Goleada de aniversário com poucas coisas para se comemorar
Os relógios não marcavam nem meia noite quando começaram a surgir as primeiras imagens nas redes sociais da festa da torcida romanista pelas ruas da capital italiana. Uma cidade que há alguns meses chocou o mundo com suas históricas ruas desertas por conta da pandemia, voltava a se encher de pessoas festejando o aniversário de 93 anos do maior clube da região.
O dia 22 de julho é especial para todo romanista. Afinal, foi em um dia como esse, há 93 anos, que surgia a Associazione Sportiva Roma da unificação de três equipes locais. Se a data é marcante para os giallorossi, o dia merecia terminar com alguma alegria para os seus torcedores, por menor que fosse. Ou seja, o mínimo que se esperava era uma vitória da Roma sobre a já rebaixada e lanterna Spal. A vitória até que veio, mas será que os romanistas têm algo para comemorar nesse ano?
O fato é que a partida esteve mais para um jogo-treino do que para uma rodada válida pela Série A. A Roma bem que tentou complicar as coisas, mas o adversário era tão fraco e estava tão desmotivado que nenhum torcedor pensou na possibilidade de uma romada.
Logo aos 10 minutos Kalinic (ele mesmo) abriu o placar para a Roma, depois de bate-rebate esquisito na área do adversário. Se engana, no entanto, quem pensa que a partir dali a porteira estaria aberta. A Roma, visivelmente desligada do jogo — e com muito esforço do Pau López — , deixou a Spal levar perigo nas poucas vezes que chegou, até que empatou quatorze minutos depois. A partir daí o jogo mudou. A Roma tomou vergonha na cara, acordou para a vida e começou a ser mais incisiva. Os gols acabaram vindo naturalmente, a disparidade e a superioridade entre as equipes ficaram evidentes. Carles Pérez voltou a colocar a Roma à frente do placar depois de um belo chute. E dois gols nos primeiros cinco minutos do segundo tempo, com Kolarov e Bruno Peres respectivamente, deixaram os gialorossi com vida tranquila.
Se muita gente se surpreendeu com o gol do brasileiro, ele fez questão de marcar o segundo dele no jogo, quando já tinha mudado para o lado esquerdo do campo. Aqui vale uma ressalva, por mais limitado que seja Bruno Peres, a mudança de esquema do Paulo Fonseca nos últimos jogos, passando a jogar com três zagueiros e dois alas, melhorou muito a vida dos laterais, em especial do brasileiro. Aposto que você nunca imaginou que veria uma doppieta do Brunetto!
Para finalizar o “jogo-treino” o romanista ganhou um baita de um presente. É claro que uma vitória por 6 a 1 nunca é algo para ser desprezado, mas o golaço do Zaniolo, o bambino d’oro da Roma, no último minuto da partida, foi sem dúvida o ponto alto e o principal presente que o torcedor da Roma poderia pedir. Como é bom vê-lo em campo com a camisa gialorossi! Que cenas como essas possam continuar acontecendo por muitas e muitas temporadas (ouviu né, Pallotta?).
É bem verdade que o romanista tem pouquíssimas coisas para comemorar nessa temporada. Uma vitória contra a Spal na luta pelo quinto lugar não é algo que o torcedor espera para o dia do aniversário do clube. Por maior que seja o placar. A questão agora é ganhar os últimos jogos do campeonato para garantir a classificação direta na fase de grupos da Liga Europa e aproveitar essa reta final de campeonato para chegar na melhor forma possível na partida contra o Sevilla em agosto.
Pra finalizar, a Nike ainda deu de presente para o torcedor a nova camisa do clube para a próxima temporada, a última com a marca americana. Inspirada na camisa da conquista da Copa Itália de 1980 o modelo é um tanto quanto original. E aí, a máxima de que a Roma não tem camisa feia é verdadeira?
