Arte com foto de Clay Banks — Unsplash

A Cora e a Utopia da Empresa Humanizada

Um relato sobre meu processo como profissional de Desenvolvimento Humano e Organizacional e meu encontro com a Cora

Isadora Martins
Published in
5 min readSep 29, 2021

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Passei bons anos da minha vida ouvindo as pessoas ao meu redor me alertando sobre quão altas eram as minhas expectativas em relação à cultura e clima em uma organização.

Eu só queria viver (e ajudar a construir também) em um ambiente onde as pessoas não fossem reféns de regras e estruturas que diminuíssem quem elas são. Um ambiente onde elas não precisassem administrar sua imagem e reputação o tempo inteiro, mas que pudessem canalizar essa energia para entregar o seu melhor.

Um ambiente psicologicamente seguro, diverso, inclusivo e acolhedor. Podemos chamar esse ambiente de empresa humanizada daqui em diante.

Repare que eu não mencionei que seria um ambiente perfeito, até porque sei que isso não existe. Mas, por mais que a perfeição não fosse a meta, aos poucos eu fui me acostumando com a ideia de que eu buscava uma utopia.

Utopia é algo idealizado, que habita apenas o imaginário e é inatingível.

No início, eu não desanimei, mesmo encarando o cenário como uma utopia. Eu me apeguei a essa passagem escrita pelo Fernando Birri por alguns anos:

“O que é utopia? Pra que serve?

A utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que não a alcançarei. Se eu caminho 2 passos, ela se afasta 2 passos. Quanto mais eu buscá-la, menos a encontrarei, porque ela vai se afastando à medida que eu tento me aproximar. Então pra que serve? A utopia serve pra isso. Pra fazer caminhar.”

E assim fui caminhando no meu processo como profissional de Desenvolvimento Humano e Organizacional dentro das empresas. Fui aprendendo a alocar melhor minha energia nas coisas que eu podia influenciar, tentar aceitar o que eu não podia e a lidar com as frustrações constantes.

Comecei a lapidar as faculdades da observação e responsividade (bastante influenciada por agentes de mudança como a Target Teal e Corporate Rebels).

Todo processo na natureza, corretamente observado, faz despertar em nós um novo órgão de cognição. (Goethe)

Foi um caminho de muito aprendizado, sem dúvidas. Mas muito solitário também. Cheguei em um ponto de conflito em que buscava respostas para perguntas como “até onde estou disposta a ir para lutar por algo que pareço enxergar sozinha?”, “quanto de vida estou perdendo aqui?”, “será que consigo exercer essa influência sem precisar me desgastar tanto?”, “será que mais alguém também quer viver nesse ambiente ou eu tô maluca?” (…).

Meu processo pessoal de desenvolvimento confundia-se cada vez mais com os processos organizacionais dos lugares em que eu passava e a pilha de questionamentos só aumentava. Fui descobrindo meus limites e motivações mais profundas até que decidi sair do ambiente corporativo e tentar “cutucar” o sistema pelo lado de fora.

“É isso! Vou empreender!”

Propósito claro, modelo de negócio, CNPJ, primeiras pessoas clientes em vista, reserva financeira, identidade visual pronta, site em construção, marca sendo registrada no INPI. Tudo pronto pra dar esse passo e…

…Eis que surge a Cora.

Na mesma época, a Cora estava buscando profissionais para montar o seu time de Desenvolvimento Organizacional e essa oportunidade cruzou o meu caminho por algumas vias. Eu tinha amigos que já trabalhavam na empresa e sabia que o ambiente era legal, mas eu não queria me desviar do meu novo desafio (empreender).

Foi então que decidi abordar o Gus (líder da área de Pessoas e Cultura da Cora) no LinkedIn e tentar uma parceria entre a Cora e a empresa que eu estava abrindo. Propus apoiá-lo na construção e implantação da área e preparar uma pessoa para tocar o desafio. Ele me respondeu cordialmente falando que poderíamos conversar, mas já deixando claro que pretendia trazer alguém pra construir a área do lado de dentro.

Fui pro papo com a intenção de fechar a parceria, e ele, com a intenção de me convidar a participar do processo seletivo para a posição aberta. Após alguns papos (muuuuito bons, diga-se de passagem), meu coração já estava todo bagunçado.

A sensação era de que a vida estava me testando e colocando à prova o meu plano de empreender (e, junto com isso, a minha autoconfiança).

“Será? Devo ir pra dentro de uma empresa de novo?”

Entrei no processo e fui me encantando cada vez mais pela Cora. Pensei, racionalizei e escutei muito minha intuição. Até que recebi a proposta e cá estou eu, quase 7 meses como Corajoser vivendo todos os dias a minha utopia de empresa humanizada dentro da Corinha.

E o Fernando Birri não estava errado, a utopia estará sempre 2 passos na nossa frente. Porque o sonho agora é outro.

Na Cora, já é possível sermos quem somos e termos a segurança psicológica necessária para prosperarmos ofertando o nosso melhor ao propósito e objetivos de negócio da empresa.

Mas isso já não é o suficiente. Queremos construir um ambiente deliberadamente voltado ao desenvolvimento do ser humano em sua totalidade.

“E se uma organização fizesse tudo que está ao seu alcance para criar uma cultura onde todas as pessoas — não apenas um seleto grupo de ‘high potentials’ — pudessem transcender suas próprias barreiras internas usando erros e vulnerabilidades como oportunidades únicas para crescimento pessoal e organizacional?” — Robert Kegan no livro An Everyone Culture

Agora eu persigo uma nova utopia. E o melhor de tudo é que agora o sonho e a caminhada são compartilhados com pessoas incríveis e imperfeitamente humanas. Não existe solidão.

E eu não preciso gastar 1% de energia gerenciando minha imagem. As pessoas me acolhem da mesma forma, acertando ou errando.

Na Cora, o desafio complexo que consome minha energia é o mesmo que me reabastece todos os dias. Não tem linha de chegada, o jogo é infinito.

O que estamos construindo aqui é algo diferente de tudo que já li, ouvi e vivenciei dentro de uma empresa. É especial, personalizado, genuíno e muito prazeroso.

E o melhor de tudo: é imperfeitamente humanizado.

Estamos rodando experimentos em todos os nossos subsistemas de Pessoas e Cultura. Fica! Ainda vamos compartilhar muito aprendizado por aqui.

Somos Coragem e Coração. Somos a Cora. #SejaCora

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Isadora Martins
Cora
Writer for

A human being passionate about the potential we have to be our truest version.