Plataformas (on demand) e os seus efeitos na infância.
Aproveitando a data para falar do meu assunto preferido: o conteúdo infantil.
Você já parou pra pensar em como as plataformas on demand mudaram nossa maneira de consumir conteúdo? Como o próprio nome já sugere, a partir da nossa demanda podemos consumir o que quisermos, onde e quando quisermos; e não tem nada de mau nisso, não é? Assistir nossos programas preferidos quando é conveniente dentro da nossa rotina apertada, escolher as músicas que gostamos de ouvir, fugir (na maioria das vezes) das propagandas e não ter que esperar por dias o lançamento do próximo episódio, parece um sonho.
Para as gerações que tiveram contato com o rádio e a televisão tradicional, ver os serviços de streaming surgindo e se tornando uma opção foi revolucionário e até mesmo um tanto irresistível. Sentimos que temos o poder de escolha, podemos consumir apenas aquilo que nos agrada e com o tempo que possuímos (seja ele pouco ou muito), vemos as maratonas de filmes e seriados se tornando uma coisa comum na rotina de jovens e adultos. E claro, tudo isso também se aplica a vida das crianças, mas de uma maneira completamente diferente.
As novas gerações nasceram imersas na realidade on demand, nunca tiveram as sensações descritas nos parágrafos anteriores, e por isso observamos alguns traços de personalidade comuns surgindo nas crianças que estão vivendo alguma das 3 fases da infância, a ansiedade e a falta de resiliência.
Imagine crescer sem nunca ter tido que esperar um desenho que você “gostava menos” para assistir o seu favorito logo a seguir, ouvir uma música repetitiva que não era do seu agrado no rádio ou até mesmo esperar uma propaganda para saber como termina aquele episódio.
Foi pensando nisso que acabei por esbarrar na reportagem do tab.uol pela Juliana Carpanez e Rodrigo Bertolotto, sobre a chamada “Geração on demand”, minha recomendação de leitura para esse dia das crianças.
E para complementar, minha indicação é o programa da Tv Cultura, o “Café Filosófico” que foi ao ar em março de 2018 com a psicanalista Julieta Jerusalinsky em que se discute o fenômeno da Intoxicação Eletrônica na primeira infância, uma conversa inquietante e de extrema importância.
E assim, termino minhas recomendações para esse dia das crianças, um pouco mais apaixonada e preocupada com os caminhos da literacia midiática e a cidadania digital dos nossos pequenos.