Tem um momento para ser evangelizado pelo Design Thinking?

Um apanhado de como fui parar nessa empreitada e o que ele é.

A cerca de dois anos atrás eu estava iniciando minha carreira como designer gráfica, cheia de sonhos, medos e dúvidas. Eu não tinha nenhuma certeza sobre o que eu queria me especializar, se eu queria mesmo me especializar ou até que assuntos eu poderia fazer isso, a única certeza que eu sempre tive foi o desejo de trabalhar em criação.

Minha realidade muda ao entrar no meu terceiro estágio, na empresa dos sonhos, em um time de comunicações, realizando a função de designer, aprendendo ferramentas que ou eu não dominava, ou nunca havia visto na vida

Na Big Blue (IBM), a cultura do design thinking é extremamente forte comparada até mesmo as salas de aula. Na faculdade eu ouvi sobre pela primeira vez, depois de já fazer meses que eu havia tirado meu primeiro certificado em EDT (Enterprise Design Thinking) e algo extremamente simplório perto de tudo que esse sistema pode ser.

Mas afinal de contas, o que é design thinking?

É uma metodologia que permite solucionar problemas a partir do princípio do usuário ao centro, visando não apenas a solução do problema, mas a melhor solução para a situação geradora do problema.

Parece um tanto confuso pensar assim, mas morando no Brasil, você vai entender o exemplo a seguir: imagine que você trabalha dirigindo e passa várias vezes por dia em uma determinada avenida da sua cidade. A avenida está muito esburacada e você e mais alguns outros cidadãos da cidade decidem entrar em contato com a prefeitura para taparem os buracos do chão. Tempos depois, a avenida é restaurada e você e os outros pode transitar sem problemas com seus carros novamente. “O problema foi resolvido.”, é o que você deve estar pensando, mas não acabamos aí. Meses depois a avenida volta a apresentar o mesmo problema.

Você pode notar que num primeiro momento o problema central parece ser os buracos da avenida, e a principal maneira de resolver a sua dor é tampando-os, mas ao final do texto nota-se que existe uma grande possibilidade de o real problema não serem os buracos, e que eles, na verdade, são uma causa gerada por uma situação específica. Situação específica essa que podemos descobrir observando você e os outros cidadãos que frequentam a avenida, ou seja, nossos usuários, e observando o nosso meio utilizado no momento, a avenida.

A partir desta observação e das ferramentas que possuímos, poderemos descobrir potenciais problemas e soluções para os nossos usuários e trabalhar para criar algo realmente viável para a situação.

“Ué!? Mas design thinking não era sobre UI/UX, construção de apps, sites e coisas do gênero?”, absolutamente é sobre tudo isso, mas também é muito além. É um método que pode ser aplicado de diversas formas, para criar as mais variadas categorias de soluções, desde auxiliar em um projeto da faculdade (eu uso muito inclusive), até implementar um novo sistema em uma multinacional.

Atualmente eu estou me especializando em UI/UX e me aprofundando em Design Thinking, porque eu realmente acredito que não é uma “modinha”, e que cada vez mais empresas estão entendendo que o designer não é sobre fazer “telinhas bonitinhas”, mas sim sobre criar experiências reais para clientes, sobre pensar e vivenciar a rotina do usuário e entender todas as suas dores, de modo a verdadeiramente idealizar meios que impactam positivamente a vida das pessoas.

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