Nem muito ruim, nem muito bom: a janela de transferência da Roma
O título desse texto é o melhor resumo do que está por vir. Aos preguiçosos, já adianto que não será lido nada muito diferente do que não foi dito acima. Afinal, o mercado de transferência da Roma não brilhou os olhos de nenhum torcedor, mas também não foi nenhuma grande tragédia, no fim das contas.
Começando do começo. Antes da temporada passada terminar, a Roma já havia noticiado um acerto com Pedro. O espanhol, inclusive, não só foi titular nos três primeiros jogos da equipe no campeonato italiano, como foi o autor do gol da primeira vitória romanista na competição. Até aqui, tem sido um bom reforço. Longe de ser brilhante, mas é sempre bom ter em campo um jogador que já foi muito bom e que tem uma inteligência acima da média. Que continue calando a minha boca!
Finalizada a temporada e aberta a janela, a Roma pareceu em determinado momento estar hibernando. Pouquíssimos jogadores foram especulados na equipe. Foi basicamente momento do clube se desfazer de jogadores que já tinham esgotado o seu “prazo de validade” na equipe.
No fim das contas, no entanto, alguns jogadores que pareceram que sairiam continuaram no clube. Fazio e Juan Jesus tiveram seus nomes especulados em muitas equipes ao longo da janela, mas permaneceram no elenco mesmo estando fora dos planos do Paulo Fonseca (e principalmente dos torcedores).
Kolarov se despediu da Roma depois de três temporadas. Florenzi continua sem espaço com o português e foi emprestado para o PSG. Ünder e Kluivert a mesma coisa. No último dia de janela, Perotti foi para a Turquia deixando a capital italiana depois de quase cinco anos e Olsen foi para o Everton.
Outro que chegou e já estreou foi Kumbulla. Disputado pelos grandes times da Itália, foi o grande achado da Roma na janela. Jovem e com enorme potencial tem tudo para formar o trio de zaga titular da equipe. A aposta da vez, no entanto, fica por Borja Mayoral. Emprestado pelo Real Madrid, o atacante chega como opção tanto no lado de Dzeko quanto para assumir o time quando o bósnio descansar. (Falamos sobre a chegada dele no Totticast #3)
Mas certamente a grande emoção da janela ficou por conta do anúncio de Smalling. O zagueiro está de volta a Roma depois de uma temporada emprestado pelo Manchester United, que deixou ótimas impressões. Longe de ser brilhante, se mostrou bastante seguro e é, acima de tudo, a experiência que faltava para Kumbulla, Ibañez e Mancini.
É bem verdade que nenhum nome dos que chegaram enche os olhos do torcedor. É claro que torcemos para que o Mayoral exploda e desande a fazer gol em Roma. Assim como Kumbulla pode vir a ser um zagueiraço. Tomara! Mas todo romanista sabe que as coisas em Roma ultimamente estão longe de empolgar. Que seja o começo de uma nova era de acertos.
A montagem do elenco, no entanto, preocupa por uma coisa em especial. Paulo Fonseca já não vinha usando Kluivert e Ünder há algum tempo, mas a saída dos dois deixa apenas Carles Pérez como um ponta de velocidade no elenco (considerando que Zaniolo está fora por no mínimo seis meses). Pedro e Mkhitaryan até podem desempenhar essa função, mas são jogadores com outras características e velhos.
De ponto positivo de toda essa janela destaco dois fatos em especial. O primeiro foi a negociação com Kumbulla. O albanês passou boa parte da janela sendo especulado na Inter, Napoli e Milan. Nunca mencionaram o nome dele na Roma, apenas para anunciar o iminente acerto que se deu totalmente na surdina. O segundo foi a contratação do Smalling. Não pelo nome em si, mas por bater o pé com o United e não aceitar aumentar o valor da proposta para os pedidos 20 milhões, sabendo que o jogador queria vir para a Roma e o Manchester não tinha interesse nele. De novo, que seja o começo de uma nova era.
Para concluir, portanto, esse texto, volto ao título: nem muito ruim, nem muito bom. É claro que gostaríamos de estar aqui falando da chegada do Cavani ou de qualquer outro nome de peso, mas sabemos muito bem a realidade da Roma passa longe disso atualmente. Conseguimos nos desfazer de alguns “pesos mortos” do elenco, mas outros continuaram. E trouxemos quatro jogadores novos, sendo basicamente duas apostas e dois experientes. No fim, é um mercado bem mediano. Nota 6, no máximo, o suficiente para passar de ano (será?).
A Roma, como clube, mostrou nesses últimos meses muitos problemas. Desde a maneira de lidar com a janela, até na inscrição de jogadores para os seus jogos. Independentemente do que esteja por vir, já sabemos que Friedkin terá muito trabalho pela frente. Torcemos para que de uma vez por todas o clube se profissionalize e que tenhamos mais mercados para elogiarmos e falarmos sobre a chegada de grandes jogadores. Enquanto isso ficamos apenas na torcida por dias melhores. Como eu disse: que seja o começo de uma nova era.
E vocês, que nota dão para o mercado de transferência da Roma?
Chegaram:
Pedro (Chelsea); Kumbulla (Verona); Borja Mayoral (Real Madrid); Smalling (Manchester United)
Saíram:
Çetin (Verona); Kolarov (Inter de Milão); Ünder (Leicester); Florenzi (PSG); Kluivert (Leipzig); Perotti (Fenerbahce); Olsen (Everton)
