É POSSÍVEL QUEBRAR A ESCRITA?
O histórico ruim de quarterbacks de USC na NFL
A University of Sourthern California é uma das mais tradicionais da FBS, a primeira divisão do Futebol Americano Universitário dos Estados Unidos. A escola pertence à conferência Pac 12 desde 1959 e tem um recorde 855 vitórias, 350 derrotas e 54 empates, o que lhes confere um percentual de aproveitamento de 70.1%. Falando em títulos, USC tem 11 conquistas nacionais reivindicadas, venceu sua conferência 39 vezes e a divisão em 4 oportunidades, além de ter construído históricas rivalidades com UCLA, Stanford e Notre Dame. Em termos de jogadores, a Universidade já produziu 7 vencedores do Heisman Trophy — prêmio dado ao mais espetacular jogador do College Football em uma determinada temporada — entre os quais se destacam Carson Palmer, Reggie Bush, OJ Simpson e Marcus Allen, todos os nomes com certa relevância na NFL.
Como não é o objetivo do texto, não vou adentrar em nomes históricos que vestiram o uniforme dos Trojans, irei me ater apenas aos quarterbacks que saíram da escola para a NFL com alguma pompa. Sendo assim, nomes como Cody Kessler e Matt Barkley que você viu nos campos da Liga nos últimos anos e que vieram de Sourthern California não vão entrar nessa lista.
Carson Palmer — 1ª escolha geral do Draft de 2003
Palmer foi o 1ª quarterback da universidade a vencer o Heisman Trophy e o 1º a ser selecionado na 1ª escolha geral de um Draft. Os outros quatro nomes que tiveram a honra de serem os primeiros de seu recrutamento não eram passadores. A carreira de Carson na NFL foi de altos e baixos, e minada por lesões. Após uma temporada de calouro mediana, ele conseguiu levar os Bengals aos playoffs em seu segundo ano após 15 de ausência da franquia na pós-temporada. Mas o que parecia ser uma carreira promissora começou a esbarrar nas lesões após ele se contundir gravemente nos playoffs de 2006. Dali em diante lesões e temporadas medianas marcaram a trajetória de Palmer até que ele encontrou Bruce Arians no Arizona Cardinals em 2014. Sob a batuta do Head Coach ele retomou boas performances, chegando inclusive a conduzir o time ao NFC Championship Game de 2015 e teve um final de carreira proveitoso, entretanto, é impossível não dizer que sua carreira foi abaixo das expectativas que o cercavam quando os Bengals o selecionaram no draft de 2003. Carson Palmer encerrou sua passagem na NFL com 46.247 jardas aéreas, 294 touchdowns e 187 interceptações em 14 anos de carreira.
Matt Leinart — 10ª escolha geral do Draft de 2006
Leinart sucedeu Carson Palmer como quarterback de USC e atuou em um período mágico para a Universidade, onde a equipe conquistou 2 títulos nacionais treinada por Pete Carroll e ele venceu o Heisman Trophy em uma oportunidade. Todas estas glórias coletivas e individuais elevaram o status de Matt para o draft de 2006 e o Arizona Cardinals puxou o gatilho selecionando o jogador na 10ª escolha geral. Ele deveria ser o sucessor de Kurt Warner, mas isso jamais aconteceu porque quando ele entrou em campo não justificou sua oportunidade e quando o veterano quarterback teve uma chance, reviveu seus melhores dias liderando os Cardinals ao 1º Super Bowl de sua história e relembrando os tempos em que ele foi MVP da NFL. Antes que você pense que Leinart deu azar, vou desmistificar isso, pois quando Warner se aposentou dos gramados, o ex-USC recebeu outra chance como titular, mas acabou perdendo a disputa para Derek Anderson e foi liberado pela equipe. Depois disso, Matt perambulou por algumas equipes, como Bills e Raiders, sempre como reserva e nunca chegou nem perto de ser um jogador mediano na Liga. Em 6 temporadas na NFL ele acumulou pífias 4065 jardas aéreas, 15 touchdowns e 21 interceptações.
Mark Sanchez — 5ª escolha geral do Draft de 2009
Mark Sanchez é um dos quarterbacks mais crus a chegar a NFL em uma 1ª rodada de draft. O ex-jogador de USC não sabia sequer como dar um slide para encerrar uma corrida, isso só para vocês terem uma ideia da situação. Entretanto, ele tirou a sorte grande ao ser selecionado pelos Jets no recrutamento de 2009, e em Nova York encontrou uma defesa muito sólida e literalmente, capaz de vencer jogos, além de um jogo terrestre consistente. Com essas duas “bengalas” ele conseguiu disputar dois AFC Championship Games em suas duas primeiras temporadas na NFL, um começo realmente incrível! Mas após a defesa se desmanchar e chegar a hora dele se mostrar um quarterback com Q maiúsculo, todos vimos que isso jamais iria acontecer. Na temporada 2012, sua última pelos Jets, ele ficou eternizado pelo butt fumble, quando ao tentar um scramble muito atrapalhado acabou acertando a bunda de seu companheiro de equipe e sofrendo um fumble contra o New England Patriots em um jogo de transmissão nacional. Após isso, ele perdeu toda a temporada de 2013 e acabou dispensado pelos Jets e rodou por algumas franquias sem jamais conseguir se firmar novamente. Em 8 temporadas na NFL ele acumulou 15.357 jardas aéreas, 86 touchdowns e 89 interceptações.
Ainda não irei incluir Sam Darnold nesta lista porque ele é jovem e terá uma chance de mudar o curso da sua carreira após 3 anos esquecíveis tentando ser o franchise quarterback do New York Jets, onde além de ter tido um desempenho aquém do esperado foi atrapalhado pela “brilhante mente ofensiva” de Adam Gase.
Mas por que tocar nesse assunto? Por conta de Kedon Slovis, atual quarterback de USC, e já tenho visto algumas pessoas torcerem o nariz para ele por conta deste complicado histórico na NFL dos jogadores da posição que vem da universidade. Acho importante que seja avaliado o jogador e não o capacete que ele usa, pois, Slovis tem talento e um bom teto de produção para evoluir, se na temporada 2021 do College Football ele melhorar alguns quesitos como tomada de decisão e trabalho sob pressão, podemos o ver subir no board das equipes e surgir como um bom nome para equipes atrás de um novo quarterback no Draft da NFL de 2022. Fiquem atentos a Kedon Slovis, porque ele pode nos proporcionar uma das boas histórias no Futebol Americano Universitário de 2021.
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