comprar em feira livre não é para amadores

Lyvia Rodrigues
cozinha sem filtro
Published in
2 min readJan 29, 2020

Eu preciso confessar que não sou quem faço a feira em casa! Não consigo! Tem que ter talento. Eu adoro o misto de frutas, legumes, peixes, pimentas e gente que esse lugar proporciona. Acho tudo muito fotogênico. Mas não sei lidar com os ágeis vendedores que deveriam dar aula em Harvard.

Você pergunta, inocentemente, quanto está o lote do mamão e na reposta você já sai com duas sacolas cheias de mamão, banana, abacate, salsinha, cebolinha, couve e deseja mais alguma coisa senhora? Eles te hipnotizam com falas rápidas, números, descontos e a repetição insana de “é para acabar, para acabar…” e acaba mesmo é com a minha autonomia de escolha. Eles têm uma técnica de falar sem respirar que a gente fica sem brecha para responder “não, obrigada” e quando percebe já está pegando um raminho de tomilho para fechar em R$20, senhora.

Das vezes que fui à feira, eu só descobri o que tinha comprado quando cheguei em casa: o sinal de alerta foi o caju. Nem gosto, mas levei um lote com oito unidades.

A feira não é para amador, irmão! É para quem consegue ser neutro e focado a ponto de comprar só o que realmente quer. É prova de resistência do cotidiano! Idolatro quem diz: “Fui à feira e comprei só um saquinho de mandioca. Só?”.

Bate uma inveja que eu só sinto de quem tem “arrasta para cima” no instagram.

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