Streaming a cabo?!

LUCAS SANTOS SILVA DE SOUZA
DIG&TAL
Published in
5 min readNov 10, 2020

É cada vez mais perceptível o crescimento, não mais tão recente dos serviços e plataformas de streaming, como a Netflix, por exemplo. Isto acontece devido a inúmeros fatores, dentre eles: comodidade, controle da programação e conteúdos cada vez mais exclusivos. O público de hoje em dia não é mais o público que assistia televisão tempos atrás, de modo que hoje em dia as pessoas buscam mais interatividade nos conteúdos que querem assistir. Como por exemplo: para uma pessoa que faz várias coisas ao mesmo tempo, ou está num lugar que não é necessariamente apropriado para assistir algo, é benéfico ter a opção de pausar, voltar o conteúdo, entre outras coisas. E apenas o simples gesto de pausar, que hoje é comum, é impensável se tratando da TV tradicional. Pensando assim, a partir da adequação destas plataformas às necessidades de seus usuários, o que faz ser perfeitamente compreensível o crescimento constante deste tipo de serviço. E ainda além de todas estas vantagens, apenas pensando em assistir, também há outra vantagem: o preço. A expressão popular “cabe no bolso” é muito utilizada por nós, brasileiros, e quando analisamos friamente “TV x Streaming” a resposta é clara, as plataformas “cabem” melhor. Porém, se pensarmos numa diversidade de conteúdo de forma mais “cabível”, é preciso que se calcule com mais “carinho”.

Não é de hoje que as operadoras de TV por assinatura se destacam por terem uma variedade de conteúdo acentuada, fato que, inclusive faz com que empresas como Claro(NET)TV, SKY, OI e outras mais saltem à frente das TVs abertas. Possuir uma grade com nichos e especificações é um dos diferenciais deste serviço, que era quase unânime em questão de qualidade. Para quem quer assistir filmes, há canais só para filmes, para quem gosta de esportes, canais que têm sua grade inteira para o conteúdo esportivo, e assim por diante. Tomando por exemplo a Claro TV: esta é a operadora de TV por assinatura mais usada no Brasil, segundo a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). Em seu pacote de canais mais caro e variado, o "Top 4K", estão disponíveis 265 canais, pelo preço de R$ 149,90. E, alguns entre os mais populares deste pacote de canais são: Disney, Globo, Fox, Paramount, Esporte Interativo (acessado pela TNT), ESPN e, agora também, a Netflix, no seu plano "padrão" no canal n⁰ 680. Mas o que todos estes canais possuem em comum? Serviço de streaming.

Quando calculamos friamente, com base dos valores dos serviços de streaming dos canais acima, percebemos um custo também bastante notável e caro, e, a grosso modo, a conta fica desta maneira: o Disney+ está disponível a partir de R$ 27,90; o GloboPlay, a partir de R$ 22,90; o Fox Premium por R$ 35,00; também o Paramount+, custando R$ 19,90; o EI Plus, por R$ 19,90; Watch ESPN a começar por R$ 21,90; e por último a Netflix, com o Plano Padrão por R$ 32,90. Ao somar todos estes valores, obtemos um total de R$ 180,40, o que é mais caro que o melhor plano de TV por assinatura da operadora de TV mais popular do país. De certo que dentro destes serviços há já uma variedade imposta, no sentido de que eles não apenas reproduzem a grade de seus canais. Mas, se tratando de uma preferível variedade de nichos para quem não busca se ater a uma ou duas plataformas, a TV a cabo ainda é uma solução pertinente, visto que a variedade ainda é um ponto importante para o espectador "raiz”. Então, o que fazer?

A questão que podemos concluir depois desta série de cálculos e estimativas é que: ao contratar os serviços de streaming, pagamos por comodidade, controle de conteúdo, e liberdade, enquanto espectadores. Também é interessante pensar na quantidade cada vez maior de serviços neste formato presente hoje em dia, com segmentos e com propósitos diferentes, o que dá variedade de escolha cada vez maior. Porém para ter esta variedade é necessário que se gaste mais, fazendo com que esta discussão remeta diretamente ao pensamento da banda Mamonas Assassinas: “é uma faca de dois legumes”. Então, pensado na variedade de escolhas somente, a boa e velha TV por assinatura ainda apresenta bastante atratividade por ser mais barata, e assim, mais cabível ao povo em tempos cada vez mais difíceis, economicamente falando. No fim, esta discussão ainda traz uma reflexão que remete novamente a um velho ditado popular: "Panela 'velha' é que(também) faz comida boa".

Bibliografia:

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