Batalha
Depois de tantos tombos em sequência, decidi não mais levantar, e andar de cócoras pra evitar o contato com os olhos de um inimigo em potencial. No caminho me deparei com seu corpo tentando se levantar, te dei as mãos e você sugeriu que subíssemos juntos. Já quase lá em cima, olhei nos teus olhos sorridentes e antes de te dar um beijo, num súbito e histórico instinto de que a batalha alguma hora haveria de acontecer, te surpreendi numa rasteira, e ainda que olhando para trás, rastejei para longe.
Com medo, chorando, te deixei ali. Ainda sentindo o calor de suas mãos, mas na esperança de que alguma hora o frio tomaria conta de tudo novamente e mergulhado na tristeza do pensamento de que aquele sorriso, em breve estaria lá em cima, agora agradecido por merecidos beijos, numa justa batalha com um outro alguém.