Como as gerações aprendem

Natalia Marchioni
Creditas Academy

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Você já parou para pensar que a geração a qual pertencemos impacta diretamente no nosso ciclo de aprendizagem e planos de carreira?

Isso porque enquanto aqueles que nasceram entre 1946 e 1964 vivenciaram um cenário pós-guerra com necessidade de lealdade às empresas para preservar estabilidade profissional em tempos de recuperação econômica, os que nasceram entre 1981 e 1996 tinham o mundo nas mãos através da tecnologia e popularização da internet, buscando sempre oportunidades melhores de desenvolvimento.

Analisando esses fatos com mais profundidade, ficou perceptível que o momento socioeconômico e histórico impacta diretamente na forma como os indivíduos se comportam, consomem, trabalham e aprendem. E apesar das discussões ainda serem muito amplas nessa matemática nada exata e cheia de variáveis do comportamento humano, não há como negar que a partir de diferentes cenários, cada geração constrói novos caminhos para encarar o aprendizado e o desenvolvimento de carreira.

Atualmente, as empresas lidam com o desafio de ter quatro gerações ativas no mercado de trabalho, o que exige modelos de treinamento e desenvolvimento híbridos para respeitar o ciclo de todes. Entender nosso público é parte essencial dessa construção, e por isso, conhecer as formas de aprendizagem de cada uma delas pode trazer insumos relevantes para o processo de desenvolvimento. Confira abaixo os detalhes geracionais - compatíveis com uma perspectiva ocidental, mas que ainda assim, podem variar de acordo com o país/cultura na qual vivemos - e algumas de suas tendências comportamentais:

Baby Boomers (1946–1964): nascidos no período pós-guerra, essa geração cresceu rodeada pela esperança de um milagre econômico com promessas de estabilidade e melhores oportunidades. Tais pretensões moldaram a lealdade e comprometimento como características fortes dos Baby Boomers - assim como a competitividade e foco em resultados. Em convergência com estes aspectos, buscam um emprego para a vida toda.

A relação com a tecnologia destes que viram a TV em cores surgir, se coloca de forma mais gerencial do que aplicada à mudança de hábitos. Esse aspecto se estende ao processo de aprendizagem: preferem ler e seguir programas tradicionais de ensino, mas também são super interessados em aprender e descobrir novas tecnologias - valorizando muito os treinamentos, principalmente aqueles voltados para esse tema.

Considerando todas essas características e o fato de possuírem uma linha de raciocínio linear - com começo, meio e fim -, uma boa estratégia para explorar nos treinamentos com esse público é o blended learning. O ambiente semipresencial proporciona tanto momentos de leitura com discussões em grupo quanto interação com conteúdos online, explorando simultaneamente a zona de conforto do ensino tradicional e os desafios tecnológicos - e necessários - da modernidade.

Geração X (1965–1980): apesar de nascerem em meio a grandes avanços globais - como o primeiro passo na lua e o surgimento do computador pessoal - os pertencentes a Geração X ainda valorizam a estabilidade e são resistentes às mudanças. A independência com responsabilidade é outra característica marcante, assim como a busca da ascensão profissional com foco na aposentadoria.

Não são nativos digitais, mas se dedicam para ter uma experiência de rápida adaptação às tecnologias. Essa relação somada com a valorização da flexibilidade, impacta diretamente na crescente importância da aprendizagem colaborativa através do consumo de informação híbrido - online e offline - para essa geração, que busca rapidez e flexibilidade no desenvolvimento de competências. Ambientes de aprendizado virtual são um bom caminho para atingir essas expectativas, além de instigar novas possibilidades para as estratégias educacionais.

Geração Y (1981–1996): também conhecidos como Millennials, essa geração nasceu junto com a popularização da internet. Inovação e criatividade são palavras-chave para os caminhos profissionais que trilham, buscando sempre oportunidades melhores sem renunciarem ao tratamento de igual para igual. Esse potencial os instigam a autonomia e múltiplas carreiras com foco em resultados imediatistas, mas com muita valorização de trabalho em time. Contam com uma alta capacidade de assumir riscos e multitarefas sem perder o foco.

Estão sempre conectados, mas valorizam muito a comunicação ao vivo e isso se expande ao ciclo de aprendizagem, que apesar de linear, preferem em formatos informais. Isso porque estão acostumados com um fluxo alto de informações, mas que possam ser consumidas com facilidade e rapidez - o que demanda conteúdos curtos e objetivos.

Por serem focados no desenvolvimento e crescimento profissional, os Millennials valorizam os treinamentos como parte essencial dessa trilha. E ainda com enfoque nas pretensões, há aqui uma excelente oportunidade de colocar líder e liderade juntes - já que essa geração é apegada a feedbacks constantes e imediatos. Outra dica é explorar estratégias gamificadas que estimulam a tomada de decisões.

Geração Z (1996–2012): os Centennials, como também são chamados, vieram com sede de mudar o mundo! Essa geração é a primeira nativa digital e se destacam pelos talentos inatos com a tecnologia, mas também valorizam a consciência social e pautas sustentáveis. A combinação desses dois cenários os fazem sentir necessidade de expor opiniões com discursos realistas, serem independentes e buscarem agilidade nas tomadas de decisões. Tais pretensões também estão presentes no cenário profissional, somadas com um espírito competitivo e expectativas de rápida ascensão na carreira.

Assim como os Millennials, preferem consumir conteúdos curtos e objetivos - principalmente através de recursos mais visuais - e contam com habilidades multifocais, que os fazem aprender facilmente de formas diferentes. Por serem independentes, buscam aprendizados por meios autodidatas, sem necessariamente precisar de um raciocínio linear para absorvê-los.

Por ter acesso fácil e rápido a praticamente todos os tipos de informação através da internet, há tendências de não consumirem o saber de forma aprofundada, personalizada e processual. Entretanto, estão construindo uma nova forma de conhecimento - múltipla, rápida, intuitiva e criativa - com grande potencial de desenvolvimento através do Social Learning. Essa estratégia educacional conversa com as necessidades destes jovens, oferecendo caminhos de aprendizagem mais informais e baseados na troca de experiências e relacionamentos no ambiente de trabalho.

O microlearning também é uma boa estratégia para essa geração, visto que permite o consumo rápido através de conteúdos como pílulas de conhecimento. Outro caminho chamativo são os programas de mentoring, que reforça a relação entre líder e liderade no processo de desenvolvimento.

Nessa dinâmica, o importante é buscar sinergia entre todos os ciclos para respeitar o processo de aprendizagem de cada um. O Creditas Academy encara esse desafio todos os dias com quatro gerações ativas em diversas áreas e com muita sede de aprendizagem e desenvolvimento. O gráfico abaixo ilustra a divisão geracional da nossa tripulação atual:

Somando estes fatos e dados que mostram a diversidade de gerações - em que apesar da proporção, devemos olhar para o ciclo de desenvolvimento de cada um com oportunidades de aprendizado iguais - e nossa uma experiência Academy de aprendizagem, buscamos constantemente evoluir, aproveitando diariamente a cultura de testes da Creditas para literalmente, testar!

Em convergência com as metodologias que utilizamos (assunto para outro post rs) e cada vez mais com o desenvolvimento por competências, somos focados em explorar diversos caminhos através de nossos programas e de disseminar os conteúdos aderentes à todas as gerações: treinamentos presenciais, pílulas de conhecimento, cases, debates, mentoria, lado a lado… todas recheadas, principalmente, de muita troca! Afinal, dentre tantos momentos históricos e avanços tecnológicos vividos, cada pessoa possui suas particularidades e muito aprendizado para compartilhar - vivendo nesse ciclo constante de ensinar a aprender e aprender a ensinar.

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