De candidata à recrutadora na Cora

Minha experiência participando e também conduzindo o processo seletivo da Cora

Mandinha
Cora
Published in
6 min readOct 3, 2022

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Recentemente, completei um ano como recrutadora da Cora e a Anywhere — nossa parceira de recrutamento — me procurou para que eu compartilhasse um relato sobre algum processo seletivo que tenha marcado a minha vida.

Achei incrível a ideia e escrevi um texto sobre a minha experiência enquanto candidata passando pelas entrevistas da Cora. É isso que quero trazer nesse artigo: a visão de alguém que já esteve dos dois lados do mesmo processo.

Do outro lado da mesa por uma semana

Fui chamada para um papo com a Cora em março de 2021. Sem nunca ter ouvido falar da empresa, pesquisei sobre ela e, lendo seu propósito, encontrei algo que reverberou muito em mim, por isso topei conversar.

Papo com o Gus

Conversei com o Gus, nosso Diretor de Pessoas e Cultura, que me ganhou quando mandou fotos do bebê mais fofo que eu já vi (e que eu amo ver em videochamadas até hoje) e quando me deixou à vontade o suficiente para dizer: eu adoro dar pitaco sobre vários assuntos de várias áreas e, se eu não tiver esse espaço por aí, vou ficar extremamente incomodada. Vocês também vão me achar um saco.

Papo com a Nay

Ao ser entrevistada pela Nay, uma das principais responsáveis pelo processo seletivo da Cora ser o que é, encontrei uma mulher que estava chegando de uma caminhada na praia, ainda com roupa de academia e de rabo de cavalo, sem a menor pretensão de esconder o que é óbvio: fazemos outras coisas na vida além de trabalhar. Durante uma hora e meia, ela me encantou, me acolheu e me desafiou na mesma intensidade. Saí do papo com a certeza de que, se eu passasse, quem estaria passando seria eu mesma, por inteiro, sem esconder e sem inventar nada.

Papo com a Carolez

Conheci também a Carolez, outra mulher incrível que, assim como eu, estava começando sua carreira e também tinha se apaixonado pelo trabalho do time de People sem ter cursado nada minimamente relacionado a isso. Em poucos minutos, nós nos chamávamos de “miga”.

Papo com o Igor

Sem acreditar no que estava vivendo até ali, conheci por último o Igor (CEO). Antes do papo, confesso que fiquei com aquele friozinho na barriga, afinal, as letrinhas C, E e O juntas costumam vir acompanhadas de uma certa formalidade e distanciamento. Com um sotaque mineiro e uma camiseta rosa, em poucos minutos, o fundadô (como o chamamos aqui) me fez entender como a Cora podia, de fato, ser o que era.

Eu sabia que você existia

Mesmo mais de um ano depois, estou num lugar que me faz pensar sempre naquele muro do Minhocão que diz “eu sabia que você existia”. Porque é só quando a gente encontra um lugar onde podemos ser quem somos que parece que a gente solta a respiração e, pensa, com alívio, que não estávamos viajando ao querer X ou achar Y. E foi só depois desse processo que entendi, de forma resumida, o que é recrutamento: é mostrar quem a gente é enquanto uma empresa, através das pessoas, também mostra o que ela é. Feitas as apresentações, a gente avalia se faz sentido ser em conjunto.

Recrutamento e transparência

Chegando aqui na Cora, fui entendendo cada vez mais os bastidores da experiência incrível e intensa que vivi quando fiz meu processo seletivo.

Percebi que a liberdade para se ser quem você é e o cuidado com a vivência das pessoas é uma constante em todas as áreas da Cora. O papel de recrutamento é justamente espelhar isso em suas etapas, papos e feedbacks. Para quem recruta, é um verdadeiro alívio poder engajar participantes por falar a verdade e não por floreios e maquiagens.

Entendi também que conseguimos ser esse espelho porque encontrei aqui um processo que une um embasamento gigante na psicologia e no marketing com a dedicação de cada pessoa que passa por ele. Isso inclui inúmeros Corajosers que passam por uma formação intensa para entrevistarem no nosso Papo de Cultura, uma das etapas mais especiais que fazemos.

A verdade é que, se for para falar do que torna o nosso processo especial, eu poderia ficar horas falando, mas a , nossa Líder de Recrutamento, já fez isso muito melhor do que eu poderia neste texto aqui.

Colocando de volta o chapéu de recrutamento

Vou focar em contar como vem sendo para mim ter a responsabilidade de honrar todos os sentimentos bons que tinha vivido na minha experiência como candidata ao mesmo tempo em que quadruplicamos a empresa.

O recrutamento para empresas de tecnologia é desafiador por natureza.

É a pressa de quem quer contratar porque precisa daquela pessoa nova para entregar determinado produto/feature ou simplesmente para aliviar um pouco sua própria rotina sobrecarregada. É um mercado competitivo, escasso e (ainda) pouco diverso e inclusivo, o que angustia ainda mais.

É um trabalho com atividades incansavelmente humanas:

Não só somos a cara e a voz da empresa para alguém que estamos querendo encantar, como também temos um curto espaço de tempo para descobrir se aquela pessoa faz sentido para a nossa cultura e para o desafio técnico que temos.

Ao mesmo tempo, temos inúmeras atividades operacionais, muitas interações e uma super logística com as agendas pra fazer uma entrevista acontecer. É uma área em que você tem resultados claros a serem obtidos pelo seu trabalho, mas que é constantemente afetada por fatores externos que afetam esse resultado.

Por tudo isso, quando olhei para o cenário da Cora, para a grande quantidade de coisas que tínhamos para construir e para o quanto de insumo que tínhamos para essa construção, fiquei assustada. Assustada porque era muito óbvio que recrutamento teria um papel chave em tudo que viria pela frente. Não era sobre budget, não era sobre cultura, era sobre encontrar as pessoas certas para fazer o negócio acontecer e, quanto antes e melhor fizéssemos isso, melhor.

Fazendo as contas

Como uma pessoa extremamente pragmática, olhei nossa projeção de contratações até o final do ano, dividi pelo número de semanas e pelo número de pessoas recrutadoras que tínhamos e pensei “beleza, então tenho que fechar tantas pessoas por semana para bater minha meta”.

Quando duas semanas no meu onboarding em recrutamento se passaram e antes de eu receber a minha primeira vaga, comecei a ficar desesperada porque vi que, com cada vez menos semanas até o fim do ano, minha meta estava cada vez maior. Mas foi aí que ouvi pela primeira vez uma frase que, até hoje, resume muito o nosso trabalho: não estamos aqui só para fechar vagas e muito menos para fechá-las obrigatoriamente num determinado período de tempo.

Essa simples frase sempre me faz lembrar de nunca deixar de ver recrutamento do tamanho que ele realmente é. Além de mostrar quem somos — como já tinha percebido na minha experiência como candidata — , o processo seletivo é sobre mudar a vida de pessoas enquanto mudamos o rumo de uma empresa inteira.

Porque, em qualquer lugar, mas principalmente em startups, uma pessoa no lugar certo e na hora certa (ou não) faz toda a diferença.

Com isso sempre em mente, fica claro que não faz sentido fazer algo desse porte de forma apressada, de qualquer jeito, só para entregar. Conscientemente, ninguém vai concordar com a ideia de “contratar quem aparecer pela frente”, mas, inconscientemente, é nessa lógica que o mercado nos empurra quando pressiona pela eliminação de etapas, pela redução do tempo de conversa ou outras coisas.

Mas ninguém pode negar que não há nada menos otimizado do que um processo que você precisa refazer o tempo todo — e aqui a gente contrata as pessoas pra elas ficarem na Cora por anos.

É essa mentalidade, de fazer com calma e com propósito, que me guia para ir além na interação com as pessoas candidatas nas pequenas grandes coisas.

O trabalho de continuar encantando as pessoas candidatas como eu fui encantada é uma missão contínua, mas espero ter conseguido passar um pouco do que é recrutar em uma empresa verdadeiramente humanizada.

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