Expo Dismantling

Paraty Em Foco
2 min readAug 4, 2017

ENSAIO de Fillippo Poli, Pré-Selecionado

Tive a oportunidade de voltar à Expo Milão 2015 durante seu desmantelamento. Nos meses de evento fui contratado para realizar várias reportagens fotográficas e para isso tive, literalmente, que lutar para encontrar uma boa posição para registrar os pavilhões, entre milhares de visitantes. Depois de um ano ando sozinho atravessando um Decumano vazio.

O recinto da Expo parece uma paisagem pós-atômica; as máquinas devoradoras de metal e as serras gigantes repentinamente interrompem o silêncio antinatural e me lembram o motivo da minha visita: documentar a última fase do processo da Exposição Universal 2015.

Os países se comprometeram a deixar o terreno como o haviam encontrado, mas, infelizmente, muitos edifícios foram destruídos e não desmantelados como a organização prometeu. Alguns pavilhões evaporaram, no chão algum sinal dos alicerces e muita lama; Alguns ficaram dilacerados, outros pareciam ter sido bombardeados, mas resistem estoicamente de pé.

Os voluntários resgataram muitas plantas, mas o verde, que não pode sobreviver sem irrigação artificial, já estava morto e, enquanto isso, a Terceira paisagem (G.Clement, 2004) rapidamente tomou algumas áreas do recinto, entre os esqueletos das estruturas e os jardins abandonados.

Esta série fotográfica quer levantar algumas questões não só sobre a arquitetura e tais eventos anacrônicos, mas também sobre nossa sociedade e civilização.

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