As 4 formas mais simples de se convencer alguém

Convencer alguém pode ser uma tarefa trabalhosa, porém o cérebro das pessoas entrega alguns atalhos que podemos usar!

Sávio Marra
Creative Bee

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A habilidade da persuasão é algo importante e muitas vezes necessário em diversos contextos da vida pessoal e profissional. Há trabalhos onde as pessoas precisam de habilidades nesse sentido para serem bem sucedidas, mas, mesmo fora de nossas profissões, em diversos aspectos precisamos recorrer às nossas capacidades de convencer.

Para, então, conseguir persuadir pessoas, geralmente leva-se em consideração dois pontos: 1. os aspectos positivos da ideia ou coisa que você quer vender (não só no sentido comercial) e 2. como aquilo seria vantajoso para a pessoa. Em torno destes dois pontos, diferentes caminhos e abordagens são utilizados, havendo inclusive estudos sobre este tema.

Neste processo da persuasão, há quem utilize uma série de argumentos complexos, demonstrando o quanto se conhece sobre a coisa em questão. Porém, uma forma eficiente de fazer alguém aderir a uma ideia, é apresentá-la de uma maneira que seja simples e que o cérebro desse ouvinte não precise fazer grande esforço para compreender. Para isso, apresentaremos aqui 4 características que você pode acrescentar à sua abordagem, podendo você utilizá-las juntamente ou de forma separada, e que vão facilitar o entendimento e o convencimento da pessoa com quem você estiver se comunicando.

Frequência

A frequência diz respeito à quantidade de vezes que uma pessoa foi exposta a alguma informação, e sobre como isso vai, de forma natural, influenciar o entendimento e o poder decisão dela. Ou seja, quando uma pessoa ouve sobre algo muitas vezes, aquilo se torna familiar para ela e automaticamente pode parecer uma informação mais confiável.

Exemplo: se você é uma pessoa mais ou menos leiga quando o assunto é limpeza, e precisa escolher uma marca de sabão em pó para comprar, é provável que logo vá pensar em Omo. E isso provavelmente vai acontecer devido à quantidade de vezes em que você já ouviu falar sobre essa marca (que é a empresa deste ramo que mais investe em propaganda no Brasil), o que vai fazer você acreditar que é a melhor opção, ainda que você não saiba muito sobre as características mais específicas dela e não tenha uma noção real sobre seu nível de qualidade.

Aplicação: uma forma de facilitar com que uma pessoa acredite que uma ideia é boa, é apresentá-la fazendo associações com coisas que são muito comumente ouvidas.

Simplicidade

Existe um princípio que se chama Lei da Parcimônia, que diz que a solução mais simples geralmente tende a ser a mais certa. Esse princípio não tem qualquer respaldo científico e é praticamente um dito popular, mas as pessoas de fato enxergam as coisas dessa maneira em muitos casos. Geralmente, a explicação mais fácil que se tem para algo, é a que as pessoas vão aceitar melhor.

Exemplo:

  • É mais fácil convencer alguém de que: “a terra é esférica porque, se tivesse outro formato, seria dia ou noite em todos os lugares do planeta ao mesmo tempo, assim como não existiriam diferentes estações do ano”.
  • Do que fazer alguém crer que: “a terra é esférica pois a aceleração centrípeta produzida pela sua rotação, descoberta por Jean Foucault em seu experimento para determinar que a Terra girava em torno do seu próprio eixo, faz com que o pêndulo tenha seu plano de oscilação afetado, com isso, temos a movimentação dos oceanos e é possível determinar as coordenadas de latitude e longitude, o que não seria possível num planeta de outro formato”.

Aplicação: então, é interessante que os fatos sejam explicados de maneiras mais simples e acessíveis, para que as pessoas absorvam e consequentemente tendam mais facilmente a aderir.

Experiência

Esse ponto diz respeito a experiências pelas quais passamos e que nos fizeram criar um conceito e, de certa forma, até mesmo um “preconceito” em relação a algo (esse “algo” pode ser uma pessoa ou grupo de pessoas; uma marca ou área de mercado; um produto ou ramo de produtos; ou qualquer outra coisa com a qual você teve algum tipo de contato). Esse “preconceito” pode ser positivo ou negativo, e caso você não esteja compreendendo bem, o exemplo vai ajudar.

Exemplo: se lá para meados de 2017, você fizesse seu primeiro pedido pelo iFood e a experiência fosse horrível, seu lanche demorasse a chegar e viesse com erros, pode ser que sua percepção sobre o aplicativo, como um todo, ficasse prejudicada por algum tempo, e você ficasse achando que necessariamente o padrão de atendimento dele não era lá tão bom, fazendo você pensar duas vezes antes de usá-lo novamente. Então, sua experiência ruim neste caso, pode ter feito com que você associasse o aplicativo a coisas ruins.

Aplicação 1: faça associações com experiências que as pessoas já tiveram para convencê-las a aderir a coisas boas ou a rejeitar coisas ruins.

Aplicação 2: se esforce para causar uma boa impressão nos primeiros contatos que tiver com alguém, para que ela tenha uma boa experiência inicial contigo ou com seu negócio, pois, todo mundo erra, mas quando se erra nas primeiras interações, é provável que as pessoas não se esqueçam disso. Então, leve a sério o ditado popular que fala que “a primeira impressão é a que fica!”.

Entendimento

Existe uma teoria que se chama O Martelo de Maslow, que diz: “Se a única ferramenta que você tem é um martelo, tratará todos os problemas como prego”, e o significado disso é que na maior parte das vezes em que se tem um problema, você buscará soluções e explicações baseadas apenas nos assuntos que você entende, e em muitas vezes não expandirá sua visão para respostas que talvez estejam fora do seu campo de conhecimento.

Exemplo: Se uma loja está indo mal num geral e alguns profissionais forem consultados para sugerirem soluções, um especialista em contabilidade provavelmente irá propor uma melhor gestão das finanças; um especialista em marketing provavelmente irá propor ajustes na comunicação; enquanto um bom vendedor provavelmente irá sugerir diferentes estratégias de venda.

Aplicação: A teoria que citamos acima, e que foi formulada por Abraham Maslow, na verdade propõe que a gente saia dessa “caixinha” e busque diferentes pontos de vista, mas, imaginando que a pessoa com quem você vai se comunicar veja as coisas dessa forma limitada, seria interessante pensar nas coisas que ela conhece ou provavelmente conhece, para utilizar uma linguagem que se adeque à dela.

Nossos cérebros buscam facilitar os caminhos

Os fenômenos explicados aqui, são chamados de heurística da disponibilidade, e se referem a formas que nosso cérebro usa para simplificar os caminhos que ele precisa percorrer, ou seja, atalhos que ele utiliza para não fugir muito da zona de conforto.

Obviamente, todos esses fatores que foram citados podem ser utilizados de uma maneira tendenciosa e desonesta; por exemplo: as fakenews, são uma forma de usar erradamente a abordagem da simplicidade. Porém, a intenção aqui é estimular você a aplicar tudo isso de uma maneira positiva, e usar esses caminhos facilitados para apresentar soluções reais às pessoas com quem você se comunica, de forma que traga benefícios tanto a ela quanto a você, certo?

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Sávio Marra
Creative Bee

Quase publicitário, apaixonado por redação, planejamento estratégico, business intelligence e neuromarketing