Parte 3: A Grande Matança
As ilustrações de Sin City não têm fins de representar uma anatomia naturalista. Como apresentado na imagem da personagem Miho, o artista lança mão de figuras humanas estilizadas que explicitam um traço autoral. Da mesma forma, usa o contraste entre luz e sombra com finalidades expressivas. Essa características se assemelham à fotografia de filmes noir, como O Falcão Maltês (1941), de John Houston, Pacto de Sangue (1944), de Billy Wilder e Os Assassinos (1946) de Robert Siodmak. Entre as influências literárias de Frank Miller, estão os romancistas policiais Dashiel Hammett e Mickey Spillane. Por isso, Sin City é uma narrativa com presença marcante de criminalidade e corrupção.
Sin City — A Grande Matança foi publicada inicialmente entre 1994 e 1995 pela Dark Horse Comics. A história é narrada em primeira pessoa, por Dwight — um marginal que se envolve com a garçonete Shellie e, depois de vê-la ser agredida pelo namorado Jackie Boy, o persegue a fim de evitar que ele ataque outras mulheres.
Jackie Boy e seus quatro companheiros embriagados, dirigem pela cidade em busca “diversões libidinosas”. Eles vão à Cidade Velha, seguidos por Dwight. Becky se exibe a fim de descobrir as intenções dos homens. Após ameaçá-la com uma arma, os cinco homens são mortos por Miho. Em seguida, Dwight e as prostitutas descobrem que Jackie Boy era, na verdade, um policial. Esse crime geraria represálias contra as prostitutas da Cidade Velha.
Cidade velha é a zona de meretrício da cidade fictícia Basin City. É controlada por Gail. Elas dominam esse território por meio de uma trégua entre as prostitutas e a polícia (têm direito de impor suas próprias leis, desde que ofereçam “entretenimento” quando requisitado). A trégua é rompida quando Jackie Boy — um policial — é morto em um confronto com as meretrizes da Cidade Velha.
