Roma campeã: Serie A 1982–83

Felipe Portes
Coração de Roma
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3 min readJan 12, 2018

Treinada pelo Barão Nils Liedholm, a Roma ergueu seu segundo scudetto no memorável ano de 1983. Era um tempo romântico na capital. O time vivia em comunhão com a sua torcida, apaixonada e à espera de uma coroação justa para a evolução da Roma como um todo, passando por suas principais peças.

Consagrando craques como Tancredi, Conti, Pruzzo, Falcão, Prohaska, Ancelotti, Vierchowod, Righetti, Nela e Di Bartolomei, a equipe giallorossa terminou a temporada com quatro pontos de vantagem sobre a Juventus, no que foi um triunfo inesquecível sobre o grande time daquela época.

Desde o começo, o elenco de Liedholm mostrou que teria capacidade para disputar o título mais uma vez. A Roma suportou várias provações ao longo da década de 1970 e chegou com mais experiência para beliscar o scudetto. Até a oitava rodada, houve uma série de mudanças na liderança do campeonato. Daí em diante, só deu Roma, em arrancada imparável até a glória, em 8 de maio de 1983, contra o Genoa, fora.

Foram poucos tropeços. Apenas três derrotas ao longo dos trinta jogos, contra Sampdoria e Juventus (nos dois turnos). Entretanto, isso não quer dizer que a Roma não tenha patinado em alguns confrontos. Ao todo, foram onze empates, o que demonstra o equilíbrio da Serie A naqueles tempos.

O rival. Vale lembrar que os clubes ainda tinham poder de mercado restrito, com limite de dois estrangeiros. E a Juve de Platini era a base da Itália, com Zoff, Gentile, Cabrini, Scirea, Tardelli, Rossi e Bettega. Boniek, polonês que havia acabado de chegar à Itália, também se destacava.

Os peões. A Roma, bem mais modesta, tinha Falcão e Prohaska como estrangeiros. Os operários que faziam a engrenagem rodar, além dos astros da casa, eram os atacantes Maurizio Iorio, os meias Odoacre Chierico e Claudio Valigi, além dos zagueiros Michele Nappi e Aldo Maldera.

Esquemas e posições. Liedholm escalou um ousado esquema no 4–3–3, utilizando Di Bartolomei como líbero atrás do trio Nela, Vierchowod e Maldera. No meio-campo, Falcão era o volante que dava qualidade ao passe, contracenando com Prohaska e Ancelotti. Iorio e Conti formavam a linha de ataque com o centralizado Pruzzo, o bomber romanista. Apenas Tancredi e Vierchowod jogaram todas as 30 partidas.

Pontos altos. Para alcançar o título, os giallorossi venceram partidas fundamentais no caminho: 3 a 1 contra a Fiorentina, 2 a 1 contra a Inter, com destaque para uma goleada de 5 a 2 contra o Napoli. A taça foi confirmada no empate por 1 a 1 contra o Genoa, na penúltima rodada, impedindo a Juventus de diminuir a diferença.

Na tabela final, deu Roma com 43 e Juve com 39, em uma das únicas ocasiões em que nós vencemos a batalha com os bianconeri na classificação. A outra, como vocês devem se lembrar, foi em 2001, história que fica para outro dia.

Outros números. A artilharia do campeonato ficou com Platini, autor de 16 gols. O goleador romanista foi Pruzzo, com 12. A Roma teve a segunda melhor defesa, com 24 gols sofridos, um a mais que a Inter. O ataque, que marcou 47 vezes, também foi o segundo melhor no índice, atrás da Juventus, com 49.

Abaixo, um vídeo completo com todos os gols e resumos dos jogos da Roma na campanha. O documentário tem 1h40, mas é imperdível:

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Felipe Portes
Coração de Roma

Desenhista. Estudante de Letras-PT. Adepto da autoironia. Também estou em instagram.com/draw.portes