Batalha

Luiz Paulo Souza
Crônicas de um Monstro
1 min readJan 26, 2019

Depois de tantos tombos em sequência, decidi não mais levantar, e andar de cócoras pra evitar o contato com os olhos de um inimigo em potencial. No caminho me deparei com seu corpo tentando se levantar, te dei as mãos e você sugeriu que subíssemos juntos. Já quase lá em cima, olhei nos teus olhos sorridentes e antes de te dar um beijo, num súbito e histórico instinto de que a batalha alguma hora haveria de acontecer, te surpreendi numa rasteira, e ainda que olhando para trás, rastejei para longe.

Com medo, chorando, te deixei ali. Ainda sentindo o calor de suas mãos, mas na esperança de que alguma hora o frio tomaria conta de tudo novamente e mergulhado na tristeza do pensamento de que aquele sorriso, em breve estaria lá em cima, agora agradecido por merecidos beijos, numa justa batalha com um outro alguém.

Beijo Flor —Johnny Hooker | 6000 Dias — Boogarins

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