Mudando e continuando os mesmos
Em dezembro de 2007, o ministro da Fazenda Guido Mantega concedeu entrevista às páginas amarelas da Veja, sobre o crescimento econômico do país em plena crise mundial. “A economia brasileira está arrumada. O Brasil finalmente está prestes a entrar no seleto grupo de países com taxas de expansão iguais ou superiores a 5%. O consumo cresce a taxas de 10%”, disse Mantega.
Segundo o ministro, a economia brasileira não se estabilizou rapidamente, mas passou por longos períodos de amadurecimento das instituições, para combater as crises. “Nos anos 90 éramos importadores. Hoje somos exportadores”, conta. Para ele, o Plano Real, implantando em 1994 pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, foi de grande importância para o crescimento econômico do país. “Seu grande mérito foi conseguir um controle da inflação dentro de padrões de mercado”, falou o ministro. “Antigamente, sem saber se a economia continuaria crescendo, o empresário brasileiro não aumentava a produção, aumentava o preço. Essa mentalidade não existe mais. Hoje o empresário brasileiro compete por fatia de mercado, não mais por margem de lucro”, avalia Mantega.
Quanto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), implementado pelo governo Lula no início de 2007, Mantega diz que está “andando”. “Só na área de saneamento, que é fundamental para a saúde da população e o crescimento do país, nós temos um programa de 40 bilhões. Nunca se investiu um montante desse em saneamento no país”, disse o ministro.
Sobre a crise econômica internacional, Mantega garante ações de contenção. “O governo está atuando para minimizar os reflexos da crise”, contou. “O governo já financiou o consumidor, deu subsídio para o comprador e também financiou as empresas. A Caixa vai aumentar a oferta de recursos”. Tudo para combater a crise, grande inimiga da recém-conquistada estabilidade econômica do Brasil.