Como ser mais criativo? Descubra 7 formas

Como desenvolver a tão almejada habilidade da criatividade? Confira aqui algumas formas para conseguir isso!

Sávio Marra
Creative Bee

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A criatividade é uma habilidade extremamente necessária, não só em ambientes de trabalho, como em muitas situações do cotidiano. A raiz etimológica dessa palavra é “cria” e ela diz respeito exatamente à capacidade de criar e consequentemente, de desenvolver formas para solucionar problemas, alcançar objetivos e expressar ideias.

A criatividade, porém, é em várias situações tratada como um dom, como algo que alguns têm e outros não, ou ainda como um fator dependente do momento e da inspiração do dia, como se ela viesse “do nada”. Mas a verdade é que, como a maioria das habilidades, a criatividade pode ser desenvolvida e deve ser praticada e estimulada através de técnicas e “truques”.

Neste texto, vamos trazer 7 dicas que vão te ajudar a quebrar o bloqueio criativo, que vão facilitar seus processos e que você pode utilizar sozinho ou nos brainstormings com a sua equipe.

1. Junte coisas que “não têm nada a ver”

Quantas vezes você já viu marcas utilizando memes da atualidade para se comunicar? Em muitas vezes dá certo e em muitas não, mas isso é parte de uma técnica de criatividade chamada mix and match (misturar e combinar), onde você junta duas coisas que aparentemente não têm qualquer relação, mas que podem servir para ilustrar uma situação, deixar uma mensagem divertida, fazer analogias e ajudar no processo de várias formas dependendo do contexto. Pode-se utilizar elementos de uma série em dinâmicas no ambiente de trabalho; o trecho de alguma música para falar de forma descontraída de algum produto; um meme para ensinar coisas de um jeito didático; e tudo o que puder encaixar.

Por isso: não deixe de assistir séries, filmes e programas de TV, não deixe de ler livros de ficção e entretenimento, não deixe de ficar por dentro dos memes das redes sociais, acompanhar podcasts, ouvir vários gêneros musicais e dar um tempo para sua mente se divertir, pois, até nisso você pode juntar referências que vão fortalecer sua criatividade.

É importante destacar, porém, que a técnica explicada acima deve ser usada com cuidado, pois, como já dito também, pode ser que o resultado fique sem sentido. Então, é interessante fazer aplicações disso que realmente criem pontes que combinem com o contexto do que você está criando.

Campanha do Burger King inspirada na série “Stranger Things”.

2. Não seja sedentário!

Isso poderia ser um texto fitness disfarçado de marketing, mas não é. Conhecemos diversos benefícios que as atividades físicas trazem, mas vamos falar de um que talvez você não soubesse: fazer caminhadas ou corridas estimula a criatividade.

Um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, aplicou exercícios com testes de criatividade em alguns estudantes e viu que, quando eles estavam caminhando, suas mentes conseguiam produzir mais ideias do que quando estavam sentados. A princípio se cogitou que essa criatividade surgia devido ao contato com a natureza, o ar livre e os elementos que se encontram ao andar pelas ruas, porém, também foram feitos testes com pessoas caminhando em esteiras dentro de ambientes monótonos, e os resultados foram igualmente positivos.

O próprio estudo não pôde dizer com exatidão que fatores químicos e biológicos fazem com que a caminhada atue no estimulo da mente, mas a probabilidade é que esses resultados estejam associados ao alívio do estresse e à sensação de satisfação que o exercício gera e aos pensamentos menos carregados que temos enquanto fazemos a atividade física. Então, adote o hábito da caminhada, que traz tantas coisas boas para seu corpo, inclusive mais criatividade.

Você pode ler em português sobre esse estudo em uma matéria no blog da UOL ou em inglês na publicação do próprio portal da Stanford University.

3. Ponha tudo no caderninho

Já dissemos aqui que a criatividade não é e nem pode ser algo que surge “do nada”, mas é fato que muitas ideias vêm em situações inusitadas de nosso dia, muitas vezes quando sequer estamos trabalhando naquilo em que precisamos usá-las. Por exemplo, se você aplicar as dicas de colher referências e se exercitar, pode ser que você não esteja fazendo isso enquanto trabalha, mas as ideias podem vir nesses momentos.

Então, seguindo o que foi dito acima, pode ser que essas ideias se percam em nossa mente durante o dia e não lembremos delas na hora em que realmente formos aplicá-las. Então: baixe um bloco de notas em seu celular ou sempre tenha um papel e uma caneta próximos caso prefira, para que você registre todas essas ideias que aparecerem.

4. “ROUBE” ideias

Antes de denunciar este texto, saiba que não há nada de desonesto nesta dica! Existe um livro do escritor Gabriel Perissé, chamado A Arte da Palavra, que fala de uma maneira poética sobre como é o processo de criar textos, e nele há um capítulo que conta sobre o “Plágio Criativo”, explicando sobre como podemos utilizar as ideias de outras pessoas, sem que façamos um roubo ou um plágio de fato, e vamos falar de forma resumida sobre este conceito.

Essa é uma das dicas mais desgastadas quando se fala de destravar a criatividade e é a segunda vez que vamos falar de referências neste texto:

  • Antes falamos sobre correlações, que tratavam de coisas que não têm nada a ver com o que você está criando, mas que podem ser usadas para ilustrar, deixar divertido, ou fazer analogias. Por exemplo: uma campanha de publicidade de uma hamburgueria, com a estética da série Stranger Things (Como já mostrado).
  • Agora estamos falando sobre referências de uma forma mais direta, onde essa referência usada é algo semelhante a o que você vai criar. Por exemplo: uma outra série de TV inspirada em Stranger Things.

Então, no momento em que você precisar criar ideias, pesquise coisas que outras pessoas já fizeram, em estratégias, pensamentos, textos, artes e tudo o que você puder imaginar do que já viu sendo feito, e que pode aplicar novamente, fazendo uma releitura adequada ao seu contexto e que (é claro) não viole os direitos autorais.

E não se sinta mal quando se inspirar fortemente na ideia de outra pessoa. Toda ideia existente, por mais que nem sempre percebamos, é resultado sim de alguma referência, afinal, ao criar, você precisa recorrer a recursos que sua mente foi coletando aos poucos ao decorrer da vida. Só precisamos aceitar isso definitivamente e entender que toda ideia nasce de uma outra. Se você for fazer algo do “zero”, vai precisar criar o universo novamente, afinal, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!”.

À esquerda, o vilão dos quadrinhos da Marvel, o “Carnificina” de 1991, que teve seus traços de personalidade e seu sorriso sinistro inspirados no famoso vilão da DC Comics, o “Coringa” de 1940, à direita.

5. Crie QUALQUER ideia

É claro que todas as dicas deste texto servem para combater o bloqueio criativo, mas essa aqui ataca uma das principais causas desse bloqueio: em muitas vezes esperamos criar algo muito bom logo “de cara”; temos a sensação de que, se a ideia não for muito boa, deve ser descartada imediatamente e nem pode ser posta no papel. Isso faz com que o processo criativo seja muito mais lento e difícil.

É importante destacar que não se deve APLICAR qualquer ideia, pois a ideia final deve sim ser muito boa, mas, ao invés de se tentar ir direto para essa ideia muito boa, deve-se sugerir ou rascunhar qualquer ideia que vier à mente. E as justificativas são as seguintes:

  • A — Muitas ideias surgem: quando não há o “filtro da ideia genial”, é mais fácil que várias ideias surjam e, com isso, é provável que pelo menos uma delas seja boa.
  • B — Você pode melhorar as ideias: aquela ideia que não te parece tão boa, ao invés de descartar imediatamente, você pode cogitá-la e ir melhorando conforme as demandas do que você precisa fazer, ou incrementando com outros elementos;
  • C — A ideia pode até não ser tão ruim: muitas vezes uma ideia pode parecer boba na sua cabeça, mas ao esforçar sua mente para escrevê-la / desenhá-la / rascunhá-la, você talvez chegue à conclusão de que ela não é assim tão ruim, ou que pelo menos ela tem partes que podem ser usadas, ou ainda, só enquanto a coloca no papel, pode ser que você automaticamente vá melhorando ela (como dissemos na parte B da dica);
  • D — Um ideia gera outras ideias: essa parte da dica serve mais especificamente para atividades em grupo (o conhecido brainstorming). Quando você sugere algo que talvez não seja tão legal ou que não seja suficiente para ser aplicado, pode ser que isso desperte em outra pessoa uma ideia que “pegue carona com a sua” e que talvez sirva para ser usada (Sim, alguém pode ter uma ideia melhor que a sua e tá tudo bem!).

6. Crie PÉSSIMAS ideias

Pense no problema que você precisa resolver ou no objetivo que você tem que alcançar… Qual seria a pior solução possível para essa demanda? Por exemplo:

  • Se você for desenvolver o marketing de um comércio, que ideias você aplicaria que fariam o número de fregueses ir a zero em menos de um mês?
  • Se fizer um design, que elementos você colocaria que fariam com que as pessoas não entendessem nada do que você quer transmitir e que deixariam a arte muito feia e desorganizada?
  • Se for tentar responder uma insatisfação de um cliente, o que você diria que faria com que ele ficasse ainda mais insatisfeito, deixasse de fazer negócios contigo imediatamente e passasse a falar mal de você para outros?

Pense em algo que você de forma alguma faria ou uma ideia totalmente sem noção: Agora pegue essa ideia e inverta ela, faça ela totalmente ao contrário! Se você consegue pensar em uma “solução” que agravaria todos os problemas ou que te deixaria ainda mais longe de seus objetivos, o extremo inverso dela pode te trazer muitas respostas do que você precisa fazer para chegar onde quer.

7. Faça a “musculação” da criatividade

Já falamos sobre atividades físicas, mas vamos agora propor um outro tipo de exercício, afinal o cérebro é como um músculo que deve ser treinado constantemente para ficar mais preparado e “forte”.

Tire um tempo na sua semana e invente sem compromisso uma situação em que você precisaria utilizar a criatividade. Essa situação pode ser semelhante às que você tem no trabalho, estudos, hobbies ou na vida em geral. Invente obstáculos e desafios imaginários para solucionar, ainda que de forma não muito elaborada, aplique as dicas que listamos aqui, pesquise outras dicas também e ilustre esse exercício desenhando, ou escrevendo, fazendo uma planilha, um mapa mental, ou da forma que for mais interessante para você.

É claro que, ao falarmos sobre a prática acima, você pode imaginar que as situações do dia-a-dia já são um grande treino da criatividade, e está correto. Porém, quando fazemos desafios em que não há uma pressão, temos mais tempo e tranquilidade para utilizar técnicas e incrementar métodos, com isso, passamos a ficar mais habituados com essas técnicas, desenvolvendo uma capacidade maior para aplicá-las de forma natural e, então, conseguimos recorrer com mais agilidade a elas, mesmo nas ocasiões da rotina onde precisamos agir com mais rapidez e seguindo mais regras. Portanto, pratique e deixe sua criatividade cada vez mais “musculosa”!

Se essas dicas foram úteis para você, deixe sua palminha neste texto e segue a Creative Bee para ler outras matérias sobre comunicação, atualidades do mercado e dicas, que vão servir de referência e vão te ajudar a estimular a criatividade.

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Sávio Marra
Creative Bee

Quase publicitário, apaixonado por redação, planejamento estratégico, business intelligence e neuromarketing