Cultura da convergência e da conexão

MELINA SIMÃO PENGO
DIG&TAL
Published in
3 min readNov 22, 2020

Quando falamos de conexão nos dias de hoje, automaticamente pensamos em internet. A verdade é que com os novos meios de comunicação, as possibilidades são muito maiores, e eu não falo isso de modo que exclua o “sistema velho”, muito pelo contrário, hoje em dia as mídias se convergem. Por exemplo, pesquisas afirmam que 70% dos brasileiros possuem acesso à internet e que a maior parte desses acessos é feita via smartphone. Vocês já pararam pra pensar quantas coisas nós podemos fazer com eles? Podemos ler notícias, livros, assistir nossos programas favoritos e etc., tudo isso em um aparelhinho que cabe na palma da nossa mão.

Perceberam como nenhum sistema antigo de mídia foi excluído? Eles apenas foram adaptados para que um maior público tenha acesso. Esse é um dos conceitos de Henry Jenkins sobre cultura da convergência, a “Convergência de Mídias”, que ocorre quando quando os antigos e os novos meios de comunicação se fundem afim de transmitir maiores informações e gerarem mais interação com o público. Pensando nisso, podemos usar desse conceito maior para desenvolvermos outros que estão inseridos nesse universo da convergência.

O primeiro conceito é a chamada “Cultura Participativa”, muito comum em reality shows e programas de competição, onde o público decide o futuro do programa. Por exemplo, o programa “The Voice”, que é passado na televisão, mas tem suas votações feitas pela internet, onde os expectadores entram no site do canal em que é apresentado e decidem qual participante fica e qual sai.

Temos também o conceito da “Inteligência Coletiva”, que se dá quando um grupo de pessoas que compartilham dos mesmos interesses trocam e processam informações sobre, de modo que aquela informação seja de conhecimento geral de todos daquele grupo. Isso acontece muito em fóruns e comunidades da internet, que são voltados para assuntos específicos, mas

também em redes sociais, onde o contato entre as pessoas daquele grupo se dá mais facilmente, como por exemplo em perfis de redes sociais que exercem o papel de fã clubes.

Outro conceito abordado abordado por Jenkins é o da “Economia Afetiva”, que é a estratégia desenvolvida por empresas para criar um vínculo afetivo com o consumidor, afim de que esses se tornem fãs e divulgadores da marca. Tudo acontece quando as mesmas lançam produtos de interesse dos consumidores e estabelecem uma conexão com eles via internet, possibilitando uma avaliação do produto por meio de classificações e comentários. Assim, a empresa pode estar sempre em dia com os interesses e gostos de quem está consumindo e, possivelmente divulgando e atraindo novos consumidores.

Para fechar o texto vamos abordar o conceito de “Broadcasting” e “Narrowcasting”, também conhecidos como “one to many” e “many to many”. Broadcasting ou one to many é quando a informação é disseminada por meios de comunicação de massa para um público no geral, que pode ou não agradar daquilo que está sendo transmitido. Temos como exemplo as programações da TV aberta, que podem ou não ser interessantes e você até pode mudar de canal, mas não escolher o que vai estar passando. Já o Narrowcasting ou many to many é quando a informação se dirige a nichos específicos e você tem a possibilidade de escolher o que vai consumir. Que é o caso das plataformas de streaming, do Youtube, blogs e outros serviços da internet. Você pode entrar na Netflix e assistir aos programas que batem com o seu gosto, ou no Youtube e assistir aos canais que falem de assuntos de seus interesses.

E o mais interessante é que, com isso, todos nós nos tornamos emissores e receptores ao mesmo tempo. Todo mundo com acesso a um smartphone é um criador de conteúdo em potencial, podendo contar suas histórias e influenciar outras pessoas, enquanto consome outros conteúdos e é influenciados por eles. Assim surgiu, por exemplo, os “influencers”, que são nada mais, nada menos, do que pessoas que têm muita visibilidade e engajamento nas redes sociais e usam disso para influenciar seus seguidores, fazendo publicidade de todos os tipos em seus perfis e influenciando também em seus comportamentos.

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