Dessa vez foi diferente…
Foi estranho o que aconteceu aquela tarde…
Foi diferente dessas últimas outras porque elas foram lampejos fracos de esperança, migalhas de amor. Eu coloquei nelas uma expectativa débil, anêmica, mas com você…com você já estava lá, entende? Chegou junto…
O sorriso amavelmente pequeno e inocente, o cabelo ondulado, curto, convidativamente macio; os olhos cerrados e vergonhosos protegido pelos óculos alguns tons mais escuros que a pele. Os braços que se jogavam em meus ombros aceitando que naquela tarde podíamos ser…sei lá, apenas ser. As marcas dos meus lábios no teu pescoço, ser corpo rijo, suas pernas, cruzando meu quadril, aceitando, só naquele momento, toda forma de cuidado.
Naquela tarde, quando chegou, eu te daria o mundo se quisesse, seria tua arma e teu escudo, seria mais forte que quaisquer dos males no mundo…
Você aceitaria, obviamente, mas por convenção. Com a preocupação tomando o seu olhar, por saber exatamente aonde aquilo levaria. Por saber o que eu não sabia. Por saber que aquela tarde existia por si…que aquele era o início, o meio e o fim.
E foi.
