03. MORTES
Mallu.
Aqui vai uma informação importante: nem sempre fui Mallu. Nem sempre procurei coelhos, também. O fato é que a minha história existe e começa lá pelos lados da Biologia.
Se bem que a morte parecia me perseguir por onde quer que eu fosse…
O caso dos cabritos mexeu muito comigo e acabei aproveitando pra fazer uma matéria investigativa (sim, eu adoro procurar mistério onde não tem) pra uma cadeira que eu tava fazendo no Jornalismo.
Eu lembro que na época eu tava sofrendo muito. Vai ver por isso que a paranoia tava me consumindo aos montes. Acontece que uma amiga muito próxima se afogou na lagoa, e EU SEI que ela não teve culpa nenhuma disso. Eu sei porque ela falava de vozes, de sussurros que tentavam controlar a cabeça dela. Foi aí que surgiu a ideia do zine. Eu precisava desabafar de algum jeito.
Enquanto isso, no campus, as coisas continuavam indo de mal a pior…
Os jornais sensacionalistas logo se apoderaram do assunto pra causar um grande alarde na mídia. As informações começaram a se distorcer, os boatos foram aumentando e as pessoas se esforçavam pra achar um culpado diferente a cada segundo.
Mas será que os animais são mesmo culpados de alguma coisa? Se a gente ao menos pudesse saber o que eles pensam…
Então, como eu disse, nem sempre fui Mallu. Isso só começou depois da notícia sobre as mortes e de uma postagem que vi no facebook (mais precisamente, no “Alguém Conhece Alguém Que”). Uma tal de Olívia tava procurando um cara que “gosta de abelhas”.
Depois disso as coisas começaram a se encaixar e fizemos um verdadeiro auê pra achar um tal de um Coelho.