O equilíbrio é nosso norte — notas sobre educação digital

Jaqueline Marchetti
Creditas Academy
Published in
4 min readAug 6, 2020

O ano é 2020. Último ano da década de 10 no século XXI.

Estamos em meio a uma pandemia e de uma crise mundial iniciada por uma ameaça invisível aos olhos, mas suficientemente perigosa para parar o mundo e todo o sistema no qual estamos inseridos. Alguns estão enfrentando distanciamento social há meses. Outros, passaram por uma experiência menor — talvez 1 ou 2 meses.

Essa situação escancarou um desafio que já é debatido há tempos por muitos, mas novo para outros: educação por meio digital e, por consequência, a distância (EaD). Será que “pega”?

Pode parecer algo novo, mas o ensino a distância foi criado há alguns séculos. Sim, séculos: um dos registros mais antigos no mundo foi encontrado em jornais de Boston, nos EUA, datado de 1728. Tratava-se de curso de taquigrafia por correspondência. Há registro de curso de composição por correspondência em 1840, na cidade de Lund, Suécia. No Brasil, o curso a distância mais antigo é de 1904 e o foco era o aprendizado de datilografia.

Com o passar dos anos, novas tecnologias começaram a surgir. O rádio, por exemplo, foi uma importante ferramenta para o aprendizado no período de guerras da primeira metade do século XX. A televisão e, posteriormente, vídeo cassete e o computador também foram incorporados como importantes ferramentas de ensino no decorrer do século XX. Mas, voltando aos dias contemporâneos: o século XXI trouxe o avanço da internet, possibilitando, assim, o ensino por meio digital. E ele vem sendo cada vez mais utilizado por universidades.

Por falar no digital, vivemos em uma era pautada pela tecnologia, estamos em meio a uma pandemia global e, se não fossem as alternativas do trabalho remoto, das comodidades de se comprar e vender em um canal online, de realizar consultas pela internet, o mundo teria parado ainda mais. Não podemos negar, portanto, que o digital já é uma realidade e, se pode ser utilizado para mantermos a vida em diversos cenários, sendo eles críticos ou não, por que não utilizarmos também para a educação? As gerações mais novas nasceram em um mundo tecnológico e, por consequência, estão mais do que acostumadas com tal realidade, ou seja, é uma boa oportunidade.

Uma estratégia bastante utilizada é a gamificação, e ela nada mais é do que a utilização de dinâmicas e mecanismos de jogos no ambiente de aprendizado, tendo como objetivo engajar e estimular a absorção do conteúdo. E a estratégia de gamificar traz benefícios como maior engajamento, maior retenção do conteúdo, além de promover a resolução de problemas de maneira inovadora, dentre outros.

Voltando aos dias atuais, durante a pandemia que ainda estamos vivenciando, as MOOCs (Massive Open Online Courses) como Coursera, EDx e Udacity afirmaram ter um grande aumento na busca por capacitação. A Coursera relata ter tido um aumento de 10 milhões de novos usuários no período entre março e maio de 2020, representando um aumento 7 vezes maior se comparado ao mesmo período dos anos anteriores. E há muitos aprendizados com isso. Por exemplo, cursos sem certificação registram apenas 10% de taxa de conclusão, enquanto os que oferecem, apontam que a taxa de conclusão sobe para 40 a 90%. Ou seja, há demanda para a capacitação pelo meio digital, as pessoas estão sedentas por aprendizado e também querem ser certificadas.

É claro que existem muitas discussões sobre vantagens e desvantagens do ensino digital (discutiremos esse assunto em outro momento), ainda mais em um país com disparidade social tão alta como o Brasil. Como vantagem, podemos dizer rapidamente que uma delas é a autonomia que o estudante possui para mergulhar nos assuntos que mais o apetece (nos levando ao tema de lifelong learning, tema para outro post) quando desejar.

Outro ponto positivo é o acesso que o estudante pode ter aos vários formatos de conteúdo, fugindo, assim, das tradicionais videoaulas. Agora, o mundo possibilita mais, como vídeos TED, pílulas de conhecimento, games, filmes, podcasts, músicas e outros formatos de conteúdos que propiciam o aprendizado. Aquela ideia antiga de que o conhecimento é proveniente apenas do professor, está, aos poucos, se dissolvendo na sociedade contemporânea e muito por conta (mas não somente) dos avanços tecnológicos. O professor, assim como a tecnologia, viabiliza o aprendizado, que pode acontecer de múltiplas maneiras.

Nossa ideia aqui não é enaltecer o ensino por meio digital porque acreditamos fortemente no potencial do aprendizado presencial e em conjunto com outras pessoas. No entanto, também acreditamos nos muitos e diferentes caminhos que a educação digital pode propiciar.

O Creditas Academy nasceu presencial e hoje está se aventurando através do universo online. O Quarentraining — nosso programa criado para conectar toda a tripulação Creditas — nos ensinou que é possível, sim, potencializar o desenvolvimento de mais de 600 pessoas simultaneamente. Aprendemos também que as pessoas querem ser desenvolvidas por meio digital, mas pedem autonomia para revisarem os conteúdos e temas que desejarem e quando desejarem.

Acreditamos, portanto, que a pergunta não é “será que ‘pega’”, mas, “qual será a medida certa de ensino presencial e ensino por meio digital?”. Temos muito a aprender e muito a avançar, mas nossa crença é de que a direção mais indicada é aquela em que não se nega as potencialidades do novo e nem do antigo. O equilíbrio é nosso norte.

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