Ainda falta aquele detalhe

O primeiro parágrafo é um desabafo, gente. Perdão logo de cara. A palavra “ripetizione” traduzida para o português é “repetição”. Para o torcedor da Roma leia-se: entrevistas pós jogo quando o time feminino vacila e perde pontos que podem fazer — muita — falta na Serie A. “Pô, Alexandre, primeira rodada velho. Larga a mão de ser corneta”. Cara, se tem uma situação que fico pilhado é de ver as Lobas não aprenderem com os erros e insistirem nos mesmos vacilos. Pronto, desabafei.

A estreia da Roma na temporada 2020-21 começou com tropeço na Serie A Feminina. Os primeiros 20 minutos da partida contra o Sassuolo passaram a impressão de que vencer não seria problema. Só que depois de abrir o placar, desperdiçar uma chance digna de aparecer no “Ensina, Romário”, as Lobas se perderam na partida.

Pior foi quando voltaram para o segundo tempo. Em uns dez minutos, o Sassuolo criou o suficiente para empatar e virar. Óbvio que não demorou muito para marcarem o gol de empate. A resposta da Roma foi terrível. Nas palavras de Bavagnoli: a Roma foi esmagada. O time errou passes, não conseguiu manter a posse de bola e deixou espaços que foram bem ocupados pelas atletas do time neroverde. Mais lições.

O lance da repetição no início do texto é por causa disso aqui:

“Se vogliamo crescere dobbiamo dimostrare molto di più (Se queremos crescer, temos de demonstrar muito mais)”, discurso da Betty Bavagnoli após o empate com o Sassuolo.

“We weren’t strong enough and in Serie A you will pay for that (Não fomos fortes o suficiente e na Serie A você paga por isso)”, papo da treinadora depois de derrota, por 2 a 1, para Florentia SG em 2019/20.

“Contro il Chievo abbiamo giocato benissimo, ma possiamo migliorare ancora tanto (Jogamos muito bem contra o Chievo, mas ainda podemos melhorar muito)”, fala da Betty antes da Roma perder por 3 a 0 para Atalanta, em 2018/19.

Eu sei, parte dos discursos é sobre crescer, ter atenção por causa do campeonato. Normal, mas o chato é que mudanças não são percebidas em campo. De longe é difícil de entender o que pode estar pegando, mas está claro que a concentração das Lobas não anda muito boa há um tempo. E estar bem nesse aspecto é parte do caminho para que o desempenho seja mais próximo do alto nível.

Nas últimas duas edições da Serie A Feminina, Juventus, Milan, Fiorentina e Roma se colocaram como favoritas por título e vagas na Liga dos Campeões. A previsão é de que isso continue em 2020-21. A diferença no quarteto é que nos confrontos diretos, as Lobas são as que mais perdem (só venceu um jogo em 13 disputados). Somado com tropeços, como o que ocorreu contra o Sassuolo, a equipe giallorossa se afasta sempre de manter status de candidata ao título. A rivais estão em outro patamar, mas o potencial de crescimento da Roma é grande e precisa ser alcançado.

Talvez faltou ritmo de jogo ou rolou a famosa zica das estreias (Roma nunca venceu na abertura da Serie A) prevaleceu contra o Sassuolo. Certo é que pontos com esses podem fazer falta, mais do que isso, atuações como a de domingo trazem preocupação por ser algo repetitivo. Mas estaremos juntos na próxima rodada. A recuperação pode vir contra o Pink Bari, aí vamos cobrar por sequência. Forza, Roma!