O time que sofre em clássicos

Alexandre Vinicius
Coração de Roma
Published in
3 min readNov 25, 2019

Vai demorar demais para eu, e acredito que qualquer colaborador no Coração de Roma, sair por aí com críticas para a equipe feminina. Mas se tem uma situação que acredito ser o que falta para as Lobas resolverem na busca pela sonhada mudança de patamar, são as vitórias nos jogos grandes. Este domingo foi mais uma prova de que ainda precisamos realizar ajustes, em campo e mentais, se quisermos sonhar com algo na Serie A da categoria.

Desde que a Roma criou a equipe feminina, desafiamos 11 vezes Juventus, Milan e Fiorentina, as potências na Itália. Só vencemos uma — 2 a 0 sobre a equipe de Florença, nesta temporada. Não pontuamos uma vez sequer diante dos times femininos bianconeri e rossoneri. Foi assim mais uma vez, neste domingo, com a goleada sofrida para a Juve: 4 a 0, em pleno estádio de Tre Fontane.

Na semana passada, trouxemos que às vezes falta um detalhe para explicar o revés para Florentia San Gimignano, que encerrou nossa arrancada de quatro vitórias consecutivas. A expectativa, antes da Data Fifa, era de que as Lobas dessem sequência aos triunfos e chegassem no embate com a Juventus mais motivadas. Ficamos no “se”. Isso até pode ter ocorrido durante a semana e nos bastidores, mesmo com a inesperada (?) derrota para Florentia, mas não foi visto em campo diante da Juve que nos bateu, com certa facilidade no 2º tempo, com gols de Girelli, Rosucci e Caruso — Maria Alves abriu o placar na etapa inicial.

“É um resultado pesado. Não posso deixar de reconhecer que minha equipe fez um bom primeiro tempo, mas depois do segundo gol (aos 19 minutos da etapa final) perdemos o jogo. Não conseguimos ter a personalidade que nos levaria (a vitória)”, analisou Betty Bavagnoli.

O detalhe, que talvez nos falte, para transformar em realidade o sonho que temos de chegar na Champions League e até mesmo nos candidatar a disputa pelo título na Serie A é como encerramos esses confrontos. Na temporada passada a Roma disputou 27 partidas e perdemos nove vezes: seis foram em confrontos contra Juventus, Milan e Fiorentina, duas cada. Em 2019/20, são três derrotas em sete jogos, dois reveses sendo para Juve e Milan.

“As meninas fizeram todo o possível para tentar se recuperar, mas não foi suficiente. A Juventus é uma equipe que não lhe dá chances, sempre sabe o que fazer em campo. Teremos que analisar as coisas que não fizemos bem para crescer mais. Tentamos fazer isso até o final, mas estávamos com algumas dificuldades no nível de finalização. Todos devemos ter mais consciência do nosso potencial e das nossas deficiências, ter coração e capacidade de melhorar sempre”, salientou Bavagnoli.

O preço a ser pago, neste momento, é ver a distância para o Milan, segundo colocado, aumentar para cinco pontos (17 a 12) e estar sete atrás da líder Juventus. Na quarta colocação, a Roma vê três times — Empoli, Inter e Florentia — se aproximarem.

Nem tudo, no entanto, é desespero. A Serie A é longa, e temos tempo. Mas nossos resultados, não digo apenas desempenho, em jogos grandes precisam mudar. A mentalidade para os clássicos precisa ser encarada de outra forma. Serão essas partidas que vão decidir campeonatos — temos a Coppa Italia no nosso calendário também.

Os tropeços fazem parte, ninguém aqui cobra que a Roma vença todos os jogos, mas precisamos superar os problemas de concentração, eficiência e até mesmo entender como encaramos os clássicos. Talvez sejam esses pontos que precisamos evoluir para bater de frente com líderes e mudar o cenário na Itália. Ainda no primeiro turno jogaremos contra Tavagnacco e Orobica Bergamo, em casa, e visitaremos Pink Bari e a Inter. Oportunidades para voltarmos a vencer, criar sequência positiva e crescemos nos sentidos emocional e de equipe, que podem fazer a diferença no restante da temporada.

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