Conexões humanas e aprendizagem no ambiente remoto

Em tempos de isolamento social, manter conexões vivas — além daquelas fornecidas por redes e fios — é um grande desafio. A Covid-19 trouxe consigo esse status global inédito e nada convencional que exige de nós, diariamente, novos olhares para situações cotidianas e muita adaptabilidade para lidar com as adversidades encontradas no meio do caminho.

Sem aviso prévio, os colaboradores de 46% dos escritórios de São Paulo precisaram unificar “home” e “office” em um único ambiente, e dentro do mesmo contexto, as empresas assumiram o grande desafio de gerenciar todas essas pessoas sem tê-las por perto. As salas de reuniões tão disputadas foram substituídas por salas online — e os happy hours também. As pausas para cafés com colegas de trabalho foram substituídos por momentos em família ou de reflexão individual. Conviver com as mesmas pessoas (inclusive com nós mesmos) 24 horas por dia exigiu muita inteligência emocional. Os processos seletivos precisaram ser adaptados. Os treinamentos exigiram novos formatos. Trabalhar sem vozes para te ajudar com insights no mesmo segundo exigiu resiliência.

A falta do ambiente movimentado, das salas de treinamento com aprendizado dinâmico e das pessoas que lutam pelo mesmo propósito ao lado para compartilhar vitórias ou derrotas no dia a dia, sempre foram um grande receio das corporações para aderir ao trabalho remoto — e das pessoas também. Isso porque somos movidos por uma rede mais potente do que a própria internet: a conexão humana. Com os compromissos do dia a dia, suspendemos nossos olhares para o quanto as pessoas à nossa volta fazem o que somos, seja como pessoa ou profissional. E agora, temos a visão mais holística para esse vínculo. Somos uma unidade, com diversos papéis, muitas vezes simultâneos e complementares. Mas além disso, somos um todo e nossa presença impacta direta ou indiretamente em outrem. A partir dessas reflexões, vale trazer-lhes mais uma: você já parou para pensar sobre quais estratégias as startups podem usar para manter essas conexões e o aprendizado no meio de uma pandemia?

Como bons questionadores e inconformades que somos, a Creditas Academy não tem uma resposta fechada para essa questão. Seguindo os valores da nossa empresa, aceitamos esse desafio e focamos na cultura de testes com o coração 100% aberto — o que seria desse momento, com todos os privilégios que temos, senão uma ótima oportunidade para inovar? — e estamos explorando diversas possibilidades para garantir que as conexões no ambiente remoto estejam próximas e para além disso, cada vez mais vivas.

Mas antes de falar especificamente sobre a Academy, vale ressaltar que todas as áreas da Creditas estão unidas nessa missão. Somos um time com o mesmo propósito de viabilizar o máximo de conquistas possíveis para nossos clientes. E para esse objetivo ser alcançado, independente do cenário, valorizamos a indispensabilidade do cuidado individual e plural — mantendo os rituais de time e dinâmicas, as one-a-one’s periódicas, a transparência com os town hall’s semanais, as comunicações internas, programas de visibilidade, benefícios voltados para a saúde mental e tantas outras boas práticas cotidianas que fazem uma enorme diferença.

Dentro desse contexto, a Academy possui responsabilidades de criação, continuidade e fortalecimento dessas relações humanas — que se tornam ainda mais complexas no momento que estamos vivendo — e dos processos de aprendizagem de cada ume. Mais do que nunca, a sigla V.U.C.A está nos mostrando sua potência para definir o mundo e não há jeito melhor de lidar com isso do que mentes (e corações) pensantes trabalhando juntes, não é mesmo? Foi assim que conseguimos estruturar ou reestruturar muitos de nossos programas para contemplar a conexão humana e a aprendizagem mesmo em tempos de isolamento social.

O Onboarding, semana de integração e contextualização para novos tripulantes da área, ganhou novos formatos, carga horária (com mais pausas), materiais e manuais interativos, mas sem deixar de lado dois itens que sempre foram essenciais aqui e em todas nossas frentes: amor e carinho. O Starters também foi revisto com muito cuidado focando em introduzir a cultura de aprendizagem, reforçar a cultura Creditas através de treinamentos com tripulantes, trazer ainda mais sinergia entre as áreas e acompanhar de perto (mesmo de longe) o desenvolvimento de cada ume. Acompanhamos e apoiamos todas as transições necessárias entre áreas para que fossem não apenas uma demonstração de #PensamosComoDonos por parte dos tripulantes, mas também uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento para cada um deles. Com o olhar de continuidade para isto, o WaY teve uma linda edição e o Liderando na Quarentena, um papel essencial. Maaaas, os programas da Academy já foram aprofundados em outro artigo, você pode acessá-lo através desse link.

É importante entender que essas interações são essenciais em qualquer situação, assim como os momentos descontraídos e leves que trazem a sensação de “home” para o “office” e nos tiram um pouco do ambiente ambíguo. A partir disso, também nasceu o Quarentraining: treinamentos recorrentes com assuntos diversos — desde conteúdos técnicos do mercado financeiro até momentos para discutir saúde mental — que contemplam todes da nave, sempre com duas opções de horário. Com esse mesmo olhar, readaptamos as formaturas, comemoração tão esperada por aqueles que concluem alguns de nossos programas, para o cenário online. Criamos comunicações mais leves. Nos colocamos no lugar de outre.

Com isso e, voltando na provocação de reflexão feita há alguns parágrafos, a maior estratégia para manter a conexão e aprendizagem em tempos de pandemia é a valorização. Essa é a chave para criar e alimentar esses processos. Para mantê-los precisamos, acima de tudo, ter um olhar humano. Entender que todes estão passando por um momento atípico em suas vidas e que não há como olhar para o profissional sem olhar para o pessoal, principalmente quando ambos os lados precisam lidar com todos os papéis sociais de uma única vez, em um só ambiente. A partir do momento que a empresa entende a individualidade e importância de cada ume de seus colaboradores, também compreende que as conexões e o processo fluído de aprendizagem são alimentos para a motivação — mesmo em tempos complexos — para o desenvolvimento, para boas ideias e bom desempenho. Isso exige esforços, principalmente com webcams sendo nosso maior contato com o outro lado, mas extremamente compensatórios em todos os sentidos e para todos os lados.

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