O que já vimos da Roma de Fonseca (parte 1)

GG
Coração de Roma
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5 min readAug 23, 2019

Não passo por aqui desde a temporada passada. E honestamente, teria motivo para seguir não passando. A Roma é um buraco negro de frustrações. Suga tudo ao seu redor, não se importa com esperança, autoestima ou qualquer sentimento que explique o motivo de seguirmos adiante. Eu, particularmente, não tenho mais nenhuma explicação. E no entanto, aqui estou. Aqui estamos. Este blog, de maneira inacreditável, está até crescendo e se reforçando bem — ao contrário do clube que o motiva. Brincadeira, o mercado não está ruim, não. Só não pense que por aqui vai ter especial sobre a janela de transferências ou um apanhado de expectativas para a temporada. Conforme a coisa for ocorrendo, nossas impressões vão junto. Vamos usando ̶a̶s̶ ̶c̶a̶t̶á̶s̶t̶r̶o̶f̶e̶s̶ os jogos e os acontecimentos romanistas para comentar o que interessar. As boas e más contratações, o novo técnico, as burradas da diretoria, enfim… Por enquanto, o que temos:

ROMA 12–0 Tor Sapienza

(Trigoria, quinta, 18 de julho de 2019)

1º tempo (5–0): López; Karsdorp, Santon, Jesus, Spinazzola; N’Zonzi, Pastore, Defrel, Spinozzi, Perotti; Schick.

2º tempo (7–0): Olsen; Bouah, Fazio, Capradossi, Kolarov; Bordin, Cristante, Ünder, Antonucci, Florenzi; Džeko.

Gols: Antonucci (3), Schick e Florenzi (2), Perotti, Spinazzola, Spinozzi, Ünder e Džeko (1).

A “estreia” de Paulo Fonseca e de alguns novos coleguinhas para ̶o̶s̶ ̶i̶d̶i̶o̶t̶a̶s̶ os jogadores que ficaram no elenco foi também a maior goleada de toda a pré-temporada. Linha defensiva alta, posse de bola, pressão na saída adversária, etc. Tudo o que sabíamos sobre o português, mas contra um time que havia passado quase 40 anos fora até mesmo da Serie D. Tomou dois gols de Schick, afinal. E o goleiro era bem ruim mesmo… Destaque para as boas prestações de Karsdorp (que foi embora), Perotti, Ünder e Antonucci. Com vários jogadores atuando fora de posição, foi menos eloquente a escalação de Florenzi como ponta, mas desde então ficou claro o precedente aberto ali: não se espante ao ver o capitão na frente.

ROMA 10–1 Trastevere

(Trigoria, sábado, 20 de julho de 2019)

1º tempo (6–1): Olsen; Karsdorp, Fazio, Capradossi, Kolarov; N’Zonzi, Cristante, Ünder, Antonucci, Florenzi; Džeko.

2º tempo (4–0): López; Bouah, Fazio (Mancini), Jesus, Spinazzola; Santon, Florenzi (Cristante), Defrel, D’Urso, Perotti; Schick.

Gols: Džeko (2), Kolarov, Ünder, Antonucci, Cristante, D’Urso, Schick, Perotti e Defrel (1).

Dois dias depois da “estreia”, nova goleada, com direito a golaço de falta de Kolarov, Florenzi mais uma vez na ponta-esquerda (muito bem, por sinal) e o primeiro gol sofrido. Uma pataquada coletiva que se iniciou com um lateral mal cobrado por Karsdorp e a lentidão característica de Fazio. Ünder e Antonucci novamente jogaram muito bem, liderando as ações ofensivas no primeiro tempo como Perotti e Schick fizeram no segundo. Spinazzola e Džeko fizeram ótimos papéis também, enquanto Mancini “estreou” — mas passou menos de meia hora em campo — e até substituição de hóquei no gelo a Roma fez, com Cristante saindo e depois entrando de novo. O menino D’Urso deixou boa impressão e Santon de volante deixou pesadelos.

ROMA 3–0 Gubbio

(Trigoria, quarta, 24 de julho de 2019)

1º tempo (1–0): Mirante; Santon, Fazio, Mancini (Jesus), Spinazzola; Diawara, Cristante, Defrel, Zaniolo, Perotti; Džeko.

2º tempo (2–0): López; Florenzi, Fazio (Capradossi), Jesus, Kolarov; N’Zonzi, Pastore, Ünder, Antonucci, Kluivert; Schick.

Gols: Fazio, Antonucci e Pastore (1).

A “primeira como titular” de Mancini durou cerca de 34 minutos, apenas até a parada de hidratação. Correta a gestão física de Paulo Fonseca: o ex-zagueiro da Atalanta vem de temporada longuíssima com os nerazzurri, que em julho de 2018 já jogavam mata-mata de Liga Europa. O mesmo quase ocorre com a Roma, mas graças a um Milan que tenta tirar a cabeça da lama, sobrou uma vaguinha direta nos grupos. Se Mancini foi cedo descansar, a “estreia” de Diawara foi bem positiva, tal como a primeira de Zaniolo após retornar da Eurocopa sub-21. Primeiro tempo foi fraco e o segundo teve Pastore bem vindo de trás, mas contra um time que pouco exigia na marcação. Podia ter sido mais, se o time (principalmente Schick) não perdesse tantas chances criadas por Ünder e Florenzi.

ROMA 7–0 Rieti

(Trigoria, sábado, 27 de julho de 2019)

Time até os 70’ (3–0): Olsen (Fuzato); Karsdorp, Bianda (Jesus), Mancini, Spinazzola; N’Zonzi, Santon, Zaniolo, Antonucci, Kluivert; Defrel.

A partir dos 70’ (4–0): Fuzato; Florenzi, Fazio, Jesus, Kolarov; Diawara, Cristante, Ünder, Pastore, Perotti; Schick.

Gols: Schick (2), Zaniolo, Santon, Ünder, Florenzi e contra (1).

Mais um time de Serie C, o segundo seguido. E de fato as dificuldades tinham sido mais elevadas contra o Gubbio, um time taticamente competente. Mas o Rieti… Que coisa horrorosa. Ainda no primeiro tempo a Roma perdeu o menino Bianda, lesionado, e até precisou se defender. O único risco que o adversário ofereceu foi ofensivo. Troca de posições entre Zaniolo e Antonucci chamou a atenção, com o meia escalado na ponta e o ponta escalado como meia. Mas deu certo, os dois se movimentaram muito, invertiam os papéis, foi um belo teste. Ünder fez, já no segundo tempo, um golaço em chute cruzado que Zaniolo tentou muito antes de sair, trazendo a jogada da direita para a entrada da área. Florenzi foi bastante ativo e, no fim do jogo, o time fez quatro gols em 12 minutos.

ROMA 3–1 Ternana

(Trigoria, sábado, 27 de julho de 2019)

Time até os 70’ (2–1): López (Mirante); Florenzi, Fazio, Jesus, Kolarov; Diawara, Cristante, Ünder, Pastore, Perotti; Schick.

A partir dos 70’ (1–0): Mirante; Karsdorp, Fazio, Mancini, Spinazzola; N’Zonzi, Santon, Zaniolo, Antonucci, Kluivert; Defrel.

Gols: Ünder (2), Defrel (1).

Mais tarde, no mesmo dia, a Roma entrou em campo novamente. Basicamente, os que jogaram 70 minutos pela manhã, jogaram só 20 no período da tarde. E vice-versa. Menos o premiado Fazio, claro, que teve que cobrir a ausência de Bianda e acabou jogando sua prorrogação particular. Vento forte, cansaço acumulado… O time demorou a entrar no jogo. Sofreu com bolas paradas, saiu atrás e parecia sem pernas para marcar. Aos poucos, usou a posse de bola para controlar o jogo. O ritmo ficou lento e quem se destacou? Pastore, é claro. Uma boa prestação do argentino, tirando para dançar a defesa adversária como nunca fez e nunca mais fará pela Roma. Destaque também para o passe de letra de Kolarov no segundo gol de Ünder, apesar da entregada da defesa. Coisa fina.

Continua na parte dois…

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