfermagem: “Foi muito complicado até para a inscrição no site, foram muitas etapas que deixaram confusa, mas fui até o fim. Era meu sonho.”

O novo FIES, continua recebendo críticas e elogios. É um meio termo complicado, mas é uma saída para quem quer conseguir a tão sonhada graduação em nível superior.

Katrine Queiroz

Shaenny Freitas

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